Parece que a tendência de carros equipados com motor 1.0 turbo veio mesmo para ficar. Depois da Volkswagen equipar seu sub compacto up! Com o turbo, chegou a vez da Hyundai equipar o seu HB20 1.0 com turbo. Curiosamente, ambas a motorizações são três cilindros.
A ideia da Hyundai Motor Brasil é ampliar a oferta de motores na família HB20, que atualmente conta com as versões aspiradas de 80 cv (1.0) e 128 cv (1.6). O novo motor 1.0 turbo, da família Kappa, traz105 cv de potência máxima a 6.000 rpm e torque de 15,0 kgf.m disponível já a 1.550 rpm, que combina alto desempenho e eficiência energética, e proporciona aos consumidores do segmento de veículos compactos a experiência de dirigir um carro turbo aliada à capacidade de transportar cinco ocupantes e suas bagagens confortavelmente.
Com o início das vendas previsto para o próximo dia 26, o HB20 1.0 Turbo é 31% mais potente e tem 47% mais torque quando comparado ao HB20 1.0 aspirado. Em performance, isso se traduz em velocidade máxima de 182 km/h para o hatch, uma significativa diferença de 13%; aceleração de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos, 23% mais rápida; e retomadas de 60 a 100 km/h e de 80 a 120 km/h mais curtas, em 24% e 30% do tempo, respectivamente. Para o sedã, a velocidade máxima passa a 183 km/h e os dados de aceleração e retomada são similares aos do hatch.
Primeiro turbo com tecnologia flex de combustível da Hyundai no mundo, o propulsor está disponível tanto para hatch como sedã, nas configurações Comfort Plus e Comfort Style. Seguindo o conceito de downsizing, ele garante desempenho equivalente a motores de deslocamento maior – 1.4, 1.5 e, em alguns casos, até mesmo 1.6 – com consumo de combustível mais eficaz.
Assim como na versão 1.0 aspirada, o motor Hyundai Kappa 1.0 Turbo tem 3 cilindros em linha, 12 válvulas, e bloco e cabeçote em alumínio. O comando de válvulas é duplo no cabeçote e variável na admissão – DOHC e CVVT –, sendo controlado por corrente, e o virabrequim está desalinhado em relação aos cilindros, reduzindo o atrito dos pistões em movimento e o consumo de combustível.
Mas as semelhanças param por aí. O novo propulsor traz turbocompressor de geometria fixa, com baixa inércia e turbina de apenas 34 mm de diâmetro. Feita de liga de níquel, essa turbina garante ótimo desempenho mesmo em altas temperaturas, com rotação máxima de 280.000 rpm. Seu regime normal de trabalho é de até 230.000 rpm e 1,9 bar, ou seja, 0,9 bar de pressão adicional acima da pressão atmosférica ao nível do mar.
Além disso, a turbina está fixada diretamente no cabeçote do motor, diminuindo consideravelmente o tempo de enchimento do turbocompressor (turbo lag) e fazendo com que os gases cheguem rapidamente ao catalisador, localizado logo após a saída da turbina. Na prática, isso significa a redução da emissão de poluentes, pois o catalisador atinge sua temperatura ideal de funcionamento mais rápido. O arrefecimento da turbina é feito por uma nova galeria de óleo exclusiva.
O motor turbo adota novos coxins, maiores e mais resistentes, para lidar com o torque quase 50% maior. As bielas e as bronzinas também são novas e reforçadas, assim como as capas dos mancais do comando de válvulas.
Para a versão turbo, a transmissão manual passa a ser de seis velocidades e não mais cinco. As primeiras marchas são mais longas e o diferencial também foi alongado em 10% em relação ao motor 1.0 aspirado. A embreagem é mais robusta para lidar com o torque maior, tendo agora 215 mm de diâmetro contra os 180 mm anteriores.
As marchas mais longas aproveitam o alto torque disponível em baixa rotação e a sexta marcha entra como sobremarcha (overdrive), para economia de combustível, redução de emissões de poluentes e aumento do conforto acústico nas altas velocidades. Ao viajar a 100 km/h em sexta marcha, por exemplo, o motor gira a 2.650 rpm; rotação que estaria na casa das 3.200 rpm quando limitada à quinta marcha.
Com essas mudanças, a velocidade a 1.000 rpm do motor turbo é 9% a 13% maior do que a versão aspirada, dependendo da marcha, o que significa uma performance melhor em todas as situações, principalmente em baixas rotações.
Confira os dados de desempenho do HB20 e HB20S equipados com o novo motor 1.0 Turbo:
HB20 | HB20S | ||||
Etanol | Gasolina | Etanol | Gasolina | ||
Velocidade máxima (km/h) | 182 | 178 | 183 | 179 | |
Aceleração de 0 a 100 km/h (s) | 11,2 | 12,1 | 11,2 | 12,1 | |
Retomadas | De 60 a 100 km/h | 9,8 | 10,7 | 9,8 | 10,7 |
De 80 a 120 km/h | 15,0 | 16,5 | 15,0 | 16,5 |
Sem alterações estéticas, o novo HB20 1.0 Turbo é identificado pelo emblema “Turbo” na tampa do porta-malas.
Consumo de combustível do Motor Kappa 1.0 Turbo
HB20 | HB20S | |||
Km/l | Cidade | Estrada | Cidade | Estrada |
Gasolina | 11,6 | 14,3 | 11,9 | 15,2 |
Etanol | 8,2 | 10,1 | 8,4 | 10,5 |
O teste drive realizado pela Hyundai foi no Autódromo de Interlagos em São Paulo. Foram apenas quatro voltas – cerca de 10 km – para sentir a sensação da nova motorização. O borato das impressões foi que o motor nunca “enchia” e dificilmente se alcançava a quarta marcha – novo câmbio com escalonamento mais longo. Quando o HB 1.0 Turbo chegar para avaliação, daremos mais detalhes.
Os preços para as versões são as seguintes: HB20 1.0 Turbo hatch Comfort Plus R$ 47.445; HB20 1.0 Turbo hatch Comfort Style R$ 51.595; HB20S 1.0 Turbo sedã Comfort Plus R$ 51.475; HB20S 1.0 Turbo sedã Comfort Style R$ 55.225.