Ela conquistou a medalha de prata no vôlei de praia nas competições do Rio em 2016 e hoje vive um dos melhores momentos de sua carreira. Ao lado de sua parceira Duda Lisboa, 15 anos mais nova que ela, Ágatha Bednarczuk, é a atual campeã brasileira de vôlei de praia e só nos últimos seis meses conquistou sete medalhas, sendo quatro internacionais.
Classificada para as competições de Tóquio desde 2019, a atleta paranaense que teve a carreira iniciada em 1992, fala um pouco sobre o período inicial da pandemia, expectativas, desafios e preparação para o grande evento esportivo no Japão.
Ágatha abre a série de entrevistas com os atletas do Time Nissan nesta reta final para as competições internacionais do outro lado do mundo. Criado em 2012 com objetivo de apoiar o esporte brasileiro, o grupo mescla atletas em diferentes momentos de carreira, de nomes já consagrados a jovens promessas, sendo seis olímpicos e seis paralímpicos.
Confira:
Qual balanço você faz do período da pandemia?
Profissionalmente, acredito que eu e Duda conseguimos extrair coisas boas desse período. Mesmo à distância, mantivemos os nossos treinos e, quando as competições retornaram, em setembro do ano passado, voltamos com muita energia para fazermos o melhor possível. Exemplo disso foi o nosso resultado na Temporada 20/21 do Circuito Brasileiro de Vôlei de Praia, o qual fomos campeãs com oito pódios. O nosso time tem cinco anos e nunca tínhamos sido campeãs brasileiras.
Pessoalmente, tive a oportunidade de curtir mais minha casa e conviver com aqueles que eu amo. Consegui fazer algumas reformas e arrumar alguns espaços que estavam precisando. Também cozinhei mais em casa. Apesar de tudo que o mundo estava vivendo, foi um período muito bom para mim.
O que você espera viver no Japão?
Meu desejo é conseguir colocar em prática tudo que eu venho trabalhando nesse momento, tanto nos treinos como nas competições. Quero sair de lá com a sensação de que eu consegui dar o meu máximo. Se vai vir uma medalha, vai ser consequência do que eu conseguir fazer lá. Para mim isso é o mais importante.
Também acho que vai ser uma experiência muito diferente da que vivi no Rio de Janeiro em 2016. Na época, havia público muito próximo da gente. A arena era praticamente brasileira e a torcida nos motivava muito. Acredito que vai ser uma competição com muitos protocolos e muito focada no esporte, sem distrações.
Qual o desafio agora, nesta reta final para as competições?
O momento é de concentração, de foco e estudo das adversárias. Estamos concentradas em Saquarema, no Rio de Janeiro, com nossa equipe multidisciplinar. Temos sede de medalha e estamos nos preparando para isso. Porém, os times adversários também estão bem preparados e não será fácil.
Jogar uma olimpíada exige que você se dedique de corpo e alma. Nesse momento, todo o meu foco, toda a minha energia está concentrada para o grande evento no Japão. Pessoalmente, venho buscando curtir todo o processo de preparação desde o início. Apesar de muito tensa, eu curti viver a corrida olímpica no Brasil e desde que a gente conquistou a vaga eu venho buscado aproveitar cada momento ao lado da Duda e de toda a equipe. Em cada etapa deste processo, eu estou buscando me divertir também. Eu acho que isso faz toda a diferença.