Mercado: ANFAVEA vê crise de confiança afetando venda de veículos

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Os números da FENABRAVE apresentados na terça, mostrando queda de mais de 6% na venda de automóveis em abril foram confirmados pela ANFAVEA, em sua coletiva de imprensa realizada hoje. Dados da entidade mostram que o setor automotivo fechou o quarto mês do ano com 219,3 mil veículos comercializados, o que significa uma retração de 6,6% em relação aos 234,6 mil de março de 2015.
Para Luiz Moan Yabiku Junior, presidente da ANFAVEA, a atual conjuntura continua impactando fortemente a confiança do consumidor. “A confiança do consumidor e dos empresários é, neste momento, uma das principais razões para o complexo cenário que vivemos atualmente”, afirma o dirigente. “Por esta razão, entendemos que é de fundamental importância a realização o mais rápido possível dos ajustes fiscais na economia. Desta forma, as regras ficarão claras, o planejamento será mais preciso e a atividade será retomada”.
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Na análise contra abril do ano passado, que registrou 293,2 mil veículos, a contração foi de 25,2%, no mês. No acumulado do ano as vendas foram de 893,6 mil unidades: queda de 19,2% frente as 1,1 milhão de unidades vendidas até abril de 2014. Para Luiz Moan Yabiku Junior, presidente da Anfavea, a atual conjuntura continua impactando fortemente a confiança do consumidor:
As exportações recuaram 1,2% no acumulado do ano, com 108,5 mil unidades em 2015 ante 109,9 mil do ano anterior. Somente no quarto mês deste ano 28,8 mil unidades deixaram as fronteiras brasileiras, o que significa diminuição de 10,7% frente as 32,2 mil de março e de 18,4% com relação as 35,2 mil de abril de 2014.
A produção no quadrimestre também apresentou declínio: 17,5% em relação ao ano passado – 881,8 mil e 1,1 milhão de unidades, respectivamente. Abril terminou com baixa de 21,7%, com 217,1 mil veículos no mês contra 277,1 mil de igual período de 2014. Na comparação com março, a fabricação foi 14,5% inferior, quando comparadas as 254 mil unidades daquele mês.
No segmento de caminhões o licenciamento terminou o mês com baixa de 10,9% ao se comparar as 5,8 mil unidades de abril com as 6,5 mil de março. O setor apresentou retração de 46,9% na análise com as 10,9 mil unidades negociadas em abril do ano passado. O resultado no acumulado, com 25,1 mil unidades, está 39,3% menor do que no ano passado com 41,3 mil unidades.
A produção ficou 6,9% abaixo – foram 6,9 mil unidades em abril e 7,4 mil em março. Ao defrontar o resultado com abril do ano passado, quando foram produzidos 12,3 mil caminhões, o decréscimo é de 44,3%. No quadrimestre a baixa é de 45,2%: 30,2 mil este ano e 55,1 mil em 2014.
Os dados mostraram que a exportação de 6,1 mil unidades acumulada de janeiro a abril encolheu 1,7% se comparado com as 6,2 mil unidades de igual período de 2014. Apenas em abril 1,7 mil produtos deixaram o País, o que representa queda de 7% em relação as 1,8 mil unidades de março e estabilidade no comparativo com abril do ano passado.
Vendas das associadas da ABEIFA têm queda de 20,1% em 2015
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As vendas dos automóveis e dos comerciais leves das 28 marcas associadas da ABEIFA (Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores), no período de janeiro a abril de 2015, foram 20,1% menores do que as registradas em 2014. Nos quatro primeiros meses do ano, foram emplacadas 26.899 unidades, ante as 33.659 registradas em 2014. Na comparação com os resultados de abril de 2014, quando foram emplacadas 7.897 unidades, a queda foi de 14,5%, com 6.748 unidades comercializadas em abril de 2015.
Segundo a ABEIFA, o desempenho das associadas segue o mesmo decepcionante e preocupante resultado do mercado total – que inclui todos os automóveis e comerciais leves emplacados no país. No acumulado do ano, a queda dos emplacamentos de automóveis e de comerciais leves no Brasil chegou aos 18,4%.
“Ainda estamos trabalhando com números muito baixos e, se não tivermos uma clara mensagem de que os ajustes fiscais necessários serão aprovados pelo Congresso, os resultados dos próximos meses seguirão essa mesma tendência”, argumenta o presidente da entidade, Marcel Visconde. “Mesmo impopulares, essas medidas são necessárias para a retomada da credibilidade e precisam ser tomadas com urgência, para que o país recupere gradativamente a confiança e o crescimento”, complementa Visconde.
 

Marcel Visconde, presidente da ABEIFA
Marcel Visconde, presidente da ABEIFA

A entidade reitera o que já havia sinalizado no início do ano sobre uma eventual necessidade de ajustes nas estruturas de seus associados. As marcas da ABEIFA enfrentam as mesmas dificuldades que os demais agentes do setor, que já anunciaram a readequação de suas estruturas e equipes. “Ajustes dessa natureza são inevitáveis quando o mercado encolhe e as vendas caem nessa proporção”, finaliza Marcel Visconde.
 

Pedro Damian, especial para Super TopMotor

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