Chamado de forma inteligente para fornecimento de eletricidade para casas. Conceito passa em teste de uso diário
O projeto ‘i-rEzEPT’, que visa integrar carros elétricos com as redes públicas e privadas de energia na Alemanha, entregou resultados provisórios convincentes. Durante um ano, os participantes usaram um Nissan LEAF não apenas para satisfazer suas necessidades de mobilidade, mas também como um sistema temporário residencial para armazenagem de energia, produzindo sua própria eletricidade. Os parceiros do projeto apresentam uma análise inicial provisória em um filme de curta metragem.
Como parte do teste de campo, a pioneira em carros elétricos Nissan forneceu o veículo 100% elétrico Nissan LEAF e uma estação de recarga compatível para 13 moradores de toda a Alemanha – que já tinham um sistema de energia solar fotovoltaica. O objetivo é fazer o melhor uso possível do abastecimento de energia solar gerada pela residência, aliviar a sobrecarga da rede pública de energia, além de reduzir os custos operacionais do veículo elétrico.
Ao utilizar a capacidade única de recarga bidirecional do Nissan LEAF, chamada de tecnologia V2G (em inglês, vehicle-to-grid, ou do veículo para a rede), os participantes podem usar a bateria dos veículos para armazenar a energia solar gerada no telhado de suas casas e, se necessário, transferi-la para a residência ou alimentar a rede pública.
A Nissan lançou o projeto i-rEzEPT em conjunto com a Bosch.IO, além dos Institutos Fraunhofer de Engenharia Industrial (IAO) e Tecnologia de Manufatura e Materiais Avançados (IFAM). A iniciativa também conta com o apoio do Ministério dos Transportes e Infraestrutura Digital da Alemanha, como parte das diretrizes de financiamento da mobilidade elétrica, com um total de 2,39 milhões de euros.
“Os carros elétricos devem ser carregados quando a energia solar ou eólica está disponível”, comenta Stefan Sonntag, Gerente do Programa de Mobilidade Elétrica na NOW GmbH, uma empresa do Ministério dos Transportes da Alemanha. “O projeto i-rEzEPT está testando exatamente isso, permitindo usar a energia tanto para uma condução mais verde como para fornecer energia para a sua própria casa”.
A interação entre o Nissan LEAF e a rede de energia doméstica é gerenciada por um gestor local de energia da Bosch.IO, que é parceira do projeto, com base no software IOT gateway da Bosch. Por exemplo, ele assegura que a autonomia do veículo seja minimamente afetada, pois é utilizada no máximo 10 a 30% da capacidade da bateria para fornecer energia para a residência. Se necessário, também pode ser priorizada uma recarga total do veículo – por exemplo, antes do início de um trajeto mais longo.
Os dados obtidos sobre o uso de eletricidade são avaliados de forma anônima pelos Institutos Fraunhofer IFAM (em Bremen) e IAO (Stuttgart). Neste contexto, o Fraunhofer IAO utiliza uma plataforma de dados desenvolvida especificamente para este fim, fazendo previsões para a disponibilidade dos veículos. “Os dados são necessários para fazer constatações com bases científicas a respeito do modelo de negócio da recarga bidirecional e identificar os grupos de usuários potenciais”, explica Stefan Lösch do Fraunhofer IFAM.
“Principalmente porque cada vez mais pessoas estão trabalhando de casa, existe um grande potencial para utilizar a energia renovável de forma eficiente e reduzir as emissões no transporte”, acrescenta Vincent Ricoux, da Nissan Center Europe. “Por isso, acreditamos que o interesse por esta tecnologia continue aumentando no futuro”.
O nome i-rEzEPT do projeto significa “veículos elétricos regenerativos inteligentes para maximização da produção doméstica de energia e participação de mercado do controle primário”. O objetivo é promover ainda mais a expansão e aceitação dos veículos elétricos, além de destacar o papel que os carros elétricos podem ter para estabilizar as redes públicas e privadas de energia.
Até que um sistema V2G acessível para os usuários se torne realidade, ainda é preciso definir principalmente o marco legal. Para que os sistemas sejam economicamente viáveis para o usuário, também são necessários maiores subsídios para a infraestrutura de recarga e o sistema de gestão da recarga de energia, para que sejam competitivos com os sistemas de armazenagem estacionária que utilizam baterias.