Já faz algum tempo que carro no Brasil deixou de ser só VW, GM, Fiat ou Ford. Eles ainda continuam os gigantes, é fato, mas será que por muito tempo?
Hoje temos Hyundai, Kia, Jac, Chery e Lifan. Não entraremos no mérito das outras marcas que vêem crescendo pouco a pouco, como: Nissan, Renault, Mercedes, Mitsubishi, Honda, Toyota, Land Rover, Suzuki e vários outros. A lista seria muito grande e alguns eram trazidos pelos importadores independentes e em poucas unidades, ou seja, a maioria dos consumidores não tinha acesso e não representava nenhum risco para as quatro gigantes.
Mas nos dias de hoje, o cenário mudou bastante e esta prometendo mudar ainda mais. Cada marca esta disputando cliente a cliente “no dente”, ninguém quer diminuir as metas de vendas, todas querem mordiscar uma fatia do bolo das gigantes. Acontece que isso se reverte positivamente ao consumidor comum. Hoje um trabalhador de classe média pode escolher entre a compra de um Lifan X60 no valor de 59.990 (valor do modelo avaliado) ou um Chevrolet Tracker por aproximadamente 80.000. Ambos com configuração muito parecida. Resumindo: A diferença de 20.000 se justifica? Qual a diferença para um consumidor comum entre gastar 20.000 a mais ou a menos? Claro que faz muita diferença e as pessoas estão cada vez mais colocando isso na ponta do lápis e arriscando experimentar marcas que ainda não tem lastro no mercado nacional. Nossa experiência com os “personagens da STM” tem nos mostrado isso. Exemplo é a estudante de veterinária, proprietária de um Jac J3 que avaliou o Citroën C3 e disse que no final esta muito satisfeita com o carro que tem e fez questão de mostrar como o J3 dela tem itens mais pensado e melhor acabado que o C3.
Mas voltando a nossa comparação, o que o X60 tem melhor ou pior que o Tracker? Varias coisas, mas o que queremos dizer com tudo isso, é que o consumidor tem opção de escolha. O consumidor que optar pelo Lifan de 59.990 vai ter quase todos os mimos que o outro consumidor que optou pela Chevrolet Tracker. E não estamos dizendo que o Lifan é melhor que o Chevrolet, são duas propostas parecidas para dois valores diferentes. Ambos com motor 1.8, central multimídia com câmera de ré e controles no volante, chave canivete, bancos em couro com console central dianteiro e traseiro, muito espaço interno, além da presença de carrão. Qual você compraria?
A Lifan dispõe de dois modelos apenas, a Talent à R$ 59.990 (avaliada) e a Vip (com teto solar e interior bege) à 61.990. O motor é o conhecido 1.8 VVT 16v de 128cv e 16,8 kgfm de torque a 4.200 rpm, com tração dianteira e cambio manual de 5 velocidades. Suspensão McPherson independente na dianteira e Trolling arm independente na traseira que transmite uma boa estabilidade, inclusive em curvas. Os freios com ABS e EBD são à disco nas 4 rodas com ventilação na dianteira. Dimensões: entre eixos (mm) 2600, comprimento total (mm) 4325, largura da carroceria (mm) 1790, altura (mm) 1690. Capacidades: porta malas (litros) 405 e Tanque de combustível (litros) 55. Cores externas: preto must, branco albus, verde grom, vermelho piros e prata arian. Cores Internas: preto black diamond para a versão Talent e bege desert para a versão Vip.
Como a única diferença entre os dois modelos são exatamente a cor interna e o teto solar, a lista de itens de série é grande: Sistema multimídia touch screen com GPS, MP3, bluetooth, entrada USB e Micro SD, radio AM/FM, com 4 falantes e 2 tweeters e antena externa tipo “Shark”. Câmera de ré e sensor de estacionamento traseiro, controle do som no volante, Airbag duplo, ABS e EBD, Ar condicionado, Direção hidráulica, banco do motorista com ajuste de altura, travamento central e alarme keyless, chave tipo canivete com tele comando para travamento das portas e destravamento do porta malas, vidros com acionamento elétrico nas quatro portas, retrovisores elétricos, bancos com revestimento em couro sintético, lanternas dianteiras e traseiras em LED, faróis de neblina, sensor crepuscular para acendimento automático dos faróis, luz de seta auxiliar em LED nos retrovisores, sistema “ligth my way” que mantém os faróis acesos por 30 segundos após desligar o contato, painel de instrumentos com velocidade digital, indicador de temperatura externa, ajuste elétrico de altura dos faróis, regulagem de intensidade da luz do painel, porta óculos no teto, porta objeto no console central com descanso de braço e tomada 12v, banco traseiro reclinável, bi-partido, rebatível (1/3 – 2-3) e com descanso de braço central, Isofix, cobertura tipo cortina do bagageiro, rodas em alumínio aro 16″ com pneus 215 65, luz de neblina traseira e rack de teto.
A primeira impressão ao entrar no X60 é boa. O generoso espaço interno ajuda bastante. O espaço para quem viaja no banco traseiro é de primeira classe. Para sair da inércia é preciso subir a rotação do motor para ele não apagar na saída, com o tempo, acostuma e torna-se automático. A terceira marcha tem uma rotação longa, ajudando a andar no transito sem a necessidade de ficar transitando entre a segunda e a terceira. As portas são demasiadamente pesadas. A suspensão é macia e gera sensação de segurança. O espaço do porta malas é bom e a cobertura do tipo cortina ajuda bastante quando aberto para colocar e tirar coisas pelo banco traseiro, evitando assim a abertura da tampa pesada. Quando iniciamos a avaliação, o X60 marcava 1.112 km rodados, ou seja, ainda não estava amaciado o motor. Rodamos 716 km entre cidade, estrada e serra do mar e o consumo médio foi de 7kml. Em resumo, consideramos que o principal sem duvida é o conjunto de itens e o porte do veiculo para o preço de venda. Esta semana estamos avaliando o novo Renault Duster que pode chegar a R$ 71.490 e vocês poderão acompanhar os resultados em breve.
Texto: Flávio Verna
Fotos: Flávio Verna e Divulgação