Brasil é o sexto mercado com a maior frota de veículos, com idade que deve superar os 10 anos em 2020, reacendendo a discussão sobre a importância de um programa de renovação
Pelo sexto ano consecutivo, a frota brasileira fica mais velha. Com a queda de 40% nas vendas de modelos novos em 2020, a idade medida dos veículos que circulam no País deve superar os 10 anos, enquanto a dos caminhões já ultrapassa os 11 anos. É o que revela um estudo recente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças).
Tal cenário revela a necessidade urgente de um programa de renovação, sobretudo para o setor de caminhões já que veículos antigos, além de mais poluentes são mais perigosos, segundo Elias Mufarej, diretor do Sindipeças. A adoção de subsídios, como juros bem mais em conta é a proposta das empresas do setor junto ao governo, sendo momento propício para promover um programa de Renovação da Frota (Reciclagem Automotiva).
Segundo Mufarej, o programa contempla inspeção técnica veicular que vem sendo aventada há mais de 20 anos e ainda não saiu do papel. “Com a frota envelhecendo, é importante que exista uma forma de fiscalizar as condições dos veículos que trafegam em ruas e estradas do Brasil, medida importante para ajudar a reduzir acidentes, uma vez que a falta de manutenção é uma das causas que levam ao elevado índice de mortes no trânsito”, explica.
O estudo anual, que serve de subsídio para as empresas do setor programarem a produção de peças para o mercado de reposição em paralelo à produção para as montadoras, coloca o Brasil na rota internacional de investimentos no setor de aftermarket. “A frota brasileira é a sexta maior do mundo e, por isso, demanda muitas peças, produção local, trabalho e gera mão de obra. Basta observar a quantidade de velas e baterias que os veículos demandam anualmente”, conta Mufarej, responsável pela pesquisa.
Na soma de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus, a frota brasileira hoje é de 45,9 milhões de veículos. Do total de veículos, 64,3% estão concentrados em São Paulo (que sozinho fica com 30% da frota). O estudo mostra ainda que o Brasil tem hoje 4,6 habitantes por veículo. Nos Estados Unidos a relação é de 1,2 habitante por veículo, enquanto na China é de 8,4, no Japão de 1,6, na Rússia de 2,8 e na Alemanha de 2,7.