Concerto: “Brahms – O Grande Romântico” traz Liza Ferschtman e Roman Rabinovich

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O Espaço Promon promove durante os meses de outubro, novembro e dezembro, o projeto “Brahms – O Grande Romântico”, com concertos de música de câmara, conversas sobre as obras antes de cada um dos concertos, um painel sobre a “Tradição x Ruptura na Arte – A questão Brahms e Wagner”, além de masterclasses gratuitas a jovens músicos brasileiros.

A próxima apresentação será dia 19 de outubro e terá a presença da violonista holandesa Liza Ferschtman e o pianista de Israel, Roman Rabinovich, apresentando Sonatas para violino e piano. Os concertos acontecem sempre às 21h e antes de cada apresentação, às 20h30, haverá uma conversa, com a professora Yara Caznok, sobre as obras a serem apresentadas.

O projeto conta com a participação de outros músicos internacionais como o pianista francês Emmanuel Strosser, o violinista francês Regis Pasquier e o violoncelista italiano Emanuele Sivestri, apresentando obras que refletem a essência criativa da música de Brahms ao lado de artistas brasileiros como os pianistas Cristian Budu e Paulo Gori, além do violoncelista Roberto Ring, o violinista Pablo de León e o violista Horácio Schaefer.

Trata-se de uma rara oportunidade para uma imersão no universo musical desse grande mestre do romantismo. Serão executadas a integral das Sonatas para violino e piano, as Sonatas para violoncelo e piano, a integral dos Trios para piano e cordas, além de quartetos para piano e cordas e obras para piano solo.

No dia 06 de dezembro será realizado um painel “Tradição x Ruptura na Arte – A Questão Brahms e Wagner.

Programação

Dia 19 de outubro | quarta-feira 
Liza Ferschtman (Holanda) e Roman Rabinovich (Israel) 
(Integral das Sonatas para violino e piano)           

Liza Ferschtman
Liza Ferschtman

             

Dois grandes entusiastas da música de câmara, o pianista Roman Rabinovich e a violinista Liza Ferschtman são importantes nomes de sua geração. Juntos o Duo já apresentou o ciclo completo das sonatas para piano e violino de Beethoven e Brahms.

A violinista holandesa Liza Ferschtman é conhecida por suas apresentações apaixonantes, programas inovadores e suas incríveis qualidades de comunicação no palco. Filha de músicos russos, Liza cresceu rodeada pela música. Uma de suas maiores influências é o violinista Philipp Hirschhorn, amigo próximo da família. Ferschtman teve seus estudos formais com Herman Krebbers no Conservatório de Amsterdam, Ida Kavafian no Curtis Institute (Filadélfia) e David Takeno em Londres. Em 2006 ela recebeu o prêmio mais Importante da música holandesa, o Dutch Music Award.

O jovem pianista Roman Rabinovich, vencedor do 12ª edição do famoso concurso Arthur Rubinstein International Piano Master (2008), tem sido aclamado pela crítica especializada, como o New York Times, o BBC Music Magazine, o San Francisco Classical Voice e muitos outros. Ele tem subido em palcos por toda a Europa e Estados Unidos, em lugares como Gewandhaus (Leipzig), Wigmore Hall (Londres), Carnegie Hall (Nova Iorque), Lincoln Centre (Nova Iorque), Cité de la Musique (Paris), o Grande Salão do Conservatório de Moscou, entre muitos outros. E também participado de festivais como Marlboro, Lucerne, Davos, Prague Spring, Klavier-Festival Ruhr e Mecklenburg-Vorpommern.  Em 2015 o pianist András Schiff escolheu Rabinovich para o “Building Bridges”, série criada para destacar jovens pianistas com futuro promissor.

Dia 3 de novembro | quinta-feira   

Emanuele Silvestri (Itália) e Paulo Gori
(Sonatas para violoncelo e piano)

Emanuele Silvestri
Emanuele Silvestri

Emanuele Silvestri, primeiro violoncelista da Filarmônica de Israel, estabeleceu-se internacionalmente com um grande solista e músico de câmara. Silvestri recebeu seu diploma mestrado com nota máxima no “Conservatorio di Musica G.Verdi” (Milão), onde ele estudou com Laffranchini, violoncelista principal da “Teatro alla Scala Orchestra”. Silvestri esudou nas mais famosas escolas de música da Itália, como Romanini Foundation (onde estudou com Mario Brunello), a Accademia W. Stauffer (com Rocco Filippini) e a Accademia Chigiana (com Alain Meunier), onde recebeu o diploma “ad Honorem” em 1996. No ano seguinte, recebeu o prêmio Solisten Diplom at the Musik Akademie der Stadt Basel e mais tarde, completou seus estudos com o professor Ivan Monigheti. Também foi aluno de música de câmara de W. Levine, H Beyerle (La Sella e Alban Berg Quartet) e do pianista Gerald Wiss.

