A Biblioteca Mario de Andrade tem o prazer de anunciar que receberá uma extraordinária obra pública para o seu acervo: serão 16 imensos vidros do artista plástico Alex Flemming, retratando pessoas anônimas que frequentam a Biblioteca. Na arte de Flemming, dotada de muita cor e vibração, esses cidadãos desconhecidos se transformam em representantes da cidade, personagens símbolos do transeunte anônimo e dos usuários da Biblioteca. Com impressão digital aplicada sobre placas de vidro de 80kg, Flemming , usa uma técnica desenvolvida especialmente para esta nova obra, obtendo efeitos de multiplicidade de visões para retratar a diversidade e a pluralidade étnica.
Superfície e material escolhidos para receber a nova série de Flemming, feita especialmente para a Biblioteca Mario de Andrade impressionam pelas dimensões. Cada chapa tem cerca de 2,30 x 1,60 m, pesam 80 kg cada uma, num total de 1,6 toneladas de vidro em aproximadamente 150 m2 de instalação final. O material foi obtido graças ao empenho da ABIVIDRO com um pool de empresas do ramo.
Diferentemente da icônica série de retratos que o artista realizou para a Estação Sumaré do Metrô, em que excertos literários de grandes escritores brasileiros foram sobrepostos a retratos que remetiam a documentos de identidade de anônimos, desta vez Alex Flemming incorpora uma aura de tridimensionalidade às imagens, utilizando-se de uma técnica especialmente desenvolvida pelo artista para esse projeto.
“Na minha opinião, essas obras demonstram toda a maturidade do artista, pois condensam os aspectos mais significativos do seu trabalho”, explica Luiz Armando Bagolin, diretor da BMA. “Flemming demonstra um domínio técnico primoroso e uma consciência artística insuperável. O deslocamento das três camadas de tinta superpostas promovem uma multiplicidade de visões e imprimem uma dinâmica muito particular aos retratos. Dependendo do modo como a luz incide no objeto ou da posição do observador, tem-se a impressão de se estar diante de uma obra diferente”.
De fato, Flemming conseguiu trabalhar a ideia de diversidade e pluralidade com mestria. “Sempre fui fascinado pela beleza do ser humano, e como acredito que todos nós somos iguais, considero a miscigenação uma das grandes virtudes do Brasil. A pluralidade étnica é o amanhã. A cidade de São Paulo se apresenta como queremos o futuro para o mundo: cosmopolita, multicultural, inesgotável. Viva a miscigenação!”
Para o artista, há uma diferença importante da série de retratos instalados na Estação Sumaré do Metrô. “Não poderia repetir as obras que realizei há 18 anos atrás. O trabalho do artista deve ser dinâmico, refletir o momento em que é realizado. Nessa série para a Biblioteca Mario de Andrade eu me utilizei de inúmeras inovações de ordem técnica e introduzi a cor dentro o conceito da imagem-retrato. A Biblioteca é um organismo vivo, pulsante, multifacetado. Ela vibra por causa das pessoas que circulam aqui diariamente, e eu concretizei plasticamente nos meus retratos a ideia de um conceito de um mundo livre, sem amarras e sem preconceitos.”
Paulistano, radicado há muitos anos na Alemanha, Flemming possui relação intensa com São Paulo desde o início de sua carreira, quando mostrou suas gravuras da Série Paulistana no MASP em 1980. Atualmente o artista tem retrospectiva com obras dos últimos 40 anos de sua carreira no Museu de Arte Contemporânea MAC-Ibirapuera.
“A Biblioteca Mário de Andrade se tornou nos últimos dois anos um lugar de modernidade no centro de São Paulo, aberta a novas experiências e adepta ao cosmopolitismo, tendo recebido inclusive durante a madrugada leitores de outros países que moram na cidade. Nada mais justo que a gente receba essa obra do Flemming, um paulistano autêntico que vive lá fora, mas que não deixa de retratar a alma do brasileiro. Um paulistano cidadão do mundo”, completa Bagolin.
Serviço:
Endereço: Biblioteca Mário de Andrade – Rua da Consolação, 94, Centro – (Prox. Metrô Anhangabaú – República). Informações: 3775-0002.
Gratuito