Associação vem trabalhando ativamente no decorrer dos anos para que os veículos ofereçam maior segurança aos consumidores
Nesta sexta-feira, 18, a PROTESTE, Associação de Consumidores, relembra o teste de impacto lateral realizado no Chevrolet Onix. Três anos depois da PROTESTE, através do teste da Latin NCAP, pedir a retirada do modelo do mercado, o Ministério Público Federal, em conjunto com o Ministério Público de Minas Gerais, entra com uma ação civil publica contra a General Motors e o Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), exigindo o recall do veículo.
Em 2017, o Programa de Avaliação de Carros novos para América Latina e o Caribe (Latin NCAP), do qual a PROTESTE, representada pelo CEO, Fábio Zacharias, é parceira e membro do broad, divulgou os resultados do teste do Chevrolet Onix. O compacto, líder em vendas no Brasil, conseguiu um resultado decepcionante de zero estrela em relação à proteção do passageiro adulto e três estrelas quanto à proteção do passageiro criança.
O desempenho estrutural no impacto lateral mostrou um grande deslocamento (penetração) da coluna B, dentro do compartimento do passageiro, significativamente maior que nos outros dois veículos avaliados na época. Provavelmente, devido a seu baixo desempenho estrutural, a situação não mudaria nem mesmo incluindo airbags laterais. Além disso, a porta traseira do Onix se abriu no teste. A abertura da porta significa um alto risco para os ocupantes, especialmente crianças, bem como o fato de o modelo não ter cumprido com a regulação de proteção contra impacto lateral básica das Nações Unidas (UN95).
Desde o pedido da PROTESTE, em 2017, o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) publicou uma norma que determina ensaios de colisão lateral para todos os novos modelos lançados a partir de 2020. Além disso, de 2023 em diante, o teste será exigido para os modelos à venda no país.
De acordo com o MPF, a montadora deve realizar o recall dos Onix produzidos entre 2012 e 2017, pois esses veículos são considerados inseguros, ainda que, até então, estivessem dentro das normas estabelecidas pelo Contran.
Segundo o Fábio Zacharias, em 2017, a PROTESTE apontou a insegurança do veículo, com base no teste do Latin NCAP, e, a afirmação da montadora, de que o veículo estava em conformidade com a legislação brasileira, só deixou ainda mais claro a necessidade de um aprimoramento da regulação.
“É extremamente preocupante que a General Motors, que afirma que o Onix é baseado numa plataforma global, não tenha tido êxito na versão avaliada pelo Latin NCAP em 2017. De acordo com os resultados do teste foi verificado que o carro não seria aprovado pela regulação da ONU (UN95), nem pela Norma Federal de Segurança Veicular dos EE.UU. (FMVSS214), aplicados na Europa e nos Estados Unidos respectivamente. Igualar o nível de segurança e qualidade com o padrão global é imprescindível para qualquer tipo de produto comercializado no Brasil, sendo ainda mais importante quando se trata da vida do consumidor” diz o CEO.