Um músico de câmara ativo, Emanuele tem se apresentado ao lado de inúmeros grupos na Europa, Japão e América do Sul. Ele foi premiado em 1998 e 99 como membro do melhor grupo de música de câmara em Zurich (“Orpheus Konzerte”). Na Basileia ele recebeu o BOG Basel Orchester Gesellschaft prize em 1997, gravando para a Swiss Radio.

Emanuele é violoncelista e co-fundador do ‘Quartetto d’archi del Teatro La Fenice di Venezia’, que é regularmente convidado para o famoso festival de música contemporânea “La Biennale di Venezia”. Desde que mudou-se para Israel, ele também faz parte do “Israel String Quartet”.

Já foi solista de muitas orquestras na Europa, incluindo Orchestra del Teatro La Fenice di Venezia, Teatro alla Scala di Milano, The Radio Symphony Orchestra (Basileia), a “Pomeriggi Musicali di Milano” e  “Milano Classica”, com maestros comof Riccardo Chailly, Christopher Hogwood, Diego Matheuz e Gustavo Dudamel.

Ele foi premiado diversas vezes na Itália e em outros países em concursos de violoncelo e foi o segundo lugar no Domnik Preis International Cello Competition, na Alemanha (1996).

Paulo Gori é um dos pianistas brasileiros mais premiados no exterior. Após ter sido premiado no Concurso Internacional de Piano “Paloma O’Shea” em Santander na Espanha, foi então, o primeiro brasileiro laureado no conceituado Concurso Internacional de Piano “Rainha Elisabeth” em Bruxelas 1978, dando-se assim o desenvolvimento de sua carreira na Europa.

Participou da gravação de um disco para a Deutsche Grammophon realizado durante suas apresentações no concurso “Rainha Elisabeth” em Bruxelas. Suas apresentações pela Europa incluíram concertos com orquestras como a Bach Solisten na Alemanha e a Sinfônica Nacional da Bélgica, entre outras, além de recitais e concertos de música de câmara, por esses países, assim como pela Alemanha, Bélgica, Espanha e Inglaterra.

Recentemente tem se empenhado bastante na divulgação da música brasileira, resgatando obras fundamentais ausentes das salas de concerto, como as Fantasias Brasileiras para piano e orquestra de Francisco Mignone, as quais tocou ao lado da Orquestra Sinfonia Cultura, sob a regência do maestro Lutero Rodrigues.

Foi também responsável pela primeira audição mundial da 2ª Sonata para piano de Villani-Côrtes. Em 2004 foi convidado pelo Projeto Memória Musical, que se encarrega da recuperação de partituras de grandes obras brasileiras, e tocou o Concerto para piano e orquestra de Souza Lima ao lado da Orquestra Sinfônica de Santo André com o maestro Flávio Florence, trazendo assim essa grande obra de volta às salas de concerto após um jejum de 26 anos.

Dia 05 de dezembro | segunda-feira

Emmanuel Strosser (França) 
(recital de piano)

Emmanuel Strosser
Emmanuel Strosser

Emmanuel Strosser, um dos mais importantes pianista de sua geração, já se apresentou, em palcos como o Wigmore Hall, a Academia Real de Londres, LG Art Center em Seul,La Citédela Musique, Salle Gaveau em Paris, e já realizou turnês no Japão, Canadá, América do Sul.

O magnífico entrosamento obtido com seus parceiros de música de câmara e sua compreensão dos textos fazem dele um intérprete freqüentemente solicitado por seus companheiros: Vladimir Mendelssohn, Oleg Raphael, Charlier Olivier, Regis Pasquier, Phillips Xavier, Sung-Won Yang, Guyot Romain, François Leleux, o Quarteto Prazak e o Owon Trio.

