Mercado: 30% dos carros usados podem ter quilometragem adulterada

Especialista dá dicas do que deve ser checado para evitar problemas
Ótimos produtos disponíveis no mercado, baixa nas taxas de juros para financiamento e boas oportunidades de negócio. Esses são alguns dos fatores que têm levado cada vez mais pessoas a fecharem negócio na compra de um carro usado. Muitos são os benefícios, ao mesmo tempo em que são necessários cuidados para que o negócio não vire dor de cabeça para o novo dono. Entre eles, é essencial conferir a veracidade do odômetro, ferramenta que contabiliza a quilometragem rodada: estimativas apontam que 30% dos carros usados têm quilometragem adulterada.

A alteração dessa peça é um crime que busca valorizar o automóvel e maquiar sua real situação, sendo assim um ato danoso para o comprador. “Quando você compra um veículo com alta quilometragem sem saber, provavelmente terá a surpresa desagradável de ter que gastar com revisão, manutenção e até substituição de peças bem antes do previsto”, explica Gustavo Milsztayn, especialista no mercado de carros usados e CCO do Carzen.

Para garantir um negócio sem quilometragem adulterada, é necessário, antes de mais nada, levantar todo o histórico do veículo. “Em uma base de dados confiável e segura, checar a procedência, todas as revisões realizadas e até mesmo informações sobre um possível sinistro ou anterior pertencimento a locadoras”, esclarece Gustavo. “Essas informações já vão dizer muita coisa sobre o carro que pretende comprar”, completa.

Além do acesso ao site de checagem eletrônica e procedência do veículo, há mais maneiras de descobrir se o hodômetro foi alterado ou não. “Conferir o estado da cabine e da costura dos bancos também é relevante. Carros de 20 a 30 mil km rodados não devem apresentar grande desgaste desses locais”, esclarece Gustavo.

O especialista em carros usados explica, ainda, que um indício forte de que o automóvel já andou muito é o estado das borrachas e das mangueiras no motor. Neste caso, se elas estiverem desgastadas, ressecadas ou esbranquiçadas, desconfie caso o vendedor tenha dito que o veículo andou pouco. “Com todas essas informações em mãos e a checagem presencial nos detalhes do veículo, é muito provável que a sua compra do seminovo seja segura e realizadora”, finaliza Gustavo.

O futuro comprador também pode:

– Checar os pneus, sua data de fabricação e se os quatro são iguais.Um jogo de pneus dura ao menos 30 mil km.
– Conferir o visual do carro, com possíveis ferrugens sob o assoalho, arranhões e até desbotamento de pintura, que são indícios de tempo de uso.
– Chamar um mecânico de confiança para ajudá-lo com os detalhes técnicos do carro.

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