A Mostra Temporária Rainhas de Copas conta a trajetória das mulheres em Copas do Mundo FIFA. A exposição explora histórias até hoje pouco conhecidas pelo público, trazendo imagens que estavam restritas apenas a acervos pessoais
A exposição Rainhas de Copas tem atraído um número expressivo de visitantes que querem conhecer um pouco da história do futebol para mulheres em Copas do Mundo FIFA. Desde sua abertura, de 28 de abril até 20 de agosto, 123.459 pessoas passaram pelo Museu do Futebol. E por conta da alta demanda de visitantes, o Museu do Futebol decidiu prorrogar um pouco mais o período da mostra temporária: agora o público têm até 10 de setembro para conhecer a trajetória das atletas, especialmente as da Seleção Brasileira. Localizado no Estádio do Pacaembu, o Museu do Futebol é uma instituição da Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado de São Paulo.
Quem levar uma chuteira usada em bom estado para a campanha Chuteira para Todas ainda garante ingresso gratuito para visitar a exposição temporária e a exposição principal. O material será doado a dois projetos sociais e um time feminino de várzea de São Paulo.
Com curadoria de Aira Bonfim, Juliana Cabral, Lu Castro e Silvana Goellner, a mostra explora histórias até hoje pouco conhecidas pelo público, apresentando imagens que estavam restritas a acervos pessoais e que estão sendo exibidas pela primeira vez, além de dados que revelam a grandeza das mulheres que participaram das Copas do Mundo, suas conquistas individuais e coletivas.
O Museu aproveita também o momento e o legado em que a Copa do Mundo 2023 na Nova Zelândia/Austrália deixou. Mesmo com precoce eliminação da Seleção Brasileira, a Copa teve grande visibilidade e um investimento nunca visto. O recorde de público e de audiência transformou esta edição como a maior da história das copas femininas e a expectativa é de fortalecimento do futebol para mulheres.
Parte de 1988, quando foi realizado o Torneio Experimental na China, o primeiro passo para que a FIFA fosse convencida a organizar o mundial entre seleções de mulheres. A competição, no entanto, não foi televisionada, ocorreu sob muita precariedade para a Seleção Brasileira e é pouco conhecida até hoje.
Com o sucesso do torneio, a FIFA enfim iniciou o planejamento para a 1ª edição oficial da Copa do Mundo, que aconteceu em 1991, também em solo chinês. A partir daí, a mostra constrói a história do futebol de mulheres ao longo dos mundiais, trazendo relatos de atletas, histórias e curiosidades, ressaltando como foi a participação brasileira em cada edição. O público pode conhecer as trajetórias das rainhas do futebol de mulheres do Brasil, que marcaram para sempre a história da modalidade, como Sissi, Marta, Cristiane e Formiga, entre outras.
A exposição também destaca a luta das jogadoras pela igualdade. O visitante descobrirá que, diferente dos mundiais dos homens, a Copa de mulheres sempre foi marcada por reivindicações em campo, já que as condições dadas às jogadoras sempre foram muito inferiores às dos torneios masculinos. Elas também tinham que lidar com muito preconceito: no torneio experimental de 1988, chegou a ser cogitado o uso de uma bola menor. A ideia foi abandonada, mas as partidas tiveram a duração reduzida para 80 minutos.
Apenas em 1995 a FIFA adotou o termo “lineswomen” para se referir às árbitras auxiliares, que até então eram chamadas oficialmente de “linesmen”. E em 2015, no Canadá, o torneio foi inteiro disputado em gramados sintéticos, já rechaçados nos mundiais masculinos por aumentar as chances de lesão. No torneio de 2007, as jogadoras brasileiras foram a campo com uma faixa improvisada em uma fronha de hotel: “Brasil, precisamos de apoio!” era o recado de quem pedia para ser tratada com profissionalismo. Vale lembrar que até 2015 a Seleção Feminina não tinha um uniforme próprio e jogava com modelos adaptados do time masculino.
A última sala da Rainhas de Copas promete grandes emoções para os visitantes, que terão uma experiência interativa e ainda poderão ver de perto a réplica a taça da Copa do Mundo de Futebol Feminino que as espanholas acabaram de levar para casa, pela primeira vez.
Serviço
Museu do Futebol
Praça Charles Miller, s/n – Pacaembu – São Paulo
De terça a domingo, das 9h às 18h (entrada permitida até as 17h)
R$ 20,00 (inteira) e R$ 10,00 (meia)
Crianças até 7 anos não pagam
Grátis às terças-feiras
Garanta o ingresso pela internet: https://bileto.sympla.com.br/event/78348/
Estacionamento com Zona Azul Especial — R$ 6,08 por três horas