Veículos mais pesados demandam mais de seus pneus. O processo de blindagem deve levar em consideração todas as alterações realizadas no projeto original do veículo e afeta diretamente os pneus
O mercado de blindagem de veículos cresceu cerca de 10% neste primeiro semestre na comparação com o mesmo período de 2020 segundo a Abrablin (Associação Brasileira de Blindagem), que prevê alta de 20% até o fim do ano.
Quando se fala sobre a relação entre pneus e blindagem automotiva, a primeira coisa que vem à cabeça é que os pneus são um ponto vulnerável na segurança do veículo. Não são raros os questionamentos sobre o desgaste mais acelerado dos pneus em veículos blindados. Muitos usuários se queixam de que os pneus chegam prematuramente ao final de sua vida útil.
O fato é que os veículos mais pesados demandam mais de seus pneus. É necessária maior aderência para acelerar, para frear e para manter a trajetória em curvas, o que acaba por aumentar o desgaste e aquecer mais os pneus. A pergunta natural que vem na sequência é: quanto maior é esse esforço adicional?
“Vamos considerar um veículo de 1.500 kg viajando a 110 km/h. Se ele frear fortemente até uma parada total, os pneus dianteiros podem experimentar uma força aproximada de 613 kgf cada um. Em uma situação idêntica, esse mesmo veículo, com 300 kg adicionais de blindagem, passa a aplicar 735 kgf em cada um dos pneus dianteiros, um acréscimo de força de 20%. E aqui estamos falando apenas da situação de frenagem”, explica Rafael Astolfi, gerente de Assistência Técnica da Continental Pneus. Ele lembra ainda que quanto mais pesado o veículo, mais intensa será a força aplicada aos pneus durante os impactos.
Teoricamente, devemos aumentar a pressão do pneu em 0.1 bar a cada 20 kg de carga adicionais. Considerando que a blindagem altera a distribuição de peso entre os eixos do veículo e que os pneus originais sejam mantidos, pode-se estimar que é necessário aumentar a pressão dos pneus traseiros em, no mínimo, 0.5 PSI a cada 100kg de blindagem adicionada. Porém devemos avaliar também o aumento de pressão que pode ser necessário para adaptar o comportamento dinâmico do veículo, o que certamente demandaria ainda um aumento na pressão dos pneus dianteiros.
Após essa constatação, o usuário necessita ainda observar com cuidado a solução que será aplicada ao pneu contra perfurações. A alternativa mais adequada para os veículos blindados são os pneus runflat, aqueles que possuem insertos de borracha rígida em seus flancos, tornando-os aptos para rodar mesmo com pressão relativa igual a zero, como os pneus SSR (Self-Supporting Runflat) da Continental, que não dificultam o balanceamento nem a montagem e ainda podem ser utilizados em rodas convencionais, sem a necessidade de adaptação.
Em seu canal no Youtube a Continental disponibiliza uma série de vídeos educativos sobre segurança e manutenção preventiva dos pneus. Visite https://goo.gl/kQsHRn