Orquestra faz concertos na Sala São Paulo de 21 a 23/nov; canadense Hamelin substitui turco Fazıl Say, que teve de cancelar sua vinda por motivos de saúde; apresentação de sexta (22/nov) terá transmissão ao vivo no YouTube da Osesp
Orquestra faz concertos na Sala São Paulo de 21 a 23/nov; canadense Hamelin substitui turco Fazıl Say, que teve de cancelar sua vinda por motivos de saúde; apresentação de sexta (22/nov) terá transmissão ao vivo no YouTube da Osesp.
O ano de 2024 marca as celebrações dos 70 anos da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo – Osesp, além dos 30 anos de atividades do Coro da Osesp e dos 25 anos da Sala São Paulo – a casa da Osesp, dos Coros e de seus Programas Educacionais, inaugurada em 1999 no edifício onde antes funcionava a Estrada de Ferro Sorocabana.
Nesta semana, de quinta-feira (21/nov) a sábado (23/nov), a Osesp se apresenta na Sala São Paulo sob a batuta da regente suíça-australiana Elena Schawrz, que faz sua estreia conosco. O solista convidado será o pianista canadense Marc-André Hamelin, substituindo o turco Fazıl Say, que teve que cancelar sua vinda por motivos de saúde. Hamelin, que também estará conosco em março, na Temporada 2025, interpreta agora o fantástico Concerto para piano nº 23, de Wolfgang Amadeus Mozart. Completam o programa a Sinfonia nº 6 de Dmitri Shostakovich; a Passacaglia de Anton Webern; e Herald, holler, and hallelujah, de Wynton Marsalis.
Vale lembrar que a performance de sexta-feira (22/nov), com início às 20h30, será transmitida ao vivo no canal oficial de YouTube da Orquestra, como parte de nossos Concertos Digitais.
Sobre o programa
Para Anton Webern [1883-1945], a música precisava ser fiel às próprias realidades internas. Ao preferir a passacaglia para a composição de sua primeira obra, no emblemático ano de 1908 — o mesmo em que Schoenberg iniciou a escrita de seu Pierrot lunaire, cujo segundo grupo de peças é aberto por uma passacaglia —, Webern faz uma escolha significativa. Possivelmente originário do pasacalle espanhol do século XVII, significando o pasar [andar] pela calle [rua] dos violonistas que se deslocavam durante os interlúdios entre as estrofes de canções, o termo, nos séculos XIX e XX, passou a designar um conjunto de variações sobre um padrão que se repete, geralmente na linha do baixo. E a Passacaglia, Op. 1, de Webern, já apresenta germes de algumas das ideias que seriam exploradas em suas obras posteriores.
Uma suspensão nessa atmosfera de introspecção de Webern certamente será provocada pela belíssima frase que desliza leve e descendentemente ao início do Concerto para piano nº 23 em Lá maior, K. 488, de Wolfgang Amadeus Mozart [1756-1791]. Composta em 1786, ano da estreia da ópera As bodas de Fígaro, essa obra foi escrita para uma série de estreias de concertos para piano na movimentada temporada da elegante sala de concertos Mehlgrube, em Viena. Foi principalmente para essa temporada que Mozart compôs, entre fevereiro de 1784 e dezembro de 1786, os 12 concertos para piano que vão do K. 449 ao K. 503, os mais significativos desse gênero em sua produção.
A ampla formação musical de Wynton Marsalis [1961-], cujo virtuosismo transita entre o jazz e a tradição europeia, reflete-se nas escolhas que tem feito ao longo de sua carreira. Na obra Herald, holler, and hallelujah [Anunciação, alarido e aleluia], composta em 2021, os instrumentos de metal e percussão anunciam [herald] a vinda e a ida de elementos imateriais, por eles clamam num alarido [holler] áspero de ferro e aço, e seus louvores [hallelujah] potentes “acordam os anjos”. A peça traz referências a Black, brown and beige [1943], de Duke Ellington, e Fanfarra para o homem comum [1942], de Aaron Copland.
É num momento de produção sinfônica em ascensão que Dmitri Shostakovich [1906-1975] surpreende ao apresentar uma obra fundamentada em seus recentes estudos sobre a instrumentação de Boris Godunov, de Mussorgsky. Composta em meio à turbulência política, entre abril e outubro de 1939, a Sinfonia nº 6 em si menor, Op. 54, destaca-se por romper com as atmosferas e os andamentos na estruturação dos movimentos, formando um arco crescente de “Largo”, “Allegro” e “Presto”.
PROGRAMA
ORQUESTRA SINFÔNICA DO ESTADO DE SÃO PAULO — OSESP
ELENA SCHWARZ regente
MARC-ANDRÉ HAMELIN piano
Anton WEBERN | Passacaglia, Op. 1
Wolfgang Amadeus MOZART | Concerto para piano nº 23 em Lá maior, KV 488
Wynton MARSALIS | Herald, holler, and hallelujah [Anunciação, Alarido e Aleluia]
Dmitri SHOSTAKOVICH | Sinfonia nº 6 em si menor, Op. 54
Serviço
21 de novembro, quinta-feira, 20h30
22 de novembro, sexta-feira, 20h30 — Concerto Digital
23 de novembro, sábado, 16h30
Endereço: Sala São Paulo | Praça Júlio Prestes, 16
Taxa de ocupação limite: 1.484 lugares
Recomendação etária: 07 anos
Ingressos: Entre R$ 39,60 e R$ 271 (valores inteiros)
Bilheteria (INTI): neste link | (11) 3777-9721, de segunda a sexta, das 12h às 18h.
Estacionamento: R$ 35,00 (noturno e sábado à tarde) | 600 vagas; 20 para pessoas com deficiência; 33 para idosos.