Emmanuel Strosser estudou com Jean-Claude Pennetier e Christian Ivaldi no Conservatório Nacional Superior de Música de Paris e continuou seus estudos cm Leon Fleisher, Dimitri Bashkirov e Maria João Pires. Vencedor do Concurso Internacional de Música de Câmara de Florença, foi finalista no concurso de 1991 Haskil Clara.

Ele também participou de inúmeras gravações, todos aclamados pela crítica. Seus últimos registros foram gravados pelo selo Mirare, um deles acompanhada pela pianista Claire Désert dedicada a Danças Eslavas de Dvorak para quatro mãos, outro, um álbum solo dedicado a Schubert publicado por ocasião do “La Folle Journée” de Nantes em 2008 e o seu mais recente álbum dedicado a obras para piano solo de Emmanuel Chabrier, publicados em 2010.

Sua última gravação com a pianista Claire Désert, “L’Enfance” acabou de ser lançado pela Mirare e já recebeu 4 estrelas pela “Classica” e 5 pela “Diapasons”.

Além disso, é assistente na classe de Alain Planès no Conservatório Nacional Superior de Música de Paris e professor de música de câmara no Conservatório Nacional Superior de Música de Lyon.

Dia 07 de dezembro | quarta-feira

Emmanuel Strosser, Regis Pasquier (França) e Roberto Ring
(Integral dos Trios para piano e cordas)

 Regis Pasquier
Regis Pasquier

Emmanuel Strosser, piano|
Regis Pasquier, violino
Roberto Ring, violoncelo

Regis Pasquier, Emmanuel Strosser e Roberto Ring, violoncelo, apresentaram-se juntos pela primeira vez em 2002, na série de música de câmara “Concertos BankBoston”. O grande entrosamento artístico e uma extraordinária química pessoal promoveu uma recorrente e duradoura parceria, que se traduz em um nível artístico surpreendente. Em mais de 10 anos juntos, os músicos já realizaram inúmeros concertos em salas importantes como o Teatro São Pedro em Porto Alegre, Sala Cecília Meirelles no Rio de Janeiro, Teatro Guaíra em Curitiba, Teatro Nacional em Brasília, Teatro Municipal de Paulínia, entre outros concertos em São Paulo, Salvador e Fortaleza. Em 2011 o grupo recebeu a honra de participar da Semana Musical Llao Llao no Alvear Palace Hotel em Buenos Aires, considerada uma das mais prestigiosas series da América do Sul.

Régis Pasquier – Violino

Régis Pasquier, com apenas 12 anos, recebeu o primeiro prêmio de violino e música de câmara do Conservatório Nacional Superior de Música de Paris. Em 1985, foi nomeado professor de violino e música de câmara deste mesmo renomado conservatório. Entre alguns dos prêmios que conquistou estão o Prêmio da Academia do Disco Francês, Prêmio Georges Enesco, Prêmio Charles Cros, em 1988.

Foi nomeado como Oficial das Artes e Letras em 1991, obteve o Prêmio Especial da Nova Academia do Disco e, por seis vezes, foi o “Melhor Solista do Ano”. Nos últimos anos tem sua agenda cheia, com concertos quase diários por toda França, EUA, Japão e América Latina atuando como solista ao lado de grandes orquestras e nomes de destaque no cenário musical mundial. Entre esses vários concertos, deve-se citar com destaque a execução integral dos “24 Caprichos” de Paganini. Paralelamente à sua carreira de solista, apresenta-se na França e nos EUA com o trio PennetierPasquier-Pidoux.

Roberto Ring – violoncelo

Desde 2001 o violoncelista Roberto Ring desenvolve intensa atividade artística ao lado de Pablo de León (violino) e Horacio Schaeffer (viola), com quem já realizou mais de 600 concertos juntos.

Roberto apresentou-se com grandes artistas do cenário nacional e internacional como os clarinetistas Michel Lethiec (França), Antony Pay (Inglaterra) e Romain Guyot (França); os violinistas Ilya Gringolts (Rússia), Régis Pasquier (França), Roy Shiloah (Israel), Hagai Shaham (Israel), Isabelle van Keulen (Holanda), Cármelo de los Santos, Cláudio Cruz, e com os pianistas, Roglit Ishay (Israel), Emmanuel Strosser (França), Cristian Budu entre outros.

