Início de ano é sempre um período de muitos gastos, como a cobrança do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), que começa em janeiro em boa parte do país. O custo deste imposto depende de variáveis, sendo calculado a partir de uma porcentagem do valor de tabela do veículo.
Outro ponto que varia por estados são os descontos proporcionadas em cada estado em caso de pagamento à vista, o que faz com que essa seja uma ótima opção de pagamento. Assim, essa despesa deveria ser programada com antecedência – uma vez que é certa que vai ocorrer –, isso proporcionaria não, só o pagamento em cota única como também não comprometeria o orçamento.
Esse planejamento é um dos princípios básicos da educação financeira, ou seja, primeiro se poupa, depois se gasta. Contudo, infelizmente, a maioria das pessoas espera que chegue a conta para então ver como fará para honrar esse compromisso.
Fato é que, para quem não pensou nisso antes, está um pouco em cima da hora, porém, antes tarde do que nunca, e esse também pode ser um alerta para que, no ano que vem, não repita o erro. Isto é, já se programe para resolver a causa do problema e não a consequência.
Falando então especificamente do IPVA, uma dúvida muito comum é em relação à condição de pagamento: à vista ou a prazo? Mas, antes de ter essa resposta, é preciso saber em que situação financeira se encontra: endividado, equilibrado financeiramente ou investidor. Se for a primeira ou segunda opção, já se sabe que não conseguirá realizar o pagamento inteiro de uma vez, sobrando o caminho do parcelamento.
Lembrando que se deve evitar ao máximo recorrer a empréstimos, limites do cheque especial ou qualquer outra maneira de crédito do mercado financeiro, pois isso apenas se tornaria uma bola de neve, devido aos juros altíssimos cobrados.
Agora, caso a situação financeira esteja mais confortável, sendo investidor, recomendo, sem dúvida nenhuma, que o pagamento seja feito à vista, já que obterá 3% de desconto no IPVA, em média. Mas é importante ficar atento aos compromissos futuros; muitas pessoas se deixam levar pelo bom desconto e acabam esquecendo que haverá outras contas a serem pagas naquele mesmo mês ou nos próximos. De que adianta pagar à vista e conseguir desconto em uma despesa e não ter dinheiro suficiente para quitar as outras?
Isso nos leva a outro importante aspecto da educação financeira: ter reserva financeira. Isso evita problemas como esse e nos deixa mais seguros, em caso de imprevistos. Enfim, com planejamento, é possível terminar e começar o ano com segurança de uma vida financeira saudável e muitas realizações.
Autor: Reinaldo Domingos, educador financeiro, presidente da Associação Brasileira de Educação Financeira (Abefin), autor dos livros Terapia Financeira, Mesada não é só dinheiro, dentre outros.