Freio motor? Nem todo motorista sabe o que é

Sem o resultado final das investigações em andamento, não é possível estabelecer as razões do acidente que matou 9 pessoas, no domingo (20/10), mas não dá para entender como um caminhão, carregado com 30 toneladas seguiu viagem depois de ter passado por dois “consertos”, em uma mesma oficina, pois o motorista não conseguia engatar as marchas com a precisão necessária. O delegado que ouviu o depoimento do motorista conta que  “Ele tentava engatar as marchas e algumas determinadas não se encaixaram. A partir daí ocorreu a perda do controle de veículos, excesso de velocidade e, na sequência, o impacto na traseira da van dos jovens remadores.

Então, na terceira “quebra”, ou do problema com o câmbio,  o caminhão estava na descida da serra da BR 376, em Guaratuba, litoral paranaense e, segundo o motorista, não consegui engatar as marchas. E a carreta ganhou velocidade e  “atropelou” a van que seguia à sua frente, transportando nove  jovens gaúchos, de uma equipe de remo. Oito deles, mais o motorista da van, morreram no acidente.

Mas por que tudo aconteceu? A carreta teve um terceiro defeito, ou o motorista nunca ouviu falar em freio motor? Para quem não sabe, o freio motor impede que o veículo, seja carro, caminhão, ônibus, desembale serra abaixo. É tão importante, que muitas fábricas hoje já implantaram sistemas automáticos em seus caminhões.

O freio motor é uma alternativa segura para reduzir a velocidade do caminhão, pois não aumenta o consumo de combustível e ajuda a preservar os componentes do veículo. Ele é acionado quando o motorista reduz a marcha em grandes descidas, fazendo com que o motor diminua a rotação e auxilie na frenagem.

A DAF, por exemplo, coloca em seus caminhões o freio motor MX, com três estágios de controle e potência de 490 cv e 2.100 RPM.  A Volvo tem um  sistema com duas opções de potência, 210 cv ou 300 cv, enquanto o caminhão Iveco Hi-Wai tem sistema de freio motor New CB, que combina o Iveco Turbo Brake e o freio motor VGT. Também a Mercedes-Benz e Volkswagen Caminhões  podem ter diferentes tipos de freio motor, como freio de cabeçote , freio do tipo borboleta  e o engine break.

O freio de cabeçote descomprime os cilindros por intermédio de válvulas de escape. O freio tipo borboleta atua no sistema de exaustão de gases. E o Combine Engine break, junta os dois anteriores.

O freio motor é uma sistema extra, que ajuda o motorista a ter mais controle sobre a velocidade do caminhão, funcionando a partir do uso do próprio motor, visando contribuir com o sistema de frenagem. Para tanto, é importante que seja mantida a rotação ideal, demarcada em amarelo no conta-giros do veículo.

O freio motor é uma boa alternativa para, não apenas reduzir a velocidade do caminhão, já que ele não aumenta o consumo de combustível e colabora na preservação de outros componentes, como o sistema de freio, diminuindo a rotação e auxiliando na frenagem.

O que pensa o especialista

Luis Cláudio Marão, especialista na área de logística, fundador da ILOGG, não comenta o acidente, pois ainda não existem informações completas, mas diz que muitos motoristas de caminhão e até mesmo de veículos leves, como automóveis e picapes, “desconhecem o que significa freio motor e como usá-lo”. Ele alerta também para a baixa profissionalização nos tempos atuais, em que os veículos estão mais potentes e velozes, resultando em acidentes por imperícia ou imprudência.

Luis fala que hoje em dia, não existe mais aquele profissional que “herdou” do pai o desejo de dirigir um caminhão, como existia até pouco tempo. “Os jovens de hoje – conclui ele – não buscam mais a profissão de caminhoneiro, estando mais voltados para outros tipos de trabalho, ligados à tecnologia.

Não é privilégio dos caminhoneiros!

Por favor, entre no meu blog e veja o que escrevi anos passados”:

https://www.blogger.com/blog/post/edit/5669069162538782517/702307119489282166

Diante de tamanhos erros nessa história, peço ao seu leitor que reflita sobre as responsabilidades de cada um dos personagens desta triste história. Quem errou? O motorista e seu patrão, que insistiram em seguir com um veículo nitidamente sem condições para tal: a concessionária que não avisou a Polícia Rodoviária sobre o caminhão que tivera um problema sério de câmbio ou a própria Polícia Rodoviária Federal, que deveria dar mais atenção ao tráfego. Uma sugestão para a PRF: fazer comandos aleatórios, apresentando um questionário para saber da capacidade do motorista em seguir viagem.

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