Com narração de Matheus Nachtergaele, o documentário é baseado nos últimos dois cadernos de anotações deixados inéditos pelo crítico literário. O filme terá sessões com debate no IMS Poços, na quinta-feira (26/9), e no IMS Paulista, na sexta-feira (27/9)
Além da essencial obra publicada, Antonio Candido (1918-2017) deixou 74 cadernos inéditos. Baseado nos dois últimos, o documentário “Antonio Candido, anotações finais”, de Eduardo Escorel, inclui comentários escritos entre 2015 e 2017. O sociólogo e crítico literário fala de temas como sua fragilidade física, a crise política da época, gostos literários e musicais, e lembranças de Gilda, sua mulher. Fotografias e gravações complementam o texto, dando acesso às reflexões de Antonio Candido frente à iminência do fim.
O filme terá sessões com debate nas sedes do Instituto Moreira Salles de Poços de Caldas (MG) e São Paulo (SP) e no Minas Tênis Clube, em Belo Horizonte (MG). A exibição na sede do IMS em Poços de Caldas, cidade onde Antonio Candido viveu de 1930 a 1942, acontece na quinta-feira (26 de setembro), às 19h, com participação de Maria José de Souza (Tita) e Eduardo Escorel e mediação de Marcelo Leme. A projeção no IMS Paulista será na sexta-feira (27 de setembro), às 18h30, com participação do diretor, Lina Chamie, Roberto Schwarz e mediação de Rachel Valença. O debate em BH, no Minas Tênis Clube, acontece no dia 2 de outubro, quarta, às 20h. O filme também entra em cartaz nas três cidades.
Os textos que deram origem ao filme foram Prós e contras e O pranto dos livros. “O filme que estreia agora resulta do impacto da leitura desses dois textos tão instigantes”, define o diretor Eduardo Escorel. “No primeiro, Candido revê a luta contra a ditadura do Estado Novo, da qual participou de 1942 a 1945, tendo se associado à opinião liberal contra o que parecia manifestação de fascismo. No outro, ele imagina estar fechado em um caixão à espera de ser cremado, enquanto seus livros choram lágrimas invisíveis”, resume o diretor.
O narrador do filme é o ator paulista Matheus Nachtergaele. “Foi um desafio bonito botar a voz em um projeto tão pessoal do Eduardo Escorel como esse de narrar os últimos diários de vida de um mestre revolucionário, mas sereno que é Antonio Candido”, relembra. “Era preciso uma melancolia, mas não uma tristeza. Era preciso uma paixão educada, como é o retratado”, complementa. Ele conclui dizendo: “É um filme com a melancolia do fim de uma vida, mas com o otimismo de quem acredita no Brasil, ainda”.
O documentário teve sua estreia no 29º Festival Internacional É Tudo Verdade e foi exibido na mostra Filmes para Adiar o Fim do Mundo do 25º Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (FICA). A produção é da Superfilmes – Cinefilmes, com coprodução do SescTV e produção associada da Afinal Filmes. O patrocínio é do Itaú, com apoio no desenvolvimento da Lei Aldir Blanc / ProAC. A distribuição fica a cargo da Bretz Filmes.
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“Antonio Candido, anotações finais”
Documentário | 87 min | 2024
Dia 26 de setembro de 2024 nos cinema