Austin Jones e o brasileiro Gustavo Gugelmin são os campeões do Rali Dakar 2022

Depois de muita areia, dias difíceis, perda de liderança e disputa acirrada, o brasileiro Gustavo Gugelmin e o norte-americano Austin Jones, da Can-Am Factory, erguem troféu em Jeddah, na Arábia Saudita. Com o título, Gugelmin torna-se bicampeão do Dakar, ele já havia levado o título em 2018, ao lado de Reinaldo Varela

Após duas semanas intensas com doze etapas e mais de oito mil quilômetros de percurso, Austin Jones (Estados Unidos) e Gustavo Gugelmin (Brasil) foram os grandes ganhadores do Rali Dakar 2022 na categoria UTV (T4), com uma vantagem apertadíssima de apenas 02m37s sobre os espanhóis Gerard Farres e Diego Gil, da mesma equipe Can-Am Factory. Os terceiros colocados foram Rokas Baciuska (Lituânia) e Oriol Mena (Espanha), da equipe South Racing. Esta edição do Dakar consagra pela quinta vez a Can-Am como grande campeã da prova e os Maverick X3 como o modelo mais desejado das competições. Deu Can-Am em todas as posições do Top 10 nessa categoria, mostrando a resistência aliada à potência dos veículos off-road da marca.

E não foi só. Nos protótipos leves (FIA T3) também deu Can-Am com sete posições dentre os dez primeiros colocados. Os chilenos Francisco ‘Chaleco’ López e Juan Pablo Latrach Vinagre chegaram na frente dos companheiros de equipe (EKS – South Racing) Sebastian Eriksson (Suécia) e Wouter Rosegaar (Países Baixos), com 51m28s de vantagem e ergueram o troféu. Esta é a terceira vez que Chaleco vence um Dakar, sendo as duas anteriores entre os UTVs e agora nos protótipos leves, uma divisão da categoria carros.

Uma das duplas que surpreendeu neste ano, a brasileira formada por Rodrigo Luppi e Maykel Justo, que também competiu com o Maverick X3 XRS preparado e assistido pela South Racing Can-Am, liderou algumas etapas e chegou ao final da competição na sexta posição, a menos de uma hora do compatriota Gugelmin e seu piloto Jones. A dupla teve um início fantástico no Dakar 2022, finalizando todas as etapas da primeira metade da prova entre os cinco primeiros colocados, sendo inclusive campeões do quinto dia do rali. Mesmo em seu ano de estreia no Dakar, Luppi seguiu firme com as indicações do experiente Justo, enfrentou as dificuldades nas etapas seguintes, com trechos complicados e adversidades na navegação, terminando entre os Top 10.

As outras duas duplas apoiadas pela Factory Can-Am, Aron Domzala (Polônia) e Maciej Marton (Polônia) e, Molly Taylor (Austrália) e Dale Moscatt (Austrália), por pouco não entraram nesse seleto grupo, finalizando a competição na décima-segunda e na decima-quarta posições respectivamente.

Jones e Gugelmin terminaram a primeira metade do Dakar na liderança e se mantiveram assim até a décima-primeira e penúltima etapa, quando os espanhóis Farres e Gil assumiram a dianteira. Um susto, mas com gostinho todo especial de retomada. “O Dakar é a Fórmula 1 da terra. É a competição mais difícil no planeta off-road porque exige não só do UTV, mas também dos competidores física, emocional e psicologicamente. Sem contar toda a parte estratégica evolvendo uma equipe gigante com mecânicos, preparadores, logística e tudo mais. Então, não imaginava nem nos meus melhores sonhos um dia ganhar o Dakar, quem diria ser bicampeão. Estou muito feliz”, comemorou Gustavo Gugelmin, e complementou:

“É muito bom poder voltar para casa, para minha família, para meu país com o troféu na mão. Agradeço ao Jones por tudo porque somente uma dupla afinada, que se entende consegue avançar. Missão dada, missão cumprida por nós dois. Sentimento de dever cumprido. Agora focar no campeonato mundial, esta foi apenas a primeira etapa, para levar a Can-Am ao lugar mais alto do pódio. Obrigado aos patrocinadores tão importantes para que tudo isso acontecesse, obrigado a todo mundo que acreditou na dupla. O Jones pilotou com maestria, por mais de oito mil quilômetros sem cometer erros, sem bater, o que normalmente acontece muito. Ano que vem tem mais”, finalizou o brasileiro.

Classificação geral do Rali Dakar 2022 nos UTVs – Final (extraoficial)

1)   Austin Jones/Gustavo Gugelmin – Can-Am Maverick XRS – 47h22m50s

2)   Gerard Farres Guell/Diego Ortega Gil – Can-Am Maverick XRS – a 02m37s

3)   Rokas Baciuska/Oriol Mena – Can-Am Maverick XRS – a 15m18s

4)   Marek Goczal/Lukasz Laskawiec – Can-Am Maverick XRS – a 16m21s

5)   Michal Goczal/Szymon Gospodarczyk – Can-Am Maverick XRS – a 28m28s

6)   Rodrigo Luppi/Maykel Justo – Can-Am Maverick XRS – a 55m44s

7)   Luis Portela Morais/David Megre – Can-Am Maverick XRS – a 03h20m29s

8)   Eric Abel/Christian Manez – Can-Am Maverick XRS – a 05h22m46s

9)   Joan Moreno/Miguel Puertas Herrera – Can-Am Maverick XRS – a 5h57m59s

10)  David Zille/Sebastian Cesana – Can-Am Maverick XRS – a 6h15m55s

*Fonte: Dakar Oficial

Classificação geral do Rali Dakar 2022 nos Protótipos leves – Final (extraoficial)

1)   Francisco ‘Chaleco’ López/Juan Pablo Vinagre – Can-Am XRS – 45h50m51s

2)   Sebastian Eriksson/Wouter Rosegaar – Maverick X3 – a 51m28s

3)   Cristina Herrero/François Cazalet – OT3 01 – a 04h34m43s

4)   Santiago Navarro/Marc Sola – Maverick X3 – a 05h11m35s

5)   Pavel Lebedev/Kirill Shubin – Maverick – a 05h52m14s

6)   Camelia Liparoti/Xavier Blanco – Yamaha YXZ1000R – a 08h26m11s

7)   Thomas Bell/Bruno Jacomy – Maverick X3 – 08h35m01s

8)   Dania Akeel/Sergio Lafuente – Maverick X3 – a 10h00m07s

9)   Serge Gounon/Pierre-Henri Michel – Can-Am XRS – a 10h59m18s

10)  Lionel Costes/Christophe Tressens – ZEPHYR – 11h33m10s

*Fonte: Dakar Oficial

Artigos relacionados

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

- Advertisement -spot_img

artigos recentes