Vai viajar de férias ou a trabalho? Com o sobe e desce dos preços dos combustíveis nas bombas, vale a pena avaliar previamente alguns fatores para entender, na prática, qual a melhor escolha para o seu bolso. Para se ter uma ideia, a diferença do preço médio do litro do etanol e da gasolina na última semana foi de 30%. Segundo a base de cálculo adotada por órgãos como Inmetro e a própria ANP, este cenário torna o biocombustível produzido da cana-de-açúcar mais vantajoso economicamente. Nos últimos 12 meses, o preço do litro do seu principal concorrente fóssil subiu mais de 20%.
Segundo o professor Renato Romio, Chefe da Divisão de Motores e Veículos do Instituto Mauá de Tecnologia, em trechos rodoviários o veículo é utilizado em condições de maior velocidade e potência e, em geral, o motor abastecido com etanol apresenta maior potência e torque. Isto pode ser útil em percursos que necessitam de muitas ultrapassagens ou há muitas subidas e quando o automóvel estiver pesado.
“Entretanto, a magnitude desse aumento depende das características do motor e da sua calibração original, que é feita pelo fabricante do veículo. Por isso existem motores com resposta distinta ao uso do etanol. Essa diferença pode chegar a 9% em alguns modelos”, destaca Romio.
Nos testes do estudo Análise Estatística de Desempenho e Performance de Combustíveis, conduzido pelo Instituto Mauá de Tecnologia, os carros avaliados alcançaram 75,4% em trajetos rodoviários e 73,1% em trechos urbanos. “Este valor tende a variar de acordo com a evolução técnica dos motores flex, percurso do veículo, a forma de dirigir e também, em função do teor de etanol na gasolina. É importante que o motorista conheça a conta do seu carro. Queremos provocar o consumidor a considerar esses aspectos e fazer sua conta para poder tirar o maior benefício econômico possível”, explica o professor.
E ainda, para aqueles que têm preocupação a mais com o meio ambiente, o etanol também deve ser o combustível preferido. Segundo o consultor de Tecnologia e Emissões, Alfred Szwarc, além de ser oriundo de uma fonte de energia renovável (cana-de-açúcar), o biocombustível reduz em até 90% a emissão de gases de efeito estufa se comparado à gasolina. Durante o seu ciclo de crescimento, a cana reabsorve estes gases, principalmente o CO2, um dos mais nocivos à saúde humana, por meio da fotossíntese, processo que resulta na liberação de oxigênio.