Colisões traseiras: os acidentes mais comuns nas rodovias

Levantamento feito para a Semana Nacional Trânsito mostra ainda que os atropelamentos, embora pouco representativos em termos de quantidade, são os que mais matam

Com base em registros de nove concessionárias que já estavam em atuação no ano passado, a EcoRodovias, grupo responsável pela administração de mais de 3 mil quilômetros de rodovias brasileiras, chegou à conclusão que a colisão traseira é o tipo de acidente mais comum. Elas somaram, em 2019, 4.373 acidentes, representando 28% de todas as ocorrências destas rodovias. Os motivos? Especialmente, falta de atenção, muitas vezes provocadas pelo uso do celular. Excesso de velocidade e problemas no freio, normalmente, decorrente de falta manutenção, agravam o problema.

Os dados foram apurados para embasar a campanha da empresa para a Semana Nacional do Trânsito e indicam que falta de atenção, imprudência e imperícia são as principais causas das ocorrências registradas nas rodovias. A lista de ocorrências causadas pela falta de cuidado ao trafegar pelas rodovias inclui também colisões transversais, comuns em situações de acesso à pista; batidas laterais, ocasionadas normalmente por ultrapassagens indevidas pela direita; perda de controle e saída da pista, que resultam, frequentemente, em choques contra muretas e encostas. Nas estradas de pista simples, as colisões frontais, também provocadas por ultrapassagens indevidas, ainda são bastante comuns.

Embora pouco representativos em número de acidentes, os atropelamentos são os mais letais nas rodovias administradas pelo grupo. Em 2019, eles mataram 119 pessoas, 30% do total de óbitos registrados pelas concessionárias da EcoRodovias.

A explicação é simples: grande parte das ocorrências resulta em morte devido à condição de vulnerabilidade do pedestre. Esse tipo de acidente ocorre com mais frequência nas proximidades de regiões urbanas, especialmente, durante travessias irregulares, fora das passarelas.

O caso da Ecovias, que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes, em São Paulo, é bastante significativo. Mesmo tendo uma das maiores densidades de passarelas do país (são 60 num trecho de menos de 180 quilômetros), os atropelamentos são responsáveis por 37% do total de mortes. “A maioria destas ocorrências (60%) se dá a menos de 500 metros de uma passarela. Ou seja, poderiam ser evitadas”, esclarece o diretor de Concessões Estaduais, Rui Klein.

Para reduzir o número de atropelamentos, as concessionárias adotam ações que vão desde o reforço da sinalização até a instalação de barreiras físicas para impedir a travessia de pedestres pela pista. Campanhas educativas também são realizadas constantemente.

As concessionárias mantêm ainda um Programa de Redução de Acidentes (PRA), que busca analisar as ocorrências e evitar que voltem a acontecer. O plano é elaborado por uma equipe multidisciplinar e atua sugerindo ações de engenharia, medidas operacionais e campanhas de conscientização.

Além de diversos materiais para mídias sociais e produção de conteúdo patrocinado em grandes veículos de comunicação, empresas do grupo estão realizando ações para conscientizar os usuários das rodovias durante a Semana Nacional do Trânsito.

No Paraná, a Ecocataratas, concessionária que sofre com a quantidade de atropelamentos, fará intenso trabalho de conscientização com moradores de bairros localizados às margens da rodovia, durante a Semana Nacional do Trânsito. Serão realizados eventos chamados Cafés na Passarela, que reúnem técnicos da concessionária que convidam os pedestres a fazer uma travessia segura.

A Ecopistas também vai realizar eventos desse tipo, além de entregar coletes refletivos para andarilhos e abordar ciclistas que costumam trafegar às margens da rodovia. Na Ecovias, ciclistas receberão coletes, motociclistas terão um check-up em itens de segurança de suas motos e caminhoneiros farão exames de saúde durante a semana. Eco101 também fará ações especiais de conscientização para condutores de motos, carros e caminhões.

A Ecosul levou dois simuladores para o Shopping Pelotas, no Rio Grande do Sul. Um deles simula um capotamento e o outro mostra o que acontece com uma pessoa sem cinto de segurança, mesmo num acidente em baixa velocidade. Já a Eco135, em Minas Gerais, está realizando uma série de lives com especialistas e autoridades para discutir o assunto.

Além disso, a EcoRodovias criou um site especialmente para falar de segurança viária <www.ecorodovias.com.br/semacidentes>, que traz vídeos, artigos e podcasts com dicas práticas de especialistas sobre assuntos cotidianos, como os cuidados necessários ao fazer curvas acentuadas, ultrapassar em pistas simples e duplas, e como dirigir na chuva ou neblina. Os conteúdos são reforçados ainda no Instagram @estradasemacidentes e no Facebook EcoRodovias Sem Acidentes.

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