Hábitos que podem prejudicar a vida útil dos automóveis

Especialista fala sobre o quais os hábitos rotineiros que podem gerar gastos desnecessários e colocar em risco a vida de ocupantes e terceiros 

Cuidar corretamente dos automóveis não é uma tarefa fácil. Para garantir a vida útil e a saúde dos veículos, existem diversos detalhes que devem ser seguidos à risca pelos proprietários. Entretanto, alguns hábitos comuns entre os motoristas vão na contramão do indicado e podem gerar problemas graves para o bom funcionamentos dos automóveis. E quando as falhas começam a surgir, diversos culpados também são apontados. Enquanto isso, os hábitos passam despercebidos pela maioria.

Diante disto, é comum ouvir queixas sobre determinados veículos ou marcas. Mas a verdade é que, atualmente, as montadoras disputam o mercado com as mesmas tecnologias. Por conta disto, não existem veículos ruins ou mal projetados. Existe, sim, a falta de informação no cuidado com os veículos, bem como a inexperiência de alguns condutores com relação às diferenças de cada modelo, como, por exemplo, um veículo automático de um manual, ou um motor turbo de um aspirado. Isto salienta a necessidade e a importância do conhecimento antes da aquisição do veículo.

Além de entender as particularidades do carro que dirige, é fundamental que o proprietário deixe de executar ações simples e que danificam diariamente o sistema veicular. Entre estas ações está o costume de ligar o veículo e sair logo em seguida. Isto prejudica drasticamente os componentes internos do motor, uma vez que o maior desgaste das peças ocorre na primeira partida do dia, quando o lubrificante está no cárter e as peças sem a lubrificação adequada.

Por este motivo, é importante, após a ignição, aguardar alguns segundos para que o lubrificante seja bombeado por todas as galerias e efetue o ciclo completo para proteção das peças. Recomenda-se após a partida aguardar alguns segundos e sair com o veículo sem dar carga no motor (evitar acelerar de forma brusca). Após 10 minutos o sistema já atingiu a temperatura mínima necessária para a proteção adequada do sistema. Isto ressalta o papel essencial executados pelos lubrificantes na proteção do motor, bem como da transmissão, em especial, a automática.

A aplicação de um lubrificante inadequado pode gerar diversos problemas para a vida útil do veículo, bem como para o dia a dia do proprietário. O aumento do consumo de combustível é um dos mais perceptíveis, haja vista as consequências financeiras geradas ao condutor.

No entanto, outros problemas que não são tão visíveis podem ser ainda mais prejudiciais aos veículos, como o desgaste precoce dos componentes internos. Sem a proteção adequada, além da perda de potência, a má utilização dos lubrificantes pode causar o travamento do motor ou a condenação por completo no caso de uma transmissão automática e gerar uma dor de cabeça ainda maior para o proprietário.

Além da utilização de lubrificantes inadequados, outros erros podem ser responsáveis por este tipo problema. Entre os principais está a utilização apenas da viscosidade como referência de um produto correto. Entretanto, além das viscosidades, as homologações e as especificações técnicas são informações primordiais para identificação correta dos lubrificantes.

A utilização de aditivos milagrosos e que prometem reduzir o consumo e aumentar a potência também pode ser considerado um dos vilões para os motores. Os lubrificantes adequados contam com a adição da quantidade exata de aditivos que podem melhorar a performance e a proteção do motor. A inclusão de qualquer produto a mais, além de não fazer diferença para o veículo, pode comprometer a composição química do lubrificante e gerar problemas graves para o funcionamento do automóvel.

A substituição do filtro apenas a cada duas trocas e completar o reservatório de óleo com um produto similar e, muitas vezes, fora de especificações também são hábitos que podem acelerar o desgaste das peças e antecipar a manutenção dos automóveis, trazendo gastos financeiros desnecessários aos proprietários.

Além dos problemas já relatados, a falta de manutenção pode ser considerada um dos piores problemas com relação aos veículos, pois quando mal, – ou não executada, coloca em risco a vida das pessoas. É comum notarmos um maior número de acidentes de trânsito em feriados prolongados ou períodos de férias. Em muitos casos, por negligência dos condutores (alcoolizados ou com fadiga de trabalho). Mas em diversas situações, os acidentes poderiam ter sido evitados se o sistema de freio estivesse com sua manutenção em dia, se o sistema de direção estivesse com alinhamento correto ou se o motor que travou contasse com o óleo correto.

A manutenção preditiva vem antes da preventiva, e existe para evitar surpresas e gastos desnecessários, mantendo os veículos seguros. Todos os componentes sofrem fadiga com o tempo e isso é definido pelos próprios fabricantes de peças automotivas. Para amenizar os desgastes, é preciso sempre ter a manutenção em dia, pois um item com problema pode comprometer os demais componentes. O período adequado para uma manutenção preditiva completa é de seis em seis meses, mesmo se o veículo ficar a maior parte do tempo parado, pois alguns itens, como os lubrificantes, oxidam, envelhecendo e comprometendo sua capacidade de proteção.

O fato é que poucas pessoas associam os acidentes à falta de manutenção. No entanto, atualmente, no Brasil, é comum reparos baratos sem critérios técnicos. Muitas vezes por falta de conhecimento e outras por uma economia equivocada. Diante deste contexto, é necessário que os proprietários entendam que cuidar de um automóvel demanda trabalho, conhecimento e responsabilidade. Estas características são fundamentais para garantir a saúde do veículo, evitar gastos desnecessários e certificar a segurança do condutor e de terceiros.

Fonte: Marcos Marques, Coordenador de Vendas Aftermarket da FUCHS

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