A primeira prova do ano começa com vitória de Sebastian Vettel e mostra que os carros ficaram mais rápidos e não contemplam as ultrapassagens
Com modificações nos carros e pneus, a F-1 iniciou a temporada 2017 na Austrália.
Quem viu os treinos e deixou de assistir a corrida na madrugada de sábado para domingo, porque pensou que Lewis Hamilton (Mercedes-GP) iria disparar na frente, perdeu uma prova interessante e monótona.
As regras para a construção dos carros privilegiam a velocidade final. Os pneus estão mais resistentes que na temporada passada. O resultado final é de um carro rápido, principalmente em curvas e arisco durante uma ultrapassagem, quando o piloto necessita utilizar o vácuo do carro que está na frente.
Assim, Hamilton que dominou os treinos livres, marcou a pole e ao apagar as luzes vermelhas disparou na frente, perdeu a corrida ao trocar os pneus.
O inglês três vezes campeão iniciou a temporada pilotando muito. Sua técnica e arrojo são fundamentais para controlar o carro que exige mais de quem está atrás do volante, mas na F-1, como em qualquer outra competição não se ganha sozinho. E os estrategistas falharam. A falha pode ter ocorrido por não conhecer o limite da borracha, uma consequência da redução dos treinos.
Assim, Sebastian Vettel (Ferrari), que largou na segunda posição, fez tudo certo, manteve a posição na largada e trocou os pneus no momento certo, venceu a primeira corrida do ano.
Eles foram seguidos de perto pelo estreante na Mercedes, Valtteri Bottas. O finlandês chegou ameaçar o companheiro nas voltas finais, mas ficou só na ameaça.
O brasileiro Felipe Massa, que atendeu pedido da Williams e não se aposentou, largou em sétimo, fez corrida discreta e terminou na sexta colocação.
A equipe optou por capitalizar o máximo, recebeu por volta de US$ 16 milhões para liberar Bottas e mais que o dobro para ter o canadense Lance Stroll no time. Esqueceu-se de desenvolver o carro.
Apesar de ter o melhor sistema de propulsão da categoria, vai penar para manter a posição de quarta força, pois a tendência é de que só Massa marque pontos. O jovem canadense de 18 anos bateu nos treinos e não terminou a prova.
No terceiro ano de participação na maior categoria do automobilismo, a Honda não conseguiu cumprir o que prometeu. A McLaren ainda não tem um motor competitivo e mesmo com um dos melhores pilotos, Fernando Alonso, arrastou-se na pista. O espanhol manteve o carro durante boa parte da prova na zona de pontuação e no final parou sem terminar a corrida.
Kimi Raikkonen (Ferrari), Max Verstappen (RBR), Sergio Perez (Force India), Carlos Sainz da Toro Rosso, que voltou a utilizar os motores Renault, Daniil Kvyat (Toro Rosso) e Esteban Ocon (Force India) completaram a zona de pontuação.
Marcaram pontos no GP da Austrália
1) Sebastian Vettel
2) Lewis Hamilton
3) Valtteri Bottas
4) Kimi Raikkonen
5) Max Verstappen
6) Felipe Massa
7) Sergio Perez
8) Carlos Sainz
9) Daniil Kvyat
10) Esteban Ocon
A temporada 2017 tem a segunda etapa marcada para dia 09/04 na China. Lá teremos novidades, já que as equipes e pilotos estarão mais acostumadas com os carros.
Rapidinhas
Trabalho duro
Com sorriso de orelha a orelha, o alemão Sebastian Vettel agradeceu a equipe pela vitória. “O time inteiro trabalhou muito duro. O pessoal quase não dormiu, nem aqui e nem na fábrica. O carro está se comportando bem e foi muito divertido guiar. É um dia lindo”, falou na entrevista coletiva.
É o que o carro oferece
Felipe Massa ganhou uma posição na largada e contentou-se com o sexto lugar.”Estou feliz com o resultado, foi uma boa prova para mim, ultrapassando o Grosjean já na largada, o que era o mais importante para eu manter meu ritmo”, falou o brasileiro.
Estratégia errada
Hamilton creditou o segundo lugar na prova ao desgaste dos pneus. “Minha estratégia era parar na volta 19 e acabei parando na 18. Não tinha mais nada sobrando no meu pneu. Quando eu estava encostando nos retardatários, o carro estava escorregando e eu comecei a perder tempo em relação a Vettel”.