Artigo de especialista traz informações sobre o desmanches de peças
O setor de desmanche de peças automotivas vive, no contexto atual do mercado, uma verdadeira revolução marcada pela incorporação de novas tecnologias e processos que garantem maior eficiência, rastreabilidade e conformidade legal para um mercado estimado em R$ 20 bilhões no Brasil, segundo números divulgados pela Forbes.
Esse movimento disruptivo, por sua vez, não apenas contribui para a reutilização de peças ainda com vida útil, mas também fortalece a economia, maximizando o aproveitamento de peças usadas – prática indispensável para e para o atendimento de demandas de consumo dentro de um contexto global de envelhecimento das frotas e maior tempo de permanência dos veículos nas estradas.
A modernização do segmento responde ainda a uma busca por maior transparência no comércio de autopeças usadas.
Com um histórico marcado por desafios regulatórios e pelo combate ao desmanche clandestino, os avanços recentes colocam a inovação como um caminho decisivo para fortalecer a governança e a legalidade nas rotinas de um setor que só tem a ganhar com a tecnologia.
Desmontagem de veículos e seu papel na economia
No contexto de transformações da economia contemporânea, o reaproveitamento de peças automotivas desempenha um papel central ao aumentar o surgimento de novos negócios e também aumento de número de empregos disponíveis no setor.
O desmanche moderno, é válido frisar, não é apenas um descarte controlado de veículos, mas sim um processo estratégico que transforma carros fora de circulação em fontes dinheiro novo para a economia.
As regulamentações vigentes no Brasil, como a Lei do Desmonte (Lei 12.977/2014), estabelecem diretrizes para o desmanche legal de veículos e a comercialização de peças usadas. Esse marco legal reforça a importância da rastreabilidade e da destinação correta de componentes, inibindo práticas ilícitas e garantindo maior segurança aos consumidores e ao mercado.
Além disso, iniciativas que envolvem certificações, identificação por QR codes e bancos de dados centralizados permitem o rastreamento completo de peças reaproveitadas, assegurando a origem e a autenticidade dos componentes comercializados. Essas práticas conferem mais credibilidade ao setor, afastando-o de associações negativas e promovendo um ambiente de negócios mais confiável.
É importante destacar também que o setor de desmanche de peças automotivas responde por uma demanda mercadológica importante, já que ajuda os consumidores a encontrarem peças que, no varejo automotivo tradicional, são mais difíceis de serem localizadas – inclusive em concessionárias.
Ademais, há peças novas que não são vendidas em conjunto. Para citar um exemplo, a porta completa de um veículo, via de regra, só se encontra em lojas especializadas na desmontagem de veículos. Ou seja: o setor atende não só o pilar da reposição de peças, mas também coloca um dinheiro novo nessa economia atendendo clientes que antes não haviam opção de compra.
E isso ocorre diante também do aumento do tempo das frotas nas estradas do país: segundo números do Sindipeças (Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores), em 2023, a frota de veículos que circula no Brasil envelheceu pelo nono ano seguido e tem uma média próxima de 11 anos de uso.
Não por acaso, como vimos na introdução, estamos falando de um mercado que movimenta cerca de R$ 20 bilhões só no Brasil – receita essa que poderia ser, em grande parte, perdida, não fosse o setor de desmanche de peças.
Inovações tecnológicas e novas práticas no setor
Dentro desse contexto, a adoção de novas tecnologias tem sido um fator determinante para a modernização dos desmanches automotivos.
A automação e a digitalização dos processos permitem catalogar peças de forma mais eficiente, otimizando a gestão de estoques e facilitando a rastreabilidade dos componentes.
A integração de bancos de dados conectados aos órgãos fiscalizatórios, por sua vez, traz ainda mais transparência na origem e na comercialização das peças.
Já o uso de inteligência artificial pode auxiliar na avaliação de peças reutilizáveis, identificando aquelas que podem ser reaproveitadas com segurança e direcionando corretamente as que devem ser recicladas.
Além disso, modelos de desmontagem sustentáveis vêm sendo adotados por empresas do setor, reduzindo resíduos e otimizando o reaproveitamento de materiais como metais, plásticos e borrachas, contribuindo para a redução do impacto ambiental.
Tudo isso, por sua vez, contribui para desmistificar a ideia de que peças usadas são de menor qualidade: com cada vez mais instrumentos de certificação e garantia, o setor de desmanches vem fortalecendo seu papel no apoio ao consumidor, ofertando itens com valor de mercado, procedência e que solucionam problemas com custo mais acessível para os clientes.
O papel do e-commerce e das plataformas digitais
A digitalização também tem sido um diferencial estratégico para a comercialização de peças usadas. Plataformas de e-commerce especializadas no segmento de autopeças ampliam o alcance de canais e empresas com práticas sólidas de governança, oferecendo ao consumidor um ambiente seguro para a compra de componentes certificados.
Além da conveniência, essas plataformas permitem que consumidores e empresas encontrem peças compatíveis de maneira mais ágil, com sistemas que indicam compatibilidade de modelos e maior controle sobre a procedência dos itens. O uso de marketplaces e lojas virtuais, nesse sentido, só reforça a transparência do setor, dificultando a circulação de peças de origem duvidosa e fortalecendo o mercado formal.
Outro fator relevante é a digitalização dos serviços de pós-venda, com suporte técnico remoto, rastreamento de pedidos e garantias mais claras para os consumidores. Essas iniciativas não apenas elevam o padrão de qualidade do mercado, mas também impulsionam sua competitividade diante de um público cada vez mais exigente e bem-informado.
O futuro do setor de desmanche veicular
Com tudo isso, é possível afirmar que a modernização dos desmanches automotivos é um diferencial estratégico para empresas que desejam se posicionar de forma competitiva no mercado de reposição.
O alinhamento com práticas inovadoras não só atende às exigências legais, mas também contribui para um ecossistema automotivo mais eficiente e confiável que beneficia a todos.
Fonte: Iago Atila, Head e Founder do Compre Sua Peça
