“Libertas” traz os pensadores da Cultura do Século XX

Poesia, filosofia, dança e teatro farão o público relembrar o sentido utópico da cultura

No mês de setembro, o Sesc São Caetano torna-se palco de espetáculos, saraus, oficinas, aulas abertas e vivências da programação “Libertas – O Sangue, o Sonho, a Terra”. cada semana, será relembrada uma personagem de importância na cultura do século passado. Os artistas/pensadores destacados são: Federico García Lorca, Paulo Freire, Pagu (Patrícia Galvão), Violeta Parra.  

“Libertas: O Sangue, o Sonho, a Terra” foca em alguns artistas-pensadores do século XX que sonharam uma vida mais justa, lutaram por ideais de igualdade e evocaram suas raízes culturais na composição de suas obras.  

Baile flamenco, cante jondo, guitarra e percussão abrem o projeto no dia 1, às 20h, com a Cia Flamenca Ale Kalaf, um espetáculo de música e dança que apresenta as tradições da Andaluzia e o imaginário que inspirou o poeta e dramaturgo Federico García Lorca. Quem complementa essa viagem poética, no dia 2, às 20h, é a Cia do Tijolo, por meio do seu “Sarau para Lorca”, homenagem à obra do criador e intelectual espanhol, assassinado pelo fascismo, no início da Guerra Civil Espanhola. 

Evocando o universo dos iletrados e a luta de figuras como Paulo Freire para reverter a exclusão escolar no Brasil, a Cia Contadores de Mentiras, de Suzano, apresenta seu solo “Cícera”, no dia 8, às 20h. 

No dia 9às 20h, a Cia do Tijolo reapresenta na unidade seu famoso espetáculo “Ledores no Breu”, histórias entrelaçadas que acompanham analfabetos em pleno século XXI, homens e mulheres percorrendo distâncias para elucidar suas dúvidas, seus erros e seus crimes. 

Em diálogo com esse universo de riquezas e mazelas da região nordestina, Mestre Valdeck de Garanhuns traz nos dias 7 e 10, às 16hcomo parte da programação infantil, seu teatro de mamulengos, com “Simão e o Boi Pintadinho” (dia 7) e “O Mamulengo no Cinema” (dia 10). 

A atriz e cantora Lilian de Lima traz, no dia 16, às 20h, o espetáculo musical “Pagu, Anjo Incorruptível”, que narra trechos da vida da escritora modernista e ativista política Patrícia Galvão. A trama dramatúrgica parte de fragmentos sobre a vida e obra de Pagu e é permeada pela realidade de uma moradora da periferia de São Paulo, uma mãe solo, uma mulher como tantas outras, um cruzamento de realidades de tempo e espaço, fazendo o público refletir, entre canções, fotos, trechos biográficos, depoimentos e notícias atuais de jornais, o que é ser mulher hoje. 

Para fechar o projeto Libertas, e esse passeio pelos artistas-ativistas da cultura do século XX, a artista chilena Violeta Parra é relembrada por meio da vivência da técnica têxtil Arpilleras, que consiste num bordado feito sobre um tecido rústico e um retalho colorido, tendo como temas aspectos das vidas dos artesãos/artesãs. A “Vivência Arpilleras”, acontece dia 21, às 15h, mediante inscrição. 

No dia 23às 20h, a atriz Tânia Farias, do grupo gaúcho “Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz” apresenta um espetáculo musical permeado por poesia latino-americana: “Violeta Parra – Uma Atuadora”. Nele, fica latente o lado de pesquisadora musical de Violeta Parra, criadora de canções icônicas como  “Gracias a la Vida” e “Volver a los 17”. 

Programação – Libertas: O Sangue, o Sonho, a Terra 

  • Dança 

Café com Flamenco
Cia Flamenca Ale Kalaf 

Dia 1/9, quinta, das 20h às 21h
Classificação Livre
Ingresso à venda na Rede Sesc SP 

Sem deixar de ser música e poesia de raiz popular, pode-se dizer, que o flamenco é um folclore elevado à arte, mas com infinitas possibilidades de dramaturgias e um riquíssimo código de improviso, tanto por suas dificuldades interpretativas como por sua concepção e formas musicais. Além disto, é considerada uma arte universal e se tornou “Patrimônio da Humanidade”. 

