Depois dei mais um ano de vitórias para a Mercedes, equipe praticamente imbatível na Fórmula 1, seria de se esperar que o diretor Toto Wolff enchergasse apenas motivos para comemorar. Mas, não é bem assim. Wolff admitiu que a modalidade está “chata” com o domínio dos “Flechas de Prata”.
“O nosso domínio é ruim para a Fórmula 1. É isso e torna a corrida chata. Os resultados começam a ficar previsíveis. A categoria precisa de vários vencedores, de resultados estranhos. Precisa que o mais azarado ganhe”, admitiu Wolff que reconhece ainda que “a partir do momento em que nos tornamos na força dominante, todos sofrem, incluindo a marca. Passamos para o lado negro da força”, disse, lembrando da saga intergaláctica “Guerra das Estrelas”, mais precisamente dos Sith e dos atuais guerreiros Ren.
Wolff diz que aconteceu a mesma coisa com a Red Bull depois de vencer oito títulos em quatro anos. “O mesmo aconteceu com a Red Bull. Quando chegaram eram os ‘Jedi’. Mas depois de ganharem quatro títulos consecutivos tornaram-se numa marca antipática. Ninguém quer ter o domínio”. A solução para diminuir o tédio causado pelo seu próprio domínio, embora sem perder a hegemonia na Fórmula 1, passa por dar total liberdade a Rosberg e Hamilton a lutarem entre si, como foi com Ayrton Senna e Alain Prost, por exemplo, na McLaren.
Wolff lembra apenas que tem de evitar que os duelos em pista se estendam aos outros membros da equipe. “É como se fossem boxers, mas não podemos envolver os seus treinadores, fisioterapeutas e toda a gente fora do ringue. Eles precisam de perceber que são exemplos”, explicou. “Se um de nós provocar controvérsia, a nossa animosidade, humor, oscilações de comportamento, isso passa para a equipe. As pessoas vão imitar-nos, vão reagir de acordo com isso. Eu quero ter um espírito positivo. A mensagem não é só para eles, mas para toda a equipe”, finalizou Wolff.