O amortecedor é a peça fundamental que compõe o sistema de suspensão do veículo, destinado ao controle das oscilações das molas geradas por meio de irregularidades do pavimento, sua função é manter o contato entre a banda de rodagem do pneu e o solo.
Como saber quando trocar e se o amortecedor apresenta algum defeito?
Podem surgir dúvidas em relação à durabilidade, ao período correto de manutenções e trocas das peças. De acordo com Ferrari, ações preventivas são muito importantes. “Os amortecedores têm como recomendação uma revisão preventiva a cada 10 mil quilômetros e a substituição preventiva a cada 50 mil. Lembrando que essa é uma recomendação geral preventiva, já que cada montadora tem seu plano de revisão veicular, fora os acontecimentos inesperados do dia a dia”, recomenda o especialista do Grupo Universal Automotive Systems.
É muito importante estar atento às condições de funcionamento dos componentes da suspensão do veículo, no caso do amortecedor não é diferente. Algumas observações simples ajudam na identificação de problemas relacionados ao amortecedor:
Vazamento de óleo: sem dúvidas este tipo de verificação é a mais simples, apenas com uma inspeção visual é possível identificar se existe óleo na parte externa do amortecedor, isto pode indicar um vazamento do óleo. “O vazamento de óleo é proveniente de uma falha no retentor e compromete totalmente o funcionamento do amortecedor, devendo ser tratado o mais rápido possível a fim de evitar maiores problemas”, alerta Felipe Ferrari.
Balanço excessivo do veículo: conforme citado, uma das funções do amortecedor é estabilizar o balanço das molas. Caso seja perceptível um balanço excessivo da carroceria do veículo, isto pode indicar um desgaste natural dos componentes internos do amortecedor. “Um desgaste na vedação do pistão principal faz com que as cargas hidráulicas percam sua força gradativamente até que o amortecedor fique sem ação, interferindo diretamente na estabilidade do veículo e conforto dos ocupantes” afirma o gerente de desenvolvimento de produtos do Grupo Universal Automotive Systems.
Tempo e percurso de frenagem: um amortecedor em perfeitas condições garante maior aderência do pneu ao solo. Já um amortecedor danificado faz totalmente o oposto, aumentando tempo e percurso de parada total do veículo, fique atento com isso.
Conheça diferentes tipos de amortecedores
Amortecedores a óleo: este tipo de amortecedor é o mais popular dentre os amortecedores, foi utilizado em grande escala nos veículos mais antigos, internamente possui um sistema que funciona por meio de óleo e ar. Esta é a opção mais acessível entre os amortecedores.
Amortecedores a gás: podemos falar que é uma evolução do amortecedor a óleo, na sua composição utiliza-se gás nitrogênio ao invés de ar, garante maior resistência ao movimento, resultando em maior aderência dos pneus ao solo. O nitrogênio evita a formação de bolhas de ar no óleo desta forma diminui a possibilidade de cavitação, ou seja, vaporização de um líquido pela redução da pressão, e aumenta a vida útil do amortecedor.
Amortecedores eletrônicos: encontrados em veículos de luxo, são controlados individualmente por um sistema eletrônico que atua de acordo com as condições de condução do veículo e é capaz de alterar suas características de acordo com a necessidade. Por exemplo, quando o veículo está trafegando em altas velocidades o amortecedor se torna mais rígido garantindo maior estabilidade ao veículo, já em baixas velocidades fica macio proporcionando conforto aos ocupantes.
Confira a seguir as principais dúvidas devidamente esclarecidas por Felipe Ferrari, gerente de desenvolvimento de produtos do Grupo Universal Automotive Systems.
- Como os amortecedores devem ser trocados: apenas um, ou em pares?
A recomendação é substituir o par de acordo com o eixo (dianteiro ou traseiro). Quando é substituído apenas um amortecedor, o lado oposto terá menor eficiência devido ao maior tempo de uso, desta forma sobrecarrega o amortecedor novo diminuindo sua vida útil e pode prejudicar a dirigibilidade do veículo.
- Qual é a vida útil do amortecedor?
O amortecedor não tem vida útil preestabelecida. Isto porque sua durabilidade está relacionada a diversos fatores e o principal deles é o tipo de utilização. Quando falamos de veículos que circulam em vias bem pavimentadas a tendência é que tenha uma vida útil maior, por outro lado, veículos que circulam em vias malconservadas a troca deste item ocorrerá mais cedo. De acordo com os manuais das montadoras a verificação dos amortecedores devem ser feitas em todas as revisões do veículo, isto pode ser entre 10 mil quilômetros e substituição preventiva com 50 mil, dependendo do plano de manutenção de cada montadora.
- Os amortecedores recondicionados possuem a mesma eficiência de um produto novo?
Amortecedores recondicionados não têm a mesma eficiência de um produto novo, isto porque o recondicionamento muitas das vezes é feito de forma manual, sem procedimentos e testes que garantam a qualidade deste produto. Vale ressaltar que todo amortecedor deve ser certificado no INMETRO e passar por rigorosos testes de qualidade. O amortecedor recondicionado pode até conter o selo do INMETRO, que é referente ao fabricante original, isto pode confundir o consumidor e dar a falsa impressão de que o produto recondicionado também é certificado, o que não é verdade.
- É verdade que passar em lombadas ou valetas com o veículo na diagonal aumenta a vida útil dos amortecedores?
Não é verdade. Esta ação aumenta as forças laterais geradas por meio dos movimentos de torção da carroceria, desta forma os amortecedores e todos os componentes da suspensão são mais exigidos, ocasionando folgas excessivas, ruídos indesejados, e até mesmo o travamento total de alguns componentes.
- Os amortecedores interferem na distância de frenagem do veículo?
Sim. Um amortecedor em perfeito estado garante melhor aderência do pneu ao solo, desta forma torna a frenagem mais eficiente, diminuindo a distância de parada total do veículo.
- Quais são os impactos causados por amortecedores desgastados?
Amortecedores desgastados podem apresentar alguns incômodos que serão percebidos pelo condutor, entre os principais estão: balanço excessivo do veículo, perda de dirigibilidade, ruídos indesejados na suspensão, vazamento de óleo no amortecedor, aumento no cansaço do condutor, aumenta a possibilidade de aquaplanagem e, ainda devido ao balanço excessivo do veículo, produz oscilações no feixe de luz dos faróis, podendo ofuscar a visibilidade do condutor que vem no sentido contrário.