Johannes Brahms  – De: Irineu Franco Perpetuo
Se, hoje em dia, os programas de concertos são dominados por sobrenomes de compositores germânicos, isso se deve a um fenômeno ocorrido na virada do século XVIII para o XIX. Enquanto, até então, o espetáculo que arrebatava corações e mentes era a ópera italiana, seu domínio passou a ser desafiado pela música instrumental alemã. O nome que consolida essa mudança de gosto é o de Ludwig van Beethoven (1770-1827), com suas sinfonias, sonatas para piano e quarteto de cordas que revolucionaram decisivamente os rumos da História da Música.

Os compositores germânicos que vieram depois de Beethoven jamais questionaram a importância do mestre. A discussão que dividiria a música alemã do século XIX seria sobre como levar melhor seu legado adiante. Formaram-se dois partidos: um chefiado por Richard Wagner (1813-1883), e outro que tomava como exemplo a obra de Johannes Brahms (1833-1897).

Wagner e Brahms não poderiam ser mais diferentes – tanto no aspecto artístico, quanto no pessoal. Wagner reivindicava para si a “música do futuro”, compondo óperas grandiosas, com temas mitológicos, e levou uma vida escandalosa, em que não faltaram atividades revolucionárias, aventuras amorosas, fugas de credores e polêmicas na imprensa. Wagner escreveu uma autobiografia e criou seu próprio mito como compositor.

Já Brahms, nascido em Hamburgo, de uma família de classe média, tinha caráter reservado e avesso à promoção pública, considerando que sua obra deveria falar por si mesma. Sua carreira foi lançada quando ele tinha vinte anos de idade e visitou Robert Schumann (1810-1856), que, além de compositor de talento, era também um crítico musical bastante influente. Schumann proclamou ao mundo os méritos de Brahms, que, por seu turno, encantou-se com a esposa de Schumann, a também compositora e pianista Clara, dando início ao que parece ter sido uma complexa mescla de amizade intensa e paixão platônica.

Diferentemente de Wagner, Brahms jamais compôs óperas. Seu talento se manifestou justamente nas formas da música instrumental que tinham sido a glória de Beethoven. E não demorou muito para ele ser louvado como seu sucessor. O compositor e regente Hans von Bülow aclamou a primeira sinfonia de Brahms como a “décima de Beethoven”, cunhando ainda a sigla BBB – Bach, Beethoven e Brahms – como emblema do cânone da música germânica.

Longe de se deslumbrar com esse tipo de elogio, Brahms mostrou-se preocupado com o peso de tamanha responsabilidade. Interessado na música do passado, foi visto inicialmente como um “acadêmico”, um “classicista” – um compositor nostálgico, que olhava mais para trás do que para a frente. No século XX, contudo, esse juízo de valor foi sendo gradualmente modificado, e há vários especialistas que defendem que Brahms foi na verdade um autor progressista.

Dotado de um perfeccionismo que o levava a destruir, implacavelmente, as partituras que não se enquadrassem em seu elevado padrão de excelência, Brahms permitiu que chegassem à posteridade 24 peças de câmara – do Trio com piano Op. 8 (1854) às Sonatas para Clarinete Op. 120 (1894), redefinindo, ao longo desses 40 anos, os padrões de excelência na escrita para o gênero.

Para os especialistas, a música de câmara representa a essência criativa da obra de Brahms, da mesma forma que a ópera é o cerne de Verdi e Wagner. Com a intenção de diminui-lo, os detratores do compositor chegaram a afirmar que as sinfonias de Brahms não passavam de “música de câmara monumentalizada”, em uma acusação que os estudiosos do século XX transformariam em virtude: mesmo ao escrever para grande orquestra, Brahms conservava o apuro formal e o refinamento das obras para formação menor, produzindo, sempre, música de câmara da mais elevada qualidade.

Site sobre o projeto:
www.interartemusica.com.br/brahms

Serviço:
Brahms – O Grande Romântico
Local: Espaço Promon | Av. Presidente Juscelino Kubitschek, 1830 – Itaim Bibi | Tel: (11) 3071-4236
Data: Dias 04 e 19 de outubro, 03 de novembro e 05 e 07 de dezembro
Horário: 20h30 (palestra) | 21h (concerto)
Ingressos: R$60 (inteira) e R$30 (meia)

 

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