Trânsito pesado, excesso de veículos e horas a fio no “anda e para” das estradas. Esse é o possível cenário de milhares de motoristas que trafegarão pelas rodovias do Brasil nas férias do meio do ano. O condutor precisa estar atento à direção para evitar acidentes, mas também deve prestar atenção em itens essenciais para o funcionamento de seu veículo. Dados da Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp) revelam que em 2016 mais de 740 mil veículos precisaram de socorro de guincho (368.207) e socorro mecânico (376.690) nos 6,9 mil quilômetros de estradas do estado de São Paulo.
“Isso representa, em média, mais de 62 mil carros mensalmente que necessitam de auxílio de reboque devido alguma pane, como, por exemplo, baterias falhando, pneus desgastados, freios em mau estado, sistemas de filtros desgastados e outros. Tendo por base somente o estado de SP, o número já é considerado alto. Se colocarmos isso a nível nacional, o dado será alarmante. O consumidor precisa estar atento aos cuidados com o carro para evitar problemas.”, ressalta Mauricio Canineo, CEO da Campneus, Revendedora Oficial Pirelli. O executivo ressalta que em períodos de férias a quantidade de motoristas que deixam a manutenção preventiva de lado ajuda a aumentar essa estatística. Com isso, o executivo orienta os proprietários a verificarem alguns pontos para que a viagem seja segura, e, consequentemente, evite gastos desnecessários e problemas.
O executivo explica que é preciso ficar atento também ao estado dos pneus do veículo. “Os pneus devem estar calibrados corretamente para evitar o desgaste prematuro e prejudicar a condução do motorista. Sempre verificar a calibragem indicada pela montadora. Essas informações podem ser encontradas no manual do veículo, na tampa de combustível ou na porta do condutor”.
Canineo lembra que o condutor deve estar atento ao indicador de desgaste de rodagem, chamado de TWI (Tread Wear Indicator), presente na banda de rodagem de todos os pneus. Os sulcos da banda de rodagem não podem ser menores que 1,6 milímetros de altura. “Pneus com sulcos abaixo deste padrão-limite oferecem sérios riscos de segurança, principalmente em pisos molhados, comum neste período. Além disso, tal descuido gera multa e registro de infração na Carteira. A multa para motoristas com veículos com pneus carecas é de R$ 195,23 mais cinco pontos na CNH”, explica.
O desgaste do automóvel, quando transita nesse cenário, chega a ser maior do que outros que trafegam em situações menos agressivas. Durante o deslocamento, o motorista utiliza diversos componentes do automóvel que, se não verificados, podem causar anormalidades. O sistema de freios deve sempre estar em ordem para garantir a segurança do motorista. “Devido as constantes frenagens no ‘anda e para’ das estradas, utilizamos esse item muito mais que os outros componentes”, afirma.
O sistema de freios deve ser revisado periodicamente. O fluído de freio precisa substituído a cada 10.000 quilômetros ou um ano. Porém, antes da troca total, deve ser feita uma avaliação para verificar se a substituição é realmente necessária. “Deve ser detectada também a presença de água no fluído, que causa a impressão de pedal borrachudo e oxidação prematura dos componentes do sistema”, diz Canineo. Outras formas de perceber que os freios não estão bons são: ao aciona-lo, o volante e veículo apresentam vibração e a altura do freio de mão está muito acima do banco.
O óleo do motor é muito mais exigido em situações de congestionamento. Deve-se ficar atento já que a temperatura do motor aumenta devido a pouca circulação do ar. Com base nessa informação, a tendência é o maior consumo do óleo. “O proprietário deve sempre olhar o manual do veículo, que explica as condições de troca do óleo de acordo com a utilização do carro”.
Muitos condutores utilizam diversos equipamentos eletrônicos, como rádio e conectores elétricos, ao mesmo tempo no carro. Ao contrário do que muitos motoristas se questionam, essa atitude não consome a bateria do carro. “Essa é uma dúvida muito constante, mas enquanto o carro está ligado, não ocorre o consumo da bateria. Mas fique atento à esse item: em épocas de temperaturas baixas, as baterias tendem a apresentar sinais indicando a troca”, responde Canineo.
Porém, uma atitude que pode prejudicar a bateria é “desligar e ligar” o veículo enquanto enfrenta um congestionamento. Mauricio afirma que essa operação, além de consumir mais carga da bateria, prejudica o motor de partida do veículo, causando no futuro dificuldades para ligar o carro.
