Gabriel Tomate foi o grande nome entre as motos. A dupla Marcos Baumgart/Beco Andreotti dominou nos carros. Nos UTVs, Rodrigo Varela e Matheus Mazzei levaram a melhor
O 11° Rally Jalapão terminou ontém – quinta-feira dia 19 de junho – depois de cinco dias intensos de competição e 1.233,49 quilômetros percorridos entre as paisagens mais desafiadoras do Tocantins.
Com três vitórias em quatro etapas, o mineiro Gabriel Soares, o Tomate, foi o destaque entre as motos e garantiu o título com autoridade pilotando a Yamaha WR 450F #4. “Sempre tive muitos contratempos no Rally Jalapão. É um terreno totalmente diferente do que eu estou acostumado. E este ano consegui vencer na geral. Estou muito feliz por isso. Cheguei à primeira posição na categoria Moto 1 e em segundo na geral. Saio líder da geral agora. Esse rally com certeza me deu um gás para o resto do campeonato”, contou Tomate, logo ao final da etapa com o tempo de 08h33m25s80.

A disputa mais apertada ficou pelo segundo lugar: Gabriel Bruning, também da Yamaha IMS Rally Team, cruzou à frente do francês Romain Dumontier, da Honda Racing, com uma diferença apenas 1m25s22.
Entre os UTVs, o pódio teve dobradinha da Varela Rally. Rodrigo Varela e Matheus Mazzei ficaram com a vitória com o tempo de 08h20m34s62, seguidos de perto por Bruno Varela e Ari Fiuza. “Foram quatro dias bem intensos, atravessando por todos os terrenos do Jalapão. Foi incrível. A organização está de parabéns pelo evento. Lideramos três especiais em três dias. Isso mostra o empenho da equipe, como trabalhou bem”, avaliou Rodrigo Varela, que conduziu o Can -Am Maverick R #102.

Em terceiro, Denisio Nascimento e Gunnar Dums, da Bompack Racing, terminaram a 5m59s86 dos primeiros colocados, em uma das disputas mais acirradas desta edição.
Nos carros, Marcos Baumgart confirmou o apelido de “Rei do Jalapão”. Ao lado do navegador Beco Andreotti, o piloto da X Rally Team venceu o rally pela oitava vez. Beco, que chega ao seu terceiro título, repetiu a parceria vitoriosa do ano passado. A dupla liderou desde o prólogo, vencendo todas as etapas com a Toyota Hilux GR DKR #302, fechando os trechos cronometrados com o tempo de 08h27m54s47.
“Mais um Jalapão que fica para a memória. Foi muito bacana, com etapas bem difíceis, navegação difícil, um trecho bem gostoso para acelerar e navegar. Esta última especial foi ainda mais dura, porque largamos em primeiro antes de todas as categorias e sem rastro, tendo que encontrar só na navegação o caminho correto. Ano que vem estamos aí novamente”, adiantou o navegador agora tricampeão do Jalapão.
No segundo lugar mais alto do pódio vieram Pedro Queirolo e Lauro Sobreira, da equipe RMattheis Offroad (Giaffone Buggy V8 #304), 39m44s68 atrás. A dupla Mario Marcondes/Artemio Pauluci, da Braço Curto Motorsports (Ford Ranger #394), foi a terceira colocada, a 1h49m07s26 dos grandes campeões.
Esta edição reuniu 116 competidores entre pilotos e navegadores, distribuídos em 66 veículos nas categorias Carros, Motos e UTVs. Vieram de 43 cidades brasileiras, de 15 estados, além de representantes da França e Argentina. Ao todo, cerca de 600 pessoas estiveram envolvidas diretamente na prova — entre competidores, equipes de apoio, organização e imprensa.
O roteiro começou e terminou em Palmas, passando por Mateiros e São Félix do Tocantins. Foram 810,55 quilômetros de trechos cronometrados, enfrentando condições variadas de piso, clima seco e calor intenso. A largada promocional foi realizada no último domingo (15), no Capim Dourado Shopping, que volta a ser palco da programação nesta quinta-feira, às 17h, com a cerimônia oficial de premiação.
Etapas exigentes e paisagens únicas
Foram quatro dias exigentes de prova, cada um com suas particularidades. No prólogo, serra e piçarra logo de cara. Na primeira etapa, a mistura de trilhas sinuosas, areia pesada e longos deslocamentos já testou o preparo físico e mental dos competidores. O segundo dia teve ritmo rápido, mas exigiu atenção redobrada com muita areia e trechos danificados. Na terceira etapa, o percurso em laço trouxe subidas e descidas de serra, cruzando pontes estreitas e exigindo navegação precisa. O encerramento não deu trégua: areia fofa, pedras soltas e trechos isolados exigiram concentração até o último quilômetro. Jalapão foi, mais uma vez, completo — duro, técnico e belo.