MAVERICK X CORCEL

Um simples erro no engate da 1ª marcha, quase causou uma tragédia em
meados dos anos 70. Dois colegas, que trabalhavam em uma fábrica que até
dois anos atrás, “habitava” o ABC onde fabricou tratores (que abandonou
depois de três tentativas; caminhões – com duas tentativas também
frustradas, e também veículos leves, como Escort, EcoSport, Ka e outros,
além dos dois modelos dessa narrativa. Identificou a fábrica?) foram
levar dois carros para um estúdio na região da Paulista, onde seriam
fotografados pela revista 4 Rodas.

Um, que adorava acelerar e que era responsável pela divulgação das
competições da fábrica, ia na frente levando o Maverick V8 302, 197 cv,
6 cilindros, que fazia de 0 a 100 km/h em 11,6s e máxima de 182 km/h. O
outro, um sujeito super tranquilo, seguia logo atrás, com o Corcel GT,
com menos da metade da potência (80 CV), 0 a 100 km/h em 18s e final de
138,5 km/h, embora Emerson Fittipaldi, em Interlagos, tenha conseguido
142.

Tudo corria bem, enquanto a dupla seguia por terrenos planos. Mas, ao
chegarem em uma daquelas vias, com grande inclinação, que cruzam a
Paulista, a coisa ficou feia. Pouco antes do cruzamento com a avenida, o
farol/semáforo/sinaleira (depende da região no Brasil) mostrou o
vermelho. Ainda que tentado a aproveitar a força do motor 302 do
Maverick, resolveu não passar no amarelo e parou no cruzamento, seguido
pelo Corcel.

Depois de alguns segundos, o intrépido da frente, a acionou a embreagem
e engatou aquela que ele imaginava tratar-se da 1ª delas. Mas,
emocionado com o ronco do motor, e muito ansioso, esqueceu que o
Maverick tinha um problema no trambulador, muito sensível e, se não
houvesse um engate preciso, entrava a ré.

E começou a acelerar, fazendo o Maverick até balançar. Atrás, seu colega
viu a luz de ré acesa e percebeu que havia entrado a marcha errada, e
não a 1ª. Começou a buzinar desesperado, o que excitou ainda mais seu
companheiro que, ao avistar o verde, soltou a embreagem e pisou fundo
com o pé direito e…. decolou para trás, subindo no capô do Corcel e
quase matando, de susto, aquele que levava o Corcel GT. A 4 Rodas não
conseguiu fazer aquela foto e o Departamento de Imprensa da fábrica
(descobriu que falei da Ford?), “perdeu”, por um bom tempo, dois carros
novos. No dia seguinte, dois outros carros foram fotografados pela
revista.

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