Especialista explica como evitar problemas com a suspensão de um veículo na hora da compra
No primeiro semestre de 2023, o mercado de veículos usados registrou um aumento de 11,9% no volume de vendas, em comparação com o mesmo período de 2022, totalizando mais de 8 milhões de unidades comercializadas, de acordo com dados da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores). A grande opção de ofertas disponíveis desperta nos consumidores o desejo de trocar de carro.
No entanto, a aquisição de um usado pode se mostrar um desafio complexo, repleto de riscos potenciais, exigindo que o comprador tome uma série de precauções antes de concluir o negócio. Entre essas medidas estão a verificação da documentação, a busca por multas ou pendências não regularizadas, a identificação de danos decorrentes de acidentes anteriores, a avaliação do preço pedido em relação aos valores de mercado, a obtenção de cotações para seguro e manutenção, e, claro, a análise das condições gerais de conservação e manutenção do veículo.
Nesse contexto, é aconselhável realizar uma inspeção minuciosa, examinando com atenção os sistemas mecânicos e elétricos em busca de quaisquer falhas ou irregularidades. Um ponto crucial é identificar possíveis danos no sistema de suspensão, uma vez que, se forem graves, podem comprometer a dirigibilidade, o conforto e a segurança do motorista e dos demais ocupantes.
Juliano Caretta, Supervisor de Treinamento Técnico da DRiV Tenneco, grupo detentor das marcas de amortecedores Monroe e de sistemas de suspensão Monroe Axios, explica algumas das avarias que o consumidor e reparadores precisam estar atentos ao inspecionarem um veículo para venda: “Ao adquirir um carro usado, muitas pessoas tendem a realizar uma vistoria superficial, muitas vezes negligenciando componentes críticos, como o sistema de suspensão. Esses elementos desempenham um papel vital na condução adequada e na segurança, tanto do motorista quanto dos passageiros. Peças como amortecedores, molas, bandejas e bieletas trabalham de forma integrada para garantir a estabilidade do veículo. Se uma delas estiver danificada, e não for devidamente reparada ou substituída, poderá desencadear um ‘efeito dominó’, comprometendo as demais peças e todo o sistema de suspensão.”
De acordo com Caretta, frequentemente, problemas como esses só se tornam evidentes após a compra, durante viagens prolongadas ou deslocamentos que submetem o veículo às situações que exigem muito da suspensão. Ele adverte que “os custos financeiros relacionados a esses danos podem ser altos, dependendo da gravidade da situação. Isso sem mencionar os riscos à segurança que o motorista pode enfrentar sem sequer perceber”. Para evitar que isso aconteça, Juliano recomenda que, ao negociar a compra de um veículo usado, independente do ano ou modelo de fabricação, que seja feita uma inspeção minuciosa por um profissional de confiança. O carro deverá ser colocado em um elevador e inspecionado detalhadamente em busca de trincas, vazamentos, desgaste e outros danos aos componentes, tanto na suspensão dianteira quanto na traseira. Em casos de dúvidas, é recomendado um test drive para avaliar a condição da direção, das rodas e dos freios.
O executivo encerra enfatizando que “É importante que uma ou ambas as partes realizem as devidas manutenções antes do veículo entrar em uso, garantindo, assim, que esteja plenamente capaz de rodar com segurança para todos”.