Em apenas dois anos, alguns dos principais modelos elétricos sofreram desvalorizações de até 47%; entenda o impacto da evolução do mercado e a competição crescente
O segmento de veículos elétricos no Brasil passou por uma rápida transformação desde 2022. Naquela época, os modelos eram mais caros e a oferta era limitada. Hoje, com o crescimento do mercado e a introdução de novos competidores, muitos desses carros sofreram desvalorizações acentuadas.
Por isso mesmo, algumas marcas preferem oferecer os modelos elétricos na forma de assinatura, pois a evolução constante dos veículos vai gerar uma perda direta para o consumidor e também para a imagem/valor da marca.
Vamos observar como foi esse comportamento com os principais atores do cenário automotivo elétrico brasileiro.
O Renault Kwid E-Tech, lançado como o elétrico mais barato do Brasil por R$ 142.990, agora é encontrado por cerca de R$ 79.700 no mercado de usados, refletindo uma queda de 44,3%. Esse modelo foi um dos primeiros a oferecer uma opção acessível, mas a chegada do BYD Dolphin em 2023 forçou uma redução ainda maior em seu preço.
O Caoa Chery iCar, que também chegou ao mercado em 2022, iniciou com um preço de R$ 139.990. Atualmente, seu valor médio de revenda é de R$ 79.900, indicando uma desvalorização de 42,9%. Assim como o Kwid, o iCar viu seu preço ser impactado pela concorrência crescente.
O JAC E-JS1, outro pioneiro na oferta de carros elétricos acessíveis, viu seu preço inicial de R$ 149.990 cair para R$ 80.800, uma desvalorização de 46%. A competição com novos modelos, como o BYD Dolphin e Dolphin Mini, pressionou o mercado e afetou seu valor.
Modelos mais premium também enfrentaram grandes quedas. O Peugeot e-208 GT, inicialmente vendido por R$ 276.990, agora pode ser encontrado por aproximadamente R$ 146.000, perdendo 47,2% do seu valor. Da mesma forma, o Peugeot e-2008, lançado por R$ 259.990, agora custa em torno de R$ 140.600, uma desvalorização de 45,9%.
O BYD Tan, um SUV elétrico de alto padrão, sofreu uma desvalorização de 37,5%. Originalmente vendido por R$ 487.590, hoje é encontrado por R$ 304.550. Apesar de continuar mais caro que muitos concorrentes, o Tan teve seu valor ajustado para se adaptar ao mercado.
Outros modelos notáveis incluem o Fiat 500e, que viu uma desvalorização de 37,5%, e o Chevrolet Bolt EV, que teve uma das maiores desvalorizações entre os analisados, com uma queda de 47,1%, refletindo a dificuldade do modelo em competir no atual mercado.
Essas desvalorizações destacam o impacto da rápida evolução tecnológica e a crescente competição no mercado de veículos elétricos, forçando ajustes de preços e influenciando significativamente o valor dos modelos no mercado de usados.
Em resumo, os veículos elétricos usados devem experimentar uma evolução contínua, com melhorias tecnológicas e uma maior aceitação no mercado. Embora possam enfrentar desafios como a depreciação da bateria e a variação nos preços, o cenário geral tende a ser positivo, com oportunidades para valorização e redução dos custos operacionais.
Modelo | Preço em 2022 | Preço na Troca | Desvalorização |
Peugeot e-208 GT | R$ 276.990 | R$ 146.000 | -47,2% |
Chevrolet Bolt EV | R$ 329.000 | R$ 174.000 | -47,1% |
JAC E-JS1 | R$ 149.990 | R$ 80.800 | -46% |
Peugeot e-2008 | R$ 259.990 | R$ 140.600 | -45,9% |
Nissan Leaf | R$ 293.790 | R$ 158.870 | -45,9% |
Renault Kwid E-Tech | R$ 142.990 | R$ 79.700 | -44,3% |
Volvo XC40 (bimotor) | R$ 399.950 | R$ 222.200 | -44,4% |
Caoa Chery iCar | R$ 139.990 | R$ 79.900 | -42,9% |
Volvo XC40 (monomotor) | R$ 309.950 | R$ 199.000 | -35,7% |
BYD Tan | R$ 487.590 | R$ 304.550 | -37,5% |
Fiat 500e | R$ 255.990 | R$ 159.820 | -37,5% |