CESVI Brasil explica as diferenças de reparar carros com carrocerias à base de alumínio em relação às convencionais chapas de aço
O que acontece quando um automóvel que tem carroceria à base de alumínio chega a uma oficina de reparação automotiva? A questão é relevante porque, cada vez mais, veremos esse material chegando às reparadoras. Nos EUA, a Ford mudou, do aço para o alumínio, a carroceria do seu veículo mais vendido, a picape F-150 – líder de vendas durante mais de 30 anos. Com isso, obteve uma redução de peso do modelo de mais de 300 quilos – quase 20% a menos que o peso original. Uma das maiores vantagens é que um veículo mais leve tem maior eficiência energética: consome menos combustível.
A adoção do alumínio em um dos veículos mais vendidos dos EUA deve servir de alerta para as oficinas e seguradoras do Brasil: o alumínio vem para ficar. Mas as oficinas brasileiras estão preparadas para isso? Infelizmente, bem menos do que seria desejável.
“Devido ao desconhecimento tanto das características desse metal quanto da técnica apropriada para o trabalho, muitas oficinas têm encontrado dificuldades para reparar pequenas avarias no alumínio”, aponta Emerson Feliciano, gerente sênior de Pesquisa e Desenvolvimento do CESVI Brasil, centro de pesquisa especializado em reparação automotiva e segurança viária. “Por não saber como reparar, acabam optando pela substituição de peças. Essa troca desnecessária aumenta o custo do reparo, impactando a companhia de seguros.”
De modo geral, o reparo feito em peças automotivas de alumínio é semelhante ao trabalho feito em peças de aço. Mas há algumas diferenças importantes, às quais as oficinas precisam ficar atentas para que o serviço seja executado à perfeição.
As diferenças no reparo
Quais as principais diferenças no reparo do alumínio em relação ao aço? De cara, o alumínio oferece uma resistência maior à corrosão e, quando estampado, tem uma dureza maior (essa característica pode ser sentida, principalmente, no trabalho com martelinho de ouro).
Quando as chapas de alumínio são desbastadas com esmerilhadeira, não soltam fagulhas(diferentemente do aço), e por isso o reparador não tem uma noção exata se está desbastando material em excesso – o que exige mais do conhecimento do funileiro.
Além disso, por ter uma condutividade elétrica mais alta que o aço, o alumínio não pode ser trabalhado com as repuxadeiras convencionais. Aliás, as ferramentas que a oficina costuma usar para o reparo do aço não devem, posteriormente, ser usadas no alumínio, já que isso pode provocar contaminação da peça.
E mais: a soldagem do alumínio é mais complexa, sendo que esse metal, muitas vezes, é reparado com adesivo estrutural, o que demanda treinamento maior do operador. Na substituição parcial, é comum o uso de rebites especiais para alumínio – além do adesivo estrutural. E aqui vale lembrar: desenvolvidos para substituir a solda convencional em algumas aplicações, os adesivos estruturais têm como componente principal o poliuretano, ou epóxi, promovendo uma boa adesão às áreas que precisam ser coladas.
Mais dúvidas sobre o reparo de veículos com carroceria de alumínio? Consulte o CESVI Brasil.