Tecnologia: há 25 anos o ESP® era apresentado

Em todo o mundo, 82% dos veículos novos de passeio saem de fábrica equipados com o sistema

Uma estrada molhada e uma manobra evasiva repentina: houve um tempo em que tal situação terminava com o veículo em uma vala ou contra um guard rail e, não raramente, com mortes ou ferimentos graves. Há 25 anos, a Bosch e a Daimler-Benz apresentaram uma solução para o problema e lançaram o primeiro veículo equipado de série com o Programa Eletrônico de Estabilidade (ESP®), o Classe S. Desde então, a tecnologia mantém os veículos seguros nas ruas e estradas, inclusive em situações críticas de dirigibilidade.

Pesquisadores da Bosch estimam que, somente na União Europeia, o sistema anti-derrapagem já salvou mais de 15 mil vidas nos últimos 25 anos, além de evitar aproximadamente meio milhão de acidentes com lesão corporal. Junto ao cinto de segurança e ao airbag, o ESP® é um dos mais importantes “salva-vidas” em um veículo. “O desenvolvimento do Programa Eletrônico de Estabilidade foi um marco na busca pela ‘visão zero’, que visa o fim das mortes nas rodovias”, afirma Harald Kroeger, membro do conselho de administração da Bosch mundial. “O ESP® é um excelente exemplo do que entendemos por tecnologia para a vida”, completa.

Apesar dessa inovação ser de 1995, não há nada de desatualizado nela: a Bosch tem aprimorado continuamente seu sistema anti-derrapagem e já produziu mais de 250 milhões de sistemas ESP®. Atualmente, é inconcebível um carro moderno sem este “anjo da guarda” eletrônico. Em todo o mundo, 82% de todos os veículos novos de passeio estão equipados com o ESP® – em 2017, este número era de 64%.

Análises de mercado da Bosch mostram que em 2019, o ESP® já estava presente em pelo menos 44% dos veículos de passeio vendidos no Brasil, taxa de instalação que vem crescendo ano a ano. Item de segurança mandatório desde o início de 2020 para veículos leves novos, a partir de 2022 também passará a ser obrigatório para todos os veículos leves comercializados no mercado nacional. “A resolução CONTRAN 567/15, que define a obrigatoriedade dessa tecnologia, é uma enorme conquista no quesito da segurança veicular para a sociedade brasileira, pois muitas vidas serão salvas, além de evitar um expressivo custo social”, destaca Michel Braghetto, gerente de Marketing da Divisão Bosch Chassis Systems Control no Brasil.

O ESP® pode evitar até 80% de todos os acidentes causados por derrapagem

O Programa Eletrônico de Estabilidade é um item essencial, especialmente quando as rodovias estão molhadas, escorregadias, ao desviar de obstáculos inesperados como, animais na estrada ou até mesmo ao fazer uma curva brusca e fechada. Até 80% de todos os acidentes por derrapagem podem ser evitados com o ESP®. Essa tecnologia combina as funções do Sistema Antibloqueio de Frenagem (ABS) e o Sistema de Controle de Tração (TCS), além de detectar movimentos de derrapagem do veículo e agir de forma a neutralizá-los prontamente.

O sistema utiliza informações sobre a dinâmica do veículo para detectar se ele está na mesma direção em que o motorista deseja. Caso haja discrepância entre estes dois fatores, o ESP® intervém. Pode parecer simples, mas o processo é, de fato, complexo. Sensores inteligentes auxiliam na comparação do ângulo de esterço e a trajetória do veículo 25 vezes por segundo. Se os dois divergirem, o ESP® reduz o torque do motor automaticamente e freia as rodas individualmente. Dessa forma, o sistema ajuda o motorista a evitar que o veículo derrape, cortando o acidente pela raiz.

“Teste do Alce” – um marco na história

A história por trás dessa conquista é longa. Tudo começou nos anos 80 graças aos esforços individuais da Bosch e da Daimler-Benz na busca por mais estabilidade para os veículos. Desde 1992, até seu lançamento no mercado, especialistas das duas empresas trabalharam em conjunto no projeto. O lendário “teste do alce” de 1997 ajudou o sistema a alcançar um importante marco na história: na presença de uma revista automotiva sueca, um Mercedes-Benz Classe A capotou enquanto realizava uma manobra de desvio abrupta. Como resposta ao ocorrido, a Mercedes decidiu tornar o ESP® um item obrigatório em seus veículos e, desde então, cada vez mais montadoras seguiram o mesmo exemplo.

Menos acidentes, lesões e fatalidades – legisladores também reconheceram os benefícios do ESP® e o tornaram um recurso obrigatório nos veículos em diversas partes do mundo. Na União Europeia o processo foi gradual. A partir de novembro de 2011, o sistema passou a ser obrigatório em novos modelos de veículos de passeio e comerciais e, desde 1 º de novembro de 2014 em todos os novos veículos de passeio e comerciais. Na Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Equador, Israel, Japão, Malásia, Nova Zelândia, Rússia, Coréia do Sul, Turquia e Estados Unidos o sistema também passou a ser legalmente obrigatório ou, até mesmo, um comprometimento individual das montadoras. A experiência na Europa mostra que conforme a proporção dos veículos equipados com o sistema aumenta, o número de acidentes diminui.

Base para a direção autônoma

“O ESP® elevou a segurança rodoviária a um novo patamar”, afirma Kroeger. O sistema já está presente em uma grande variedade de veículos: a Bosch oferece sistemas ESP® personalizados para todos os tipos de motorizações, desde os motores a combustão até os elétricos, e para todos os tipos de automóveis, desde os modelos de passeio até os comerciais pesados.

Além disso, o Programa Eletrônico de Estabilidade é a base tecnológica para muitas funções de assistência e direção autônoma. Os sistemas de assistência ao condutor podem tornar o trânsito mais seguro se forem amplamente adotados. Dados apontam que apenas na Alemanha, cerca de 72% das colisões traseiras com ferimentos poderiam ser evitadas se todos os automóveis fossem equipados com o dispositivo de Frenagem Automática de Emergência (AEB).

“As tecnologias Bosch alertam e dão apoio aos motoristas em situações críticas, levando em consideração que eles são, cada vez mais, forçados a assumir funções monótonas e cansativas ao volante. Isto nos dá a oportunidade de reduzir ainda mais o número de acidentes e mortes nas ruas e estradas”, diz Kroeger. Com ou sem motorista ao volante, a Bosch cortará os acidentes pela raiz no futuro.

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