Você lembra do nome “michilin”? E do nome “citroan”? Talvez lembre do nome “Oméga”, não? E “poniac”, lembra?
Sobre o primeiro, “michilin”, talvez você não tenha idade para saber. Então, explico: era um kit vendido pela Michelin no Brasil (que veio para o Brasil em 1927 e montou na primeira fábrica de pneus no Brasil, em 1981, para caminhões e ônibus), quando eu tinha sete anos, para reparos das câmaras de ar (creiam, antigamente elas existiam) dos pneus das bicicletas (hoje bykes) que furavam com muita facilidade. Todo garoto tinha um kit daqueles que permitia a todos consertar as câmaras em um tempo recorde (bem, nem tão rápido quando o time da Red Bull na F1). Era só tirar a câmara de ar, limpar e lixar o local do furo, tirar o pó, passar a cola e colocar o pedaço de borracha que vinha no kit. Pronto, era só recolocar o pneu e seguir andando.
Eu tive meu kit “michilin” para consertar as câmaras dos pneus da minha “Sieger”, uma magrela de fabricação alemã, presente dos meus pais, quando a gente morava lá em Minas Gerais (Ponte Nova), na Usina Santa Helena, do Instituto do Açúcar e do Álcool (antigamente existia até o IBC – Instituto Brasileiro do Café), onde ambos trabalhavam.
Mas eu não consertava só as câmaras, mas também a bicicleta. E aí, era um horror. Porque a cada conserto, especialmente o dos freios e da corrente, sempre sobravam alguma peça. Não sei como ela continuava a andar depois de passar pelas mãos deste mecânico aqui.
“Citroan”?
Até hoje ainda existe quem chame o carro francês usando essa pronúncia, e fazendo “biquinho”, quando certo, conforme sempre faz questão de salientar uma amiga francesa é “CITROÉNe”, praticamente ignorando a última vogal. Mesmo na França, há quem não pronuncie o “E” final. Tudo depende muito da região de cada morador.
O nome da marca não mostra muita confusão, porque seus modelos são mais identificados pelos seus números, como o C3 e o C4, por exemplo. como mostram as fotos. O que não dever ser esquecido é que o nome da marca deve ser escrito assim: CITROËN, com trema, já que a mudança gramatical não impede o uso do acento para nomes próprios, como esse ou Tarqüinio.
“Oméga” ou Ômega? Só Omega
Meu pai tinha um belo relógio. Ganhou do seu padrinho e chegou em casa orgulhoso anunciando “olhem o Oméga que eu ganhei! Era lindo mesmo, não sei era de ouro. Mas parecia ser. Tinha uma pulseira. E essa, tenho absoluta certeza, era de couro.
Meu querido amigo Zé Francisco, conta que o pai dele também teve um “Oméga”. Isso era lá pelos anos 50, por aí.
De repente, em 1992, a General Motors trouxe para o Brasil o Ômega (com essa pronuncia), com um monte de inovações tecnológicas. Eu perguntei ao pessoal da fábrica, mas não é Oméga? Não! Foi a resposta e, vendo a origem da palavra, grega, vê-se que o relógio, que até hoje tem a mesma pronuncia dos anos 50, não é o certo. Olhem só: a primeira, “Ω”, o logo que conheço como a marca do relógio é a palavra em letra minúscula. A segunda, “ω” a forma maiúscula e, por fim, a tradução, Ômega, que não aparece no nome do carro: nem Ômega, nem Oméga. Só Omega.
Esse nem fabrica mais
Ao viajar para os EUA, você deve ter percebido que algumas palavras são quase que incompreensíveis para quem estudou inglês por aqui. Uma delas é o nome da cidade de Atlanta, sede da Coca Cola, onde boa parte dos nativos do Sul daquele país, praticamente ignoram a “t”, pronunciando algo como “Alanta”, o que não acontece com muitos moradores do norte dos Estados Unidos.
Pois tem uma outra palavra em que esses norte-americanos também quase que ignoram o “t”. É o nome do Pontiac, pronunciado por muito como “Poniac”, O nome do carro foi uma homenagem ao chefe índio Pontiac, da tribo Ottawa, nascido em 1720 e morto 50 anos depois, enquanto o carro “nasceu” em 1926 e “morreu” em 2010, quando sua fábrica fechou. Veja a foto do símbolo do carro e da imagem idealizada pelo norte-americano, John Mix Stanley.
Existem muitas outras pronuncias que você deve conhecer como sendo diferente daquilo que ouve. Mas isso é uma série de outras histórias que ficam para uma outra vez. Combinado?