CAFÉ COM FLAMENCO é um convite a assistir a um tablado flamenco tradicional permeado por um bate papo leve e descontraído com o público, mediado pelos músicos e pela diretora da Cia Flamenca Ale Kalaf. Nesse encontro, abriremos o jogo do improviso entre baile, cante, guitarra e percussão, contaremos curiosidades da linguagem e convocaremos o público a mergulhar e a participar ativamente, aprendendo, por exemplo, as palmas dos ritmos apresentados.
Nesse projeto além de apresentar um espetáculo de música e dança, propomos uma experiência que irá afetar a todos, conectando conhecimento a emoção.  

  • Teatro 

Sarau para Lourca
com Cia do Tijolo 

Dia 2/9, sexta, das 20h às 21h
Classificação Livre
Neste encontro, para celebrar e rememorar o poeta Federico Garcia Lorca, a Cia do Tijolo traça um caminho, como um bordado inacabado, que se inicia no Ventoforte e ainda se continua. Esse nosso bordado tem como fio condutor e eixo principal a conferência “Teoria e Prática do Duende”, escrita pelo poeta na década de trinta do século passado, além de textos da filósofa andaluza María Zambrano, trazendo dessa maneira um panorama musical e poético de Lorca, de sua terra e de sua gente e luta, que se relaciona diretamente com a nossa. A poesia assume a regência de um mundo doido, tentando extrair do caos algum sentido ainda inimaginável. 

Cícera
Contadores de Mentira 

Dia 8/9, quinta, das 20h às 21h
Classificação Livre
Na mala, a alagoana Cícera traz um punhado de farinha, 4 filhas e o sonho de uma vida melhor. Em São Paulo, encontra dureza, concreto, fome e saudade. “Cícera” é a história de uma mulher, mas é o retrato de vida de centenas de mulheres retirantes que deixam suas raízes na busca de igualdade social. A anciã, a jovem, a desbravadora, a mãe, a trabalhadora, a que luta por seus direitos. Todas são Cíceras. Atravessada por cantos de trabalho, relatos e memórias, a obra apresenta uma mulher nordestina em ponto de ebulição, que dança e saúda sua caminhada. 

Ledores no Breu
Com Cia do Tijolo  

Dia 9/9, sexta, das 20h às 21h
Classificação Livre
Um retrato das relações entre o homem sem leitura e sem escrita com o mundo ao seu redor. Histórias entrelaçadas que acompanham analfabetos em pleno século XXI, homens e mulheres percorrendo distâncias para elucidar suas dúvidas, seus erros e seus crimes.  

Pagu, Anjo Incorruptível
Com Lilian de Lima 

Dia 16/9, sexta, das 20h às 21h
Não recomendado para menores de 12 anos
O espetáculo musical Pagu, Anjo Incorruptível traz temas urgentes, sobrepondo elementos de teatro documental e camadas narrativas ficcionais. A trama dramatúrgica parte de fragmentos sobre a vida e obra de Patrícia Galvão e é permeada pela realidade de uma moradora da periferia de São Paulo, uma mãe solo, uma mulher como tantas outras. Uma Patrícia dos dias de hoje que atravessa a cidade todos os dias para trabalhar. A peça cruza realidades no tempo e no espaço, traz fatos biográficos, traz canções, depoimentos e notícias atuais de jornal para tentar enxergar através dos olhos moles de Pagu e refletir sobre o que é ser mulher hoje, sobre feminino, sobre feminismo. São 100 anos que separam essas duas Patrícias e que nos separam da Semana de Arte Moderna de 1922. E nesse vão de um século, surge uma pergunta: O que de fato mudou? 

Violeta Parra – Uma Atuadora
Com Tânia Farias – Tribo de Atuadores Ói Nóis Aqui Traveiz  

Dia 23/9, sexta, das 20h às 21h
Classificação Livre
“Violeta Parra – Uma Atuadora” apresenta um repertório que mistura o andino com ritmos brasileiros na voz da atuadora Tânia Farias e do violonista e compositor Mário Falcão. Com esse viés mestiço a performance veste as canções deste ícone da arte da América do Sul.
Violeta Parra cantora e violonista desde criança, pesquisou ritmos, danças e canções populares, transformando-se em ponta de lança do movimento da “Nueva Canción” que projetou a música chilena no mundo. Conhecida no Brasil principalmente pelas composições “Gracias a la Vida” e “Volver a los 17”, seu legado é inestimável para a música engajada latino-americana.

