ANFAVEA prevê que 2015 será pior que o esperado

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A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, divulgou nesta segunda-feira o balanço da indústria automobilística em maio e na soma dos primeiros cinco meses do ano. O péssimo desempenho do setor nos primeiros cinco meses do ano levou a entidade a revisar para baixo as suas previsões para 2015.
Segundo a associação a nova expectativa é de queda de 20,6% no licenciamento e de 17,8% na produção de autoveículos. Para Luiz Moan Yabiku Junior, presidente da Anfavea, “a expectativa de mercado e a confiança dos consumidores e empresários continuam abalados, influenciados diretamente pelo arrocho do crédito e pela espera da conclusão do ajuste fiscal na economia. Estes fatores nos levaram a revisar as projeções para 2015 em todos os segmentos”.
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Ele destaca ainda que a entidade não revisou a previsão para exportações em função da expectativa de anúncio do Plano Nacional de Exportação e dos acordos comerciais com outros países que estão em andamento. As projeções para o segmento de máquinas autopropulsadas também não foram alteradas em razão da apresentação das condições do Plano Agrícola e Pecuário.
De acordo com Luiz Moan, o mau momento do setor reflete-se também no emprego. A taxa caiu 1% em maio, comparado com abril, e 9,25% no acumulado janeiro/maio, em relação ao mesmo período do mês anterior. A indústria automotiva tem atualmente 25 mil funcionários em lay-off, férias coletivas, remuneradas ou não-remuneradas, e a produção continua, o que significa, segundo Moan, que este é um pessoal excedente dentro das empresas – pois a indústria automotiva hoje tem produção semelhante a de 2005, enquanto o nível de emprego é praticamente igual ao período 2010/2011, quando a produção era bem maior.
Resultados de autoveículos
A indústria fechou maio com 210,1 mil autoveículos produzidos, o que significa retração de 3,4% ante as 217,6 mil unidades de abril. Na análise contra maio do ano passado a queda foi de 25,3%, quando 281,4 mil unidades foram fabricadas. No acumulado a contração é de 19,1% com 1,1 milhão de unidades este ano e 1,3 milhão de unidades em 2014.
O resultado de licenciamento em maio, com 212,7 mil unidades, ficou 3% abaixo das 219,4 mil unidades de abril e 27,5% menor ao se defrontar com as 293,4 mil de maio do ano passado. As negociações no acumulado diminuíram 20,9% quando comparadas as 1,1 milhão de unidades deste ano com as 1,4 milhão de 2014.
As 40,8 mil unidades exportadas em maio apresentaram crescimento de 41,7% ante o resultado de 28,8 mil veículos de abril. No comparativo com maio do ano anterior o levantamento apontou um aumento de 16,5% quanto ao volume de veículos enviados para outros países naquele período – 35 mil. No acumulado do ano o resultado aponta expansão de 3%: 149,3 mil unidades em 2015 e 144,9 mil no ano passado.
Caminhões e ônibus
No último mês foram produzidos 6,2 mil caminhões, 10,1% a menos do que em abril, quando o segmento encerrou o mês com 6,9 mil unidades, e 51,4% inferior com relação as 12,7 mil de maio de 2014. Nos cinco primeiros meses do ano as 36,3 mil unidades fabricadas este ano estão 46,4% abaixo das 67,8 mil de mesmo período em 2014.
No mercado interno a comercialização de caminhões apontou declínio de 42,4% ao comparar as 31,1 mil unidades do acumulado deste ano com as 54 mil dos primeiros cinco meses do ano passado. Em maio 6 mil caminhões foram emplacados: aumento de 3,9% com relação as 5,8 mil de abril e retração de 52,7% na análise contra as 12,7 mil de maio do ano passado.
Os fabricantes de caminhões exportaram no quinto mês do ano 2,1 mil unidades, alta de 29,1% em relação a abril, com 1,7 mil, e acréscimo de 35,5% contra as 1,6 mil de maio do ano anterior. No acumulado as exportações somam 8,2 mil unidades, 5,9% acima em relação ao volume de um ano atrás, com 7,7 mil caminhões.
No segmento de ônibus a produção de chassis chegou a 2,3 mil unidades: elevação de 12,5% em relação as 2,1 mil unidades de abril e redução de 31,6% ante as 3,4 mil de maio de 2014. Até maio deste ano foram fabricados 12,1 mil chassis, o que representa contração de 27,6% na análise contra os 16,7 mil do mesmo período do ano passado.
O licenciamento no acumulado foi de 8,2 mil ônibus, 27,9% menor do que as 11,4 mil do ano passado. Apenas em maio 1,4 mil unidades foram negociadas, o que representa decréscimo de 35,3% com relação as 2,2 mil do mesmo mês do ano passado e baixa de 7% frente as 1,6 mil de abril.
De janeiro a maio foram exportadas 2,6 mil unidades, diminuição de 2,4% ante as 2,7 mil do ano anterior.
Máquinas agrícolas e rodoviárias
O segmento agrícola totalizou recuo de 1,2% na produção em maio: 5,6 mil unidades no último mês e 5,7 mil em abril. Na análise contra o mesmo período do ano passado a contração foi de 26,8% com 7,6 mil unidades produzidas. No acumulado a baixa chega a 23%, com 26,6 mil unidades este ano e 34,5 mil em 2014.
Em maio as vendas internas foram de 4,1 mil unidades, retração de 2,6% no comparativo com as 4,3 mil de abril e de 32,6% frente as 6,2 mil do mesmo mês do ano anterior. Nos cinco meses transcorridos deste ano 20,3 mil máquinas foram vendidas, baixa de 25,2% ao se defrontar com as 27,1 mil do ano passado.
Na comparação anual as exportações ficaram abaixo em 20,2% – 4,3 mil unidades este ano e 5,3 mil em 2014.

Pedro Damian, especial para Super Top Motor

 
 

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