No dia 31 de outubro de 2000, a Honda apresentava ao mundo o ASIMO – nome que vem da sigla Passo Avançado em Mobilidade Inovadora, em inglês Advanced Step in Innovative Mobility. Desenvolvido a partir de pesquisas pioneiras sobre a mobilidade humana, o robô humanoide mais avançado do mundo tem o objetivo de auxiliar, no futuro, pessoas que necessitam de assistência para realizar simples tarefas do cotidiano.
Apesar de jovem, o ASIMO já acumula experiências de dar inveja a qualquer ser humano. Ele já jogou futebol com o presidente dos Estados Unidos Barack Obama, tocou o sino na Bolsa de Valores de Nova York, conduziu a Orquestra Sinfônica de Detroit, desfilou pelo tapete vermelho de Hollywood e atuou em performances na Disneylândia. Na Europa, o ASIMO visitou museus de ciência e o Parlamento Europeu, conheceu a realeza e chefes de estado. Neste ano, o ASIMO ainda viajou para os Emirados Árabes Unidos a convite de Sua Alteza Vice-Presidente Sheikh Mohammed bin Rashid Al Maktoum.
Tais performances são possíveis graças a uma série de tecnologias que o tornam cada vez mais autônomo e permitem que a Honda continue pesquisando e testando novos recursos. Com isso, a empresa espera que, um dia, o robô seja capaz de tomar decisões e adaptar seu comportamento a qualquer ambiente.
A partir das pesquisas realizadas para aprimorar o ASIMO, que tiveram início na década de 80, a Honda também desenvolveu outras tecnologias inovadoras para auxiliar na mobilidade e tarefa dos seres humanos: o Walking Assist Device, aparelho que auxilia pessoas com dificuldades para caminhar e entrou em comercialização no Japão recentemente, o UNI-CUB, dispositivo de mobilidade pessoal que permite deslocamento do usuário, apenas inclinando seu corpo na posição desejada, um braço robótico que auxilia nos trabalhos de recuperação do reator nuclear da usina de Fukushima, no Japão, e o cortador de grama Mimo, primeiro produto robótico e comercial lançado pela empresa para uso doméstico.
Um robô que vai assumir tarefas e ajudar a tornar as nossas vidas mais fácil e mais agradável. Com esta ideia, na década de 1980, nasceu o primeiro protótipo. Para atingir o objetivo, era necessário que o robô fosse capaz de se deslocar entre os objetos em um quarto e subir e descer escadas, portanto precisaria ter duas pernas, assim como uma pessoa. Apesar de ser considerado um projeto extremamente difícil para a época, a Honda fixou este objetivo ambicioso e desenvolveu uma nova tecnologia revolucionária para criar o E0, o antepassado do ASIMO.
E0 (1986)
O E0 partiu dos estudos sobre os princípios fundamentais da locomoção bípede. A empresa pesquisou e observou todas as formas de andar, realizando inúmeras experiências, e recolheu uma quantidade imensa de dados. Em 1986, um robô que anda, colocando um pé diante do outro, foi apresentado ao mundo com sucesso. Ele levava quase cinco segundos entre cada passo e só podia fazer uma caminhada lenta em uma linha reta.
E1 – E2 – E3 (1987-1991)
Para fazer com que o robô andasse rápido, a Honda pesquisou e analisou exaustivamente o pé humano. O modelo E1 caminhou a 0,25 km/h com certa distinção de movimento entre as duas pernas. Já com o E2, o primeiro robô que podia andar rápido, a empresa conseguiu atingir a velocidade de 1,2 km/h. O E3 chegou mais próximo a caminhada humana, com 3 km/h.
E4 – E5 – E6 (1991-1993)
O próximo passo alcançado foi o controle de postura. O E4 recebeu um aumento de 40 cm no comprimento do joelho para simular a velocidade do passo humano rápido, de 4,7 km/h. O E5 foi o primeiro modelo de locomoção autônoma e o E6 atingiu o controle de equilíbrio ao subir e descer escadas e passar por cima de um obstáculo.
P1 – P2 – P3 (1993-1997)
Na década de 1990, a Honda realizou estudos para determinar o que um robô humanoide deveria ter para conviver com os seres humanos em um mesmo ambiente. Assim, o P1, primeiro protótipo de um modelo humano, com os membros superiores e em tamanho real foi apresentado. O P2 surpreendeu o público com o movimento realista e o P3 recebeu alterações em tamanho e peso.
ASIMO (2000)
Em 2000, nasce o ASIMO. A partir da expertise adquirida com o desenvolvimento dos protótipos, a Honda apresentou um robô para uso real com a aparência que conhecemos hoje. No decorrer dos anos, as tecnologias foram aprimoradas e o robô ganhou novas habilidades para interagir com os seres humanos.
Hoje, com 1,30m e 48kg, ele é capaz de, entre outras coisas, reconhecer rostos e sons, prever a direção em que uma pessoa vai andar e imediatamente tomar um caminho alternativo para evitar uma colisão e cumprimentar com um aperto de mão. O ASIMO também passou a contar com sensores que o permite executar tarefas complexas, como pegar uma garrafa de vidro e torcer a tampa, encher um copo de plástico sem esmaga-lo, além de correr, pular, subir escadas, assinar o próprio nome em japonês e inglês e fazer sinais de linguagem.