Iniciativas visam ampliar os debates sobre equidade de gênero e o quadro de mulheres em posição de liderança
A presença da mulher no mercado de trabalho avançou muito nas últimas décadas e, apesar de ainda estar longe do ideal, já é possível notar uma grande participação feminina em atividades, até então, classificadas como masculinas. Um levantamento da ABDI, realizado em 2017, já contabilizava 2,5 milhões de mulheres, nos diferentes ramos da indústria e da construção civil, o equivalente a 1/4 dos profissionais que atuam nestes setores. Já um artigo publicado recentemente pela KPMG, aponta que as mulheres estão assumindo posições de liderança em setores bastante distintos como indústria automotiva, mineração, construção e tecnologia.
A NSK está focada em diversidade, equidade e inclusão. A multinacional japonesa olha para o futuro e tem trabalhado seriamente para aumentar o número de lideranças femininas na organização. Como resultado, no Brasil, a companhia possui dois programas: “Conversa de Mulher” e o “Programa de Desenvolvimento de Mulheres”.
“As rodas de conversas são abertas para todas as mulheres da empresa e têm como objetivo desenvolver uma cultura na qual todas as colaboradoras estejam à vontade para compartilhar suas ideias, perspectivas e experiências com toda a equipe. Já o Programa de Desenvolvimento de Mulheres, que começou a ser implantado no Brasil este ano, é um programa de desenvolvimento destinado para as que estão nos diversos níveis de liderança” e linhas de sucessão, explica Monica Reiter, diretora de RH da NSK.
Monica, inclusive, foi a primeira a ocupar um cargo de diretoria na filial brasileira. Com expertise em desenvolvimento organizacional, cultura e gestão de talentos, ela iniciou sua trajetória na empresa há sete anos, em um momento em que a NSK estava começando um projeto de transformação cultural e passava por uma revisão de estrutura. Coordenou a implantação de uma política de cargos e salários e de programas de avaliação para toda a empresa.
Com total apoio da gestão, a executiva também foi responsável por inserir a empresa em práticas de gestão mais atuais e comandou a implementação de ferramentas da metodologia ágil na empresa.
Monica relata que, pessoalmente, nunca sentiu qualquer tipo de descriminação pelo fato de ser mulher, seja nas interações com colaboradores de fora ou dentro do país. No entanto, ela reconhece que essa não é a realidade de todas as profissionais e que os vieses inconscientes ainda são um empecilho para a ascensão de carreira de mulheres. Por isso, uma das ações que a empresa tem feito é garantir a participação de um número mínimo de mulheres nos processos seletivos.
Além de Monica, a empresa também possui em seu quadro mulheres que ocupam posições de gestão de pessoas e tomada de decisão. Uma dessas profissionais é Regiane Souza, Gerente de Tecnologia da Informação (TI) Brasil e Argentina. Ela foi contratada pela NSK em 2001, como analista de TI Jr. De lá para cá, ajudou na execução de projetos de alta complexidade e com times multidisciplinares. “Foram vários projetos ao longo da minha trajetória na NSK e felizmente todos com excelentes resultados para a empresa”, conta.
Inserida em uma área que ainda possui, em sua maioria colaboradores homens, Regiane acredita que em mais alguns anos este cenário seja revertido.
“As mulheres estão cada vez mais empoderadas, conquistando seu espaço na área de tecnologia e se qualificando para a jornada profissional. Não será fácil, mas com iniciativas como as da NSK, acredito que as mulheres possam se sentir mais motivadas e inspiradas para lutarem pelo espaço delas. Fico muito feliz que a empresa esteja engajada nessas ações”, afirma.
Contratada em 2008 como Engenheira de Aplicação, Camilla Pires, atualmente ocupa o cargo de Gerente de Unidade de Negócios, comanda um time de 25 pessoas, entre colaboradores do Brasil e Argentina, e é responsável por três divisões da NSK: Seiki, OEM Industrial e E&E. Com 13 anos de empresa, Camilla conta que vivenciou uma mudança de cultura muito grande nos últimos anos.
“Quando engravidei a notícia foi recebida de uma maneira muito positiva por todos da empresa. Nesse momento, que é o de maior medo de muitas mulheres, fui extremamente acolhida pela NSK. Para mim foi uma quebra de paradigmas”, afirma.
Sobre o fato da engenharia, principalmente a mecânica, ainda ser um campo de trabalho dominado pelos homens, ela acredita que isso já mudou bastante nos últimos anos, mas ainda existe um caminho a percorrer.
“A empresa mudou muito nesses últimos anos e há cada vez mais espaço para as mulheres dentro da NSK. É importante ter em mente que não precisamos deixar de ser mulher para atuar dentro do mercado industrial”, conclui.