A Zeta Filmes leva aos cinemas, dentro do Clássica, o filme Estranhos no Paraíso (Stranger than Paradise) do diretor norte-americano Jim Jarmusch. Um dos marcos do cinema independente será exibido em cópia digital (DCP) restaurada, a partir de 3 de novembro, nos cinemas. Na seção “Apresentações Especiais” da 40ª. Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, Jarmusch será homenageado e a versão restaurada do clássico independente “Estranhos no Paraíso” será exibida durante o evento em três sessões: a primeira, em 20/10, às 21h20, na sala BNDES da Cinemateca; em 22/10, às 14h, na CineSala e em 23/10, às 15h40, no Cinearte 1.
O diretor norte-americano, Jim Jarmusch, 63 anos, que apresentou dois novos filmes no Festival de Cannes 2016, um deles, “Paterson”, indicado à Palma de Ouro, é um dos principais representantes do cinema indie norte-americano, que a partir dos anos 1980 passa a produzir filmes de baixíssimo orçamento, não mais atrelados a produção dos grandes estúdios. Jim Jarmusch com suas referências visuais, musicais e estéticas marcou grande parte de uma geração de cineastas independentes que viriam depois com a digitalização dos meios de produção no cinema.
“Estranhos no Paraíso” é engraçado, estranho, preto e branco, incomum, uma quase comédia, uma maneira não usual de contar uma história, em que quase nada acontece, mas uma relação quase visceral é criada entre os seus três personagens, perdidos e ao mesmo tempo presos em seu próprio tempo e espaço.
No filme, Willie (John Lurie) é um imigrante húngaro que vive em Nova York. Quando ele recebe a visita inesperada de sua prima Eva (Eszter Balint), que acabou de chegar de Budapeste e está a caminho de Cleveland para morar com a tia, Willie a trata com total hostilidade e indiferença. Mas um ano depois, Willie e seu melhor amigo Eddie (Richard Edson) decidem visitar Eva. Os três decidem então partir juntos em uma viagem de Cleveland a Miami. Estranhos no paraíso é dividido em três partes: O novo mundo, Um ano depois e Paraíso.
Em 1984, “Estranhos no Paraíso” ganhou a Camera d’Or em Cannes, dedicada a novos diretores. Em 1985, foi nomeado Melhor Filme pela Sociedade Nacional de Críticos de Cinema dos EUA e recebeu um prêmio especial concedido pelo júri no Festival de Sundance.
No primeiro ciclo do Clássica (2015/2016) foram exibidas cópias restauradas de longas do sueco Ingmar Bergman – “O Sétimo Selo” (1957) e “Morangos Silvestres” (1957) -, do italiano “Federico Fellini”, duas de suas obras-primas: “A Doce Vida” (1960) e “8½” (1963), de Pier Paolo Pasolini, ‘Mamma Roma” (1962); e do diretor alemão Werner Herzog, “Nosferatu – O Vampiro da Noite” (1979) e “Fitzcarraldo (1982)”. Nesta segunda fase (2016/2017), além de “Estranhos no Paraíso” (1984), de Jim Jarmusch, ainda serão lançados “Blow Up” (1966), de Michelangelo Antonioni, “O Homem que Caiu na Terra” (1976), de Nicolas Roeg e Hiroshima Meu Amor (1959), de Alain Resnais.
O Diretor
Jim Jarmusch é considerado uma figura fundamental do cinema independente norte-americano. Nascido em Akron, Ohio, em 1953, Jarmusch foi aluno da Universidade de Columbia, onde estudou literatura e poesia, porém, foi o tempo vivendo em Paris, frequentando a Cinémathèque Française, que acendeu a sua paixão pelo cinema. Após retornar aos Estados Unidos, estuda no programa de cinema da Tisch School of the Arts, da Universidade de Nova York, onde trabalhou como assistente de Nicholas Ray, além de escrever e dirigir seu primeiro filme, “Permanent Vacation”, que ganhou o prêmio Sternberg von Josef em Manheim, na Alemanha, em 1980. Últimos filmes: “Amantes eternos” (2013); “Paterson” (2016); “Gimme Danger” (Doc, 2016).
Estranhos no Paraíso (DCP, Dir: Jim Jarmusch, EUA, 1984, 90 min., 14 anos)
Direção e Roteiro: Jim Jarmusch
Fotografia: Jim Jarmusch, Melody London
Montagem: Tom DiCillo
Música: John Lurie
Produção: Sara Driver
Elenco: John Lurie, Eszter Balint, Richard Edson