Espetáculo infantil “Mequetrefe Sorrateiro” estreia amanhã em Sampa

Um bom programa familiar e para os pequenos. Trata-se do espetáculo infantil “Mequetrefe Sorrateiro”, com texto e direção de Marcello Airoldi, estreia dia 28 de outubro, no Teatro Porto Seguro. As sessões acontecem aos sábados e domingos às 15h, até 3 de dezembro. No elenco, André Capuano, Dani Moreno, Eugênio La Sálvia, Fagundes Emanuel e Juh Vieira.

“Mequetrefe Sorrateiro” aborda o universo afetivo de um menino diante da separação de seus pais e sua transição da infância para a adolescência. Com muita música, poesia e animações, a história de Menino é contada a partir de suas tristezas e alegrias e as consequências que estas trazem em seu aprendizado e amadurecimento. Em sua trajetória, o contato com outros personagens o ajuda a reencontrar caminhos que pareciam perdidos. Temas como relacionamento, convívio com as diferenças e a autoconfiança são abordados no texto, apontando para o desenvolvimento saudável da criança.

Certo de que a arte é uma das chaves para o melhor convívio entre o indivíduo e a sociedade, o autor e diretor Marcello Airoldi conta que o personagem menino não é inspirado em ninguém especificamente, mas tem características presentes em toda criança, seja ela menino ou menina. “A peça fala, entre outras coisas, que a experiência faz a gente amadurecer, crescer. As aventuras vividas pelo Menino fogem do tempo cronológico e da realidade dos espaços. O quintal de sua casa é um lugar onde tudo pode acontecer, de acordo com sua imaginação. É também o lugar onde o teatro se dá, onde a poesia nasce e o tempo se transforma. A transição da infância para a adolescência acontece porque ele teve de viver o que a vida lhe ofereceu. Ele convive com outros personagens cheios de histórias e vive a experiência de que a memória é um dos bens mais preciosos da vida”, afirma.

O espetáculo tem dramaturgia construída a partir de rimas e canções. Uma das ideias é que as palavras não apenas carreguem seus significados, mas sejam elementos de provocação a novos sentidos. Na peça, as palavras encadeiam poemas, jogos, trazem novos olhares para os mesmos símbolos já conhecidos. As rimas dão musicalidade às frases, embalando um jeito de ouvir a história que foge do convencional, caracterizando uma estética na composição das cenas.

A importância da palavra na peça fica mais clara à medida que Menino, protagonista da trama, vai perdendo a capacidade de ler. Ele deixa de compreender os significados das palavras e até mesmo de enxergá-las, quando escritas. Além disso, Menino perde a capacidade de ver as cores e de ouvir músicas.

Esses elementos – palavras, músicas e cores – são símbolos de sua relação com a maturidade. Este rito de passagem entre a infância e a adolescência carrega o ambiente propício para o surgimento do “Mequetrefe Sorrateiro”, personagem invisível, fantástico, que atormenta o dia a dia da criança roubando seus prazeres e sensibilidades, chaves fundamentais para seu desenvolvimento.

O texto aborda aspectos difíceis da infância. Os desafios que a vida traz – as perdas, a morte, o amadurecimento, o amor, a amizade, o medo – são tratados de forma contundente. A história apresenta a formação de uma família nova e possível na qual os pais não mais moram juntos, mas têm de conviver. A elaboração de um novo jeito de pensar, um novo jeito de ver o mundo, é transmitida pelo ponto de vista do Menino. Na tentativa de capturar o Mequetrefe Sorrateiro, causador de todos os quiproquós da trama, os personagens fazem contato com suas próprias histórias e percebem o quanto estão ligados uns aos outros, pois apenas sua integração dará conta de resolver os problemas. Elias, o poeta do quintal, mostra que não há receita ou armadilha para dominar o Mequetrefe Sorrateiro, personagem que habita os aspectos sombrios de todos nós e que reaparece de tempos em tempos, mas que ignorá-lo é esconder-se de si mesmo.

Sinopse

Por causa de uma grande tristeza sofrida, Menino começa a enxergar em preto e branco, não consegue mais ouvir músicas, além de não enxergar mais as palavras escritas. A relação com o pai músico torna-se um desencontro, já que Menino deixa de ouvir os sons que saem de sua flauta simbolicamente evidenciando a distância entre os dois. Tudo isso por causa do Mequetrefe Sorrateiro, que rouba todos os sonhos e desejos das crianças. Junto com os outros personagens, como Pai, Mãe e Elias, o poeta do quintal, Menino consegue se livrar do vilão que entristece a todos.

Ficha Técnica

Texto e direção Marcello Airoldi. Direção musical e composições: Juh Vieira. Letras Marcello Airoldi.Elenco André Capuano,Dani Moreno, Eugênio La Sálvia, Fagundes Emanuel,  Juh Vieira,  William Guedes  e Mauricio Damasceno. Assistente de direção Carolina Parra. Cenário Marcello Airoldi. Cenotécnico Zé Waldir. Figurinos Marichilene Artisevskis. Visagismo Emi Sato Nagano. Animações Marcos Faria. Desenho de luz Aline Santini. Boneco Juh Vieira. Fotos Priscila Prade. Conceito visuale diagramação Murilo Lima. Mídia digital Gigi Prade. Assessoria de Imprensa Morente Forte. Direção de produção Priscila Prade. Produção executiva Bila Bueno e Carolina Parra. Produção Bricabraque Produções. Realização Teatro de Perto.

Serviço:

MEQUETREFE SORRATEIRO de Marcello Airoldi

De 28 de outubro a 3 de dezembro, sábados e domingo às 15h.

Local: Teatro Porto Seguro, Alameda Barão de Piracicaba, 740 – Campos Elíseos – São Paulo, SP, (11) 3226.7300.

Ingressos: R$ 50,00 plateia / R$ 30,00 balcão e frisas.

Classificação: Livre.

Duração: 60 minutos.

Gênero: Espetáculo infantil.

 

 

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