  • Crianças 

Simão e o Boi Pintadinho
Mestre Valdeck de Garanhuns 

Dia 7/9, quarta, das 16h às 17h
Classificação Livre
O coronel Vicente Pompeu vai realizar uma grande comemoração em sua propriedade para celebrar o noivado de sua filha Rosinha. Para organizar todos os preparativos, ele manda chamar o seu braço direito, Simão. O ajudante fica encarregado de tudo e conta com o auxílio de sua companheira Marieta e de alguns amigos. O coronel diz a Simão que a festa tem que ser uma grande folia brasileira. Mas o Gringo e o Político, que se dizem amigos do coronel, querem modificar tudo para colocar coisas mais “modernas” e soltam a Cobra-Grande para devorar o Boi Pintadinho, a principal figura da brincadeira. Com muita astúcia, Simão consegue salvar o boi e realizar a festa.  

O Mamulengo no Cinema
Com Mestre Valdeck de Garanhuns 

Dia 10/9, sábado, das 16h às 17h
Classificação Livre
O coronel Vicente Pompeu recebe em sua fazenda uma equipe estrangeira de cinema, que deseja realizar um documentário sobre as manifestações da cultura popular que existem na comunidade, incluindo o boi pintadinho que é o maior folguedo do lugar. O coronel reluta e diz não querer saber de nenhum filme com seu boi predileto, pois isso poderia dar azar, mas os gringos, muito inteligentes, dizem que o filme vai ser bom para o boi, o “coronel” e a comunidade pois vai divulgar sua propriedade para o mundo e melhorar os negócios de todos. O coronel, então, em acordo com a comunidade, permite a filmagem e manda chamar Simão de Lima Condessa, seu funcionário e líder da comunidade, para coordenar todo o processo. Quando Simão chega para conhecer os cineastas, descobre logo que a história do filme é uma grande farsa e faz peripécias para que tudo aconteça com igualdade e justiça.  

  • Artes Manuais 

Vivência Arpilleras
Com Rossana Vilugrón Pulcinelli 

Dia 21/9, quarta, das 15h às 17h
Inscrições em: sescsp.org.br/inscricoes
Arpillera é uma técnica têxtil chilena que possui raízes numa antiga tradição popular iniciada por um grupo de bordadeiras de Isla Negra localizada no litoral do país. O pano utilizado é rústico, proveniente de sacos d batatas(arpillera) ou sacos de farinha, é bordado a mão, utilizando agulhas, fios, lãs e retalhos de tecidos. Desde 1974, como resposta ao regime ditatorial no Chile, muitas mulheres chilenas fizeram das arpilleras uma linguagem de denúncia e resistência. Através delas, mostravam o que realmente estava acontecendo nas suas vidas e no país, constituindo vivas expressões da tenacidade e da força com que as mulheres levavam adiante a luta pela verdade e pela justiça. Por outro lado, as colocavam no marco da solidariedade internacional, fazendo delas um meio de sobrevivência e combate contra a pobreza.
As arpilleras, hoje têm transcendido o marco da solidariedade e formam parte indiscutível do legado histórico do Chile. Também tem inspirado outras mulheres de outros países e comunidades a ressignificar suas histórias, memórias e identidades ao longo do tempo. 

 

Serviço:

“Libertas – O Sangue, o Sonho, a Terra”
Local: Sesc São Caetano , Rua Piauí -554 Santa Paula – São Caetano do Sul/SP
Dias: 1, 2, 8, 7, 9, 10, 16, 21, 23 de setembro
Recomendação etária: verificar em sescsp.org.br/saocaetano 
Ingressos:  R$30,00 / R$15,00 / R$9,00
Telefone para informações: (11) 4223-8800
Para informações sobre outras programações acesse: sescsp.org.br

 

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