Os mecânicos influenciam diretamente a decisão de compra de milhões de motoristas e como esse protagonismo pode ser um diferencial competitivo para marcas e distribuidores
Mais do que uma simples relação técnica, a confiança construída entre motoristas e aplicadores demonstra como esses profissionais se colocam como um elo decisivo na cadeia de negócios do mercado de reposição. Segundo dados de uma pesquisa do Webmotors, por exemplo, nada menos que 70% dos motoristas dão preferência a oficinas e mecânicos particulares. Nesse sentido, sua opinião pode influenciar diretamente a decisão de compra de milhões de brasileiros. Para Simone de Azevedo, sócia e a CEO de Estratégias da Mobensani, esse papel exige da indústria automotiva com a valorização estratégica destes profissionais e a construção de caminhos para o fortalecimento de parcerias.
O aplicador deixou de ser apenas um executor e passou a ser um verdadeiro curador de marcas, afinal de contas, é ele quem está com a mão literalmente na graxa, no carro, com o ouvido no cliente e com o olhar atento para o que funciona e o que vale a pena indicar, pois muitas vezes o tempo do carro no elevador e o valor da mão de obra, valem mais que a peça que está sendo trocada, então há um ecossistema que influencia na escolha e indicação de marcas. explica a executiva da companhia especializada em peças de metal-borracha e presença em mais de 3.000 SKUs em seu portifólio para o mercado de reposição.
E, dentro de um cenário em que o setor de reparação projeta crescimento de 5% e faturamento superior a R$ 269 bilhões em 2025 no Brasil, atuar em conjunto com aplicadores pode ser uma rota certeira para marcas que desejam alcançar novos consumidores e se destacar em um mercado competitivo. Quando o mecânico recomenda uma marca, isso tem peso, sobretudo quando estamos falando de uma relação que se constrói ao longo de anos. O consumidor confia, porque sabe que quem indicou busca fidelizá-lo. Essa responsabilidade transforma o aplicador em um parceiro decisivo de toda a indústria automotiva.
Nesse sentido, para a Mobensani, reconhecer esse protagonismo não é apenas um gesto de valorização: é uma diretriz de negócio. A empresa vem investindo fortemente em canais diretos com o público aplicador, estruturando ações que vão da capacitação técnica ao suporte em campo, com uma lógica clara de relacionamento, além do “day experience” na fábrica.
Os catálogos devem ser pensados para facilitar a vida de quem está na oficina, muitas vezes com o cliente esperando. Precisão, agilidade e clareza são fundamentais. E mais do que isso: o aplicador precisa se sentir apoiado, saber que pode contar com a gente para tirar dúvidas e encontrar a peça certa na hora em que seu cliente precisa.
Outro ponto de apoio importante é o programa Mobensani Talks, que leva informação técnica de qualidade e troca de experiências diretamente aos profissionais e, consequentemente, aproximando a marca dos aplicadores. Essa lógica também se expressa em ações como a produção de materiais de apoio específicos para oficinas, orientações técnicas personalizadas e canais de pós-venda como pontos centrais de atuação da marca.
É também nesse sentido que a Mobensani tem reforçado sua atuação junto aos distribuidores, incentivando práticas que valorizem o aplicador não só como cliente, mas como parte integrante e central para um mercado de reposição mais forte. Quando você investe nesse relacionamento, ganha em potencial de inserção de mercado. Já quando oferece apoio técnico, melhora o índice de aplicação correta, reduz erros, troca de peças e impulsiona um ecossistema de fidelização. Isso tem impacto direto no giro do distribuidor, mas também na reputação da marca no balcão da oficina. Todo mundo ganha.
A leitura da executiva aponta para uma tendência de amadurecimento do mercado de reposição: sai de cena o modelo baseado apenas em produto e preço para se dar vazão a um ecossistema de valor, onde relacionamento, suporte técnico e escuta ativa passam a ser ativos diferenciais. A concorrência hoje é tão acirrada que não dá mais para depender só da vitrine, e nós somos uma indústria de verdade, o que está se tornando cada dia mais raro no Brasil. A marca precisa estar presente, acessível, ser referência técnica e, principalmente, ser lembrada como quem apoia e respeita o aplicador, o seu mecânico de confiança. Isso constrói reputação, e reputação, em nosso mercado, é a base para o sucesso.
Fonte: Simone de Azevedo, CEO estratégica da Mobensani


