Se as tabelas com os números de vendas de veículos fornecidas pela FENABRAVE à imprensa fossem um boletim escolar, poderíamos dizer que o “aluno” (o mercado) teria repetido de ano já no segundo bimestre, pois só há notas vermelhas nelas (e bem baixas, muitas delas com dois dígitos, que representam quanto as vendas caíram). No caso do aluno, este apenas repetiria de ano, o que de forma alguma pode acontecer com a revenda de automóveis em 2016, pois se os fracos números persistirem, a crise poderá tomar proporções inimagináveis.
Alarico Assumpção Jr., presidente da FENABRAVE, não espera que isso aconteça, mas avisa que apenas no início de 2016 as vendas poderão começar a se recuperar. Ele anunciou hoje o desempenho do setor em abril, que apresentou, no comparativo com março, quedas de 6,36% (automóveis e comerciais leves), 10,96% (ônibus e caminhões) e 13,13% (motos). Na comparação com o mesmo mês do ano passado, as quedas são mais expressivas: 24.75% (automóveis e comerciais leves), 42,64% (caminhões e ônibus) e 11,17% (motos). Nos quatro primeiros meses do ano, como não poderia deixar de ser, mais quedas: automóveis e comerciais leves (18,39%), caminhões e ônibus (35,44%) e motos (10,68%).
Na esperança que algo mudasse a situação nos primeiros meses de ano, a diretoria da FENABRAVE estava adiando suas projeções para o mercado em 2015, porém, hoje finalmente divulgou os números, que prevêm queda no mercado na ordem de 18% para automóveis e comerciais leves e de 41% para ônibus e caminhões.
Pedro Damian, especial para Super TopMotor