Segundo levantamento divulgado pela Abraciclo, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, no primeiro semestre deste ano foram fabricadas 769.613 motos, contra 839.945 unidades no mesmo período de 2013, correspondendo a uma redução de 8,4%. O acumulado das vendas no atacado – das montadoras para suas concessionárias – apresentou queda de 12,2%, quando comparado a 2013. Foram comercializadas 716.814 motocicletas frente a 816.462 unidades no primeiro semestre do ano anterior. Diante dos sinais de instabilidade, a Abraciclo refez suas projeções para o fechamento do ano, prevendo possível queda de 3%, tanto para a produção quanto para as vendas no atacado.
Já na comparação mensal, a retração é ainda maior, devido em parte à antecipação das férias coletivas nas fábricas, coincidindo com o período de realização da Copa do Mundo. Em junho, a produção ficou em 77.788 motocicletas, ante 135.980 unidades em maio, apontando decréscimo de 42,8%. Sobre junho de 2013 (153.392), a queda chegou a 49,3%. Em junho de 2014, foram comercializadas no atacado 80.223 unidades, o que representou um recuo de 35,7% frente a maio, com 124.825 motocicletas. Em relação ao mesmo mês do ano passado (139.247), a queda foi de 42,4%.
Sobre as exportações, o acumulado do primeiro semestre alcançou alta de 1,6%, com 45.479 unidades exportadas, ante 44.777 no mesmo período de 2013. Já o comparativo mensal apresentou baixa significativa de 31,5%, passando de 7.062 motocicletas exportadas, em maio, para 4.840 unidades, em junho.
O comparativo mensal de média diária de vendas de motocicletas também apresentou retração. Foram 5.193 unidades vendidas diariamente em junho, ante 6.033 unidades/dia em maio, o que corresponde a uma queda de 13,9%.
Em relação à média diária do mesmo mês de 2013 (6.252 unidades), os números apontam declínio de 16,9%.
No acumulado do varejo no primeiro semestre, a desaceleração foi de 4,1%, com 748.285 unidades vendidas, em 2013, frente a 717.618 unidades, em 2014.
“A previsão de estabilidade anteriormente anunciada para 2014, considerando-se os números de 2013, já contemplava os impactos da Copa do Mundo nos negócios, bem como a necessidade de antecipação das habituais férias coletivas de julho para junho. Houve um esforço de comercialização das montadoras e suas redes de concessionárias, que resultou na evolução dos negócios no primeiro trimestre, porém não se sustentou diante das seguidas retrações da demanda em abril e maio, a ponto do semestre se encerrar com 30 mil motocicletas a menos em relação à meta comercial planejada. No segundo semestre, portanto, o setor estará focado na necessidade de recuperação dos volumes de vendas e ajustes dos estoques”, afirma o presidente da entidade, Marcos Fermanian.