Nico Rosberg conquista a terceira vitória consecutiva no charmoso GP do principado, mas isso só aconteceu porque a Mercedes errou na estratégia de Hamilton
As estreitas ruas do principado de Mônaco são o maior desafio que as equipes e pilotos enfrentam durante a temporada. Para os times é necessária muita sensibilidade ao buscar o acerto aerodinâmico ideal, potência e torque do motor. Já os pilotos precisam de pericia, braço, controle dos nervos, para saber o momento e lugar correto de arriscar uma ultrapassagem. Um erro pode ser fatal, já que o muro não perdoa.
Assim, quem larga na pole tem praticamente 90% da corrida ganha. Só que toda a regra tem exceção. Foi o que aconteceu com Olivier Panis em 1.996 e sua Ligier. Ele largou em 14ª e conseguiu vencer a corrida, graças a uma série de acidentes e chuva que ia e voltava.
Neste fim de semana, as atenções estavam todas voltadas para o inglês Lewis Hamilton. De contrato renovado com a Mercedes-GP, foi soberano em todos os treinos e conquistou o direito de largar na pole. Seu companheiro Nico Rosberg foi segundo durante todo o tempo e parecia até conformado.
Dada a largada, Lewis não tomou conhecimento dos adversários e seguiu soberano, com Rosberg seguindo de perto. Tudo ia bem até que, faltando 14 voltas para terminar. Max Verstappen (STR), tentou ultrapassar onde não tinha espaço e encontrou o muro. Safety Car na pista e a equipe chamou o inglês para os boxes para trocar os pneus. O trabalho foi rápido, mas não o suficiente para ele voltar na liderança. E aí a corrida caiu no colo de Rosberg. Ele não precisou parar e só administrou a diferença que tinha para o alemão Sebastian Vettel (Ferrari). E Lewis, tentou, mas não conseguiu ultrapassar o piloto da Ferrari. Amargou o terceiro lugar e viu a diferença na liderança da competição baixar para 10 pontos. Ele ficou tão transtornado que esbravejou no rádio. A primeira vez ele acusou a equipe de fazer ele perder a corrida e na segunda pediu para o engenheiro não falar com ele. E depois no pódio saiu sem estourar o champagne.
Já os Felipes brasileiros da F-1 tiveram sorte diferente. Massa da Williams não conseguiu fazer o carro andar na classificação. Largou no 12º lugar, na primeira volta chegou ao oitavo posto, porém, encontrou o venezuelano Pastor Maldonado no meio do caminho. Espremido no muro, teve um pneu furado e parte do carro danificado. Foi para o boxe, voltou em último e só conseguiu terminar na 15ª posição.
Já Nasr conquistou pontos. O carro da Sauber não tem atualizações, a equipe está sem dinheiro para desenvolver. Depois de largar em 14º lugar, ele chegou ao 9º, por causa do abandono de Fernando Alonso (McLaren) e não saiu de lá até o final. Assim Nasr é a maior fonte de renda da equipe, pois além de levar o patrocínio do banco estatal, pontuou em três provas. E pontos na F-1 significam verba na temporada seguinte.
Sem estes imprevistos, o GP de Mônaco seria um desfile pelas ruas de Monte Carlo.
Marcaram pontos no GP de Mônaco
- Nico Rosberg
- Sebastian Vettel
- Lewis Hamilton
- Daniil Kvyat
- Daniel Ricciardo
- Kimi Raikkonen
- Sergio Perez
- Jenson Button
- Felipe Nasr
- Carlos Sainz Jr
No Campeonato, Hamilton tem 126 pontos, Rosberg foi a 116 e Vettel segue firme na terceira colocação com 98 pontos. E Felipe Massa é sexto com 39 pontos, enquanto Nasr está na 9ª posição com 16 pontos.
A próxima etapa será dia 07 de junho no Canadá. A pista exige muito dos freios, de qualquer forma a Mercedes é favorita. Se depender só do braço, Hamilton deve levar fácil, mas com o imponderado no meio, tudo pode acontecer.
Rapidinhas
Sinceridade em primeiro lugar
Depois de vencer o GP de Mônaco, Nico Rosberg reconheceu que contou com a sorte. “Estou muito feliz, mas sei que tive muita sorte e vou aproveitar ao máximo. Lewis também merecia, mas as corridas são assim”, afirmou na entrevista coletiva.
Ano que vem tem mais
Lewis Hamilton terminou a prova com um sentimento: “voltar a Mônaco e vencer a próxima”. Essa foi a primeira declaração do inglês, e completou: “ Não vou nem tentar explicar como estou me sentindo nesse momento. Eu confio na equipe. Eles me dão as opções. Estava no pneu mais duro e sabia que, quando eles perdessem temperatura devido ao Safety Car, seria difícil ter aderência. Mas entrei com toda a confiança de que Nico faria o mesmo”. Com toda esta determinação, vai ser difícil vencer o inglês.
Sem opções
Felipe Massa sabia que seu Williams não rendia no travado circuito. A esperança era contar com acidentes para chegar na zona de pontuação. Infelizmente o acidentado foi ele. “Tudo aconteceu na primeira curva. Acabei mantendo meu carro por fora e o carro que estava dentro acabou me espremendo e destruiu o carro inteiro. A corrida acabou ali. Não era uma corrida fácil, mas acabar na primeira curva não é bacana. Desde o começo deste fim de semana nada funcionou”, reclamou o brasileiro depois da prova.