Em meio à recuperação do combalido mercado, que cresceu pouco mais de 9% em 2017, nosso ranking tradicional dos modelos mais vendidos sofreu alterações técnicas. Com pesar, caiu o segmento de peruas em razão de pouca oferta e vendas baixíssimas. O avanço dos SUVs levou ao quase desaparecimento dessa opção familiar em todos os grandes mercados mundiais (à exceção da Alemanha). De roldão, monovolumes e hatches médios também foram atingidos, porém ainda resistem. Crossovers verdadeiros serão as próximas vítimas.
Subcompactos assumiram o espaço criado dentro do quadro geral. O Mobi estreou bem nessas comparações e o Kwid pode ser ameaça ao líder em 2018. Não na forma de represamento das vendas iniciais que levaram a análises apressadas em setembro do ano passado, mas de uma disputa acirrada que merece ser observada.
Também se deve ressalvar que modelos novos, como Argo, Polo e o próprio Kwid, tiveram menos meses de vendas em 2017 e só neste semestre poderão revelar sua força efetiva junto aos compradores.
No ano passado, poucos modelos conseguiram assumir ou recuperar a liderança: Mercedes-Benz Classe C, BMW Série 5 e o surpreendente Subaru WRX. Um destaque foi o híbrido Prius aparecer em décimo lugar, no segundo mais numeroso segmento do País.
Classificação da Coluna soma hatches e sedãs da mesma família, independentemente do nome do modelo. Sedãs com entre-eixos de significativa diferença classificam-se à parte (Versa, Logan, Etios e outros). Base é o Registro Nacional de Veículos Automotores. Citados apenas os modelos mais representativos e pela importância do segmento. Compilação de Paulo Garbossa, da consultoria ADK.
Subcompacto: Mobi, 47%; up!, 30%; Kwid, 20%. Mobi, por enquanto, fácil.
Compacto: Onix/Prisma, 24%; HB20 hatch/sedã, 13%; Ka hatch/sedã, 11,3%; Gol/Voyage, 11%; Sandero, 6%; Fox, 3,9%; Etios hatch, 3,8%; Uno, 3%; Etios sedã, 2,9%; Argo, 2,6%; Logan, 2,4%; Grand Siena, 2,3%; Versa, 2,2%; Cobalt, 2,1%; Palio, 1,9%; Fiesta hatch/sedã, 1,8%; City, 1,5%; March, 1,3%; 208, 1,1%. Líder ainda avança.
Médio-compacto: Corolla, 40%; Cruze hatch/sedã, 16%; Civic, 15,7%; Focus hatch/sedã, 7%; Jetta, 5%; Golf, 2,4%; Sentra, 2,3%; A3, 1,9%; Prius, 1,5%. Corolla, sem ameaças.
Médio-grande: Mercedes Classe C, 31%; Fusion, 27%; BMW Séries 3/4, 23%. Classe C volta a liderar.
Grande: BMW Série 5/6, 38%; Mercedes Classe E/CLS, 33%; Jaguar XF, 9%. Novo Série 5 reagiu.
Topo: Mercedes Classe S, 40%; BMW Série 7, 30%; A8, 13%. Posições consolidadas.
Esportivo: Subaru WRX, 29%; Mercedes SLC, 25%; Audi TT, 23%. Subaru virou o jogo.
Esporte: 911, 42%; 718 Boxster/Cayman, 34%; F-Type, 6%. Porsche brilha.
SUV compacto: HR-V, 18%; Creta, 16%; Renegade, 15%. Honda sob ameaça.
SUV médio-compacto: Compass, 55%; ix35/Tucson, 17%; Audi Q3, 5%. Líder inconteste.
SUV médio-grande: SW4, 53%; Discovery Sport, 12%; XC60, 10%. Toyota com bastante folga.
SUV grande: Trailblazer, 34%; Mercedes GLC, 9%; Jaguar F-Pace, 8%. Preço ajuda a vencer.
Monovolume pequeno: Fit/WR-V, 54%; Spin, 33%; Aircross, 11%. Diferença aumentou.
Crossover: ASX, 66%; Range Rover Evoque, 26%; Freemont/Journey, 6%. Liderança tradicional.
Picape pequena: Strada, 44%; Saveiro, 34%; Montana, 12%. Strada recuou um pouco.
Picape média: Toro, 34%; Hilux, 22%; S10, 20%. Ganhador acelera.
RODA VIVA
CERTAS iniciativas na área de trânsito, como as da prefeitura de São Paulo, pouco acrescentam. Fiscalizar velocidade média em avenidas dentro da cidade, mesmo com fins educativos (sem multar, apenas advertir por escrito) tem eficácia limitada. No exterior, a velocidade média é controlada em poucas autoestradas na Itália e Inglaterra, nos trechos em que há abusos.
ESTUDO nos EUA indica que as metas de redução de consumo de combustível no país ajudaram a reduzir mortes em acidentes. Isso ocorre porque mais modelos utilizam estruturas e componentes em alumínio para redução de peso e, por consequência, de consumo. Esse material, em comparação ao aço, pode absorver até duas vezes mais energia numa colisão.
CHEVROLET Bolt é um elétrico puro que impressiona ao acelerar, mas também pelo modo como pode ser dirigido no trânsito: praticamente sem usar o pedal de freio. Basta escolher regeneração máxima ao retirar o pé do acelerador. Quadro de instrumentos indica autonomia otimista (até 380 km) e pessimista (diminui ansiedade ao informar ao motorista a distância restante na pior situação).
ALÉM de espaçoso e piso todo plano na frente e atrás, o monovolume produzido pela GM nos EUA tem ótima posição ao volante e comportamento em curvas superior à média por seu baixo centro de gravidade. Câmera traseira, quando acionada, reproduz imagens em grande angulação na superfície total do espelho interno. Como o Bolt é muito caro, a empresa pretende formar pequena frota de demonstração e teste no Brasil.