Otimização nada mais é que melhorar alguma coisa. Esse termo, considerado por alguns como neologismo, parece ter se tornado a mais nova palavra de ordem no universo da atividade de desenvolvimento de novos produtos. Nem deveria ser diferente nesses tempos bicudos em que produtividade é sinônimo de sobrevivência e a busca do diferencial competitivo torna-se mais importante a cada dia.
Não por acaso, a otimização foi o destaque de duas conferencias realizadas nas últimas semanas na Europa que reuniram juntas cerca de 1000 executivos, representantes de empresas usuárias de softwares de simulação em todo o mundo, das quais participei na qualidade de diretor de Tecnologia da Smarttech, empresa 100% brasileira, usuária e distribuidora dessas tecnologias no País.
Ali foi possível ver os avanços das últimas gerações de softwares e hardwares, tanto na abrangência do portfólio técnico quanto na integração de programas e na capacidade de processamento destes, permitindo um incrível salto qualitativo de resultados. As simulações estão mais e mais realistas, e são capazes de reproduzir todas as físicas e detalhes presentes nas aplicações do dia a dia, possibilitando assim a inovação de processos e produtos com incrível versatilidade e rapidez.
Pelo que pude constatar, mais que uma tendência, o uso intensivo de ferramentas de otimização são uma realidade, e um caminho sem volta. Que o digam os resultados excelentes obtidos por usuários. O tema esteve presente em praticamente todos os mais de 100 trabalhos apresentados, com relatos de expressivos ganhos de produtividade e qualidade, de redução de custo e de impressionante diminuição no tempo de desenvolvimento de projetos.
Alcançamos o mundo maravilhoso da experimentação virtual praticamente sem limites. Algo revolucionário, tendo em vista que, em geral, os problemas de engenharia se associam a um grande número de físicas e variáveis que precisam ser validadas e homologadas visando a obtenção de produtos eficientes e que atendam os crescentes níveis de exigência ambientais e de segurança, tudo isso, claro, a custos competitivos.
Com os avanços de software e mais disponibilidade de potentes plataformas de hardware a custos mais acessíveis, já não se fala simplesmente em processo de otimização de componentes em físicas isoladas. As tendências mostram sistemas e processos altamente automatizados e multifísicos, com possibilidade de análise de centenas de alternativas de projeto para a busca do melhor conjunto em todos os quesitos, tais como performance, ruído e vibrações, durabilidade e segurança.
Como engenheiro e diretor de Tecnologia da Smarttech, atuando neste mercado há mais de duas décadas, confesso que nunca fiquei tão entusiasmando com as possibilidades de aplicação prática dessas soluções. Estou certo de que o caminho da competitividade, imprescindível em nossos dias, passa necessariamente por elas.
*Sergio Rodrigues é engenheiro e diretor das Operações da Área de Tecnologia da Smarttech