Produção de motocicletas ultrapassa 98 mil unidades em agosto

Com dois dias úteis a menos, média diária de vendas foi 23,4% maior do que a registrada em julho

A indústria brasileira de motocicletas produziu em agosto 98.358 unidades no Polo Industrial de Manaus (PIM), de acordo com os dados da Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo. O volume registrado em agosto corresponde a uma alta de 0,4% na comparação com julho do presente ano (97.920 unidades) e retração de 14,3% em relação ao mesmo mês de 2019 (114.738 unidades).

“Desde a retomada gradual das atividades industriais em maio, a produção de motocicletas vem mostrando uma curva ascendente e consistente. O volume até poderia ser maior, mas as fábricas ainda operam com restrições, pois a prioridade é preservar a saúde dos colaboradores, atendendo aos protocolos sanitários de segurança”, explica Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo. “Isso, no entanto, gera desequilíbrio entre a oferta e a demanda. Ainda estamos atendendo às entregas atrasadas dos consórcios, por exemplo, que respondem por cerca de 25% das vendas de motocicletas no Brasil”, completa.

No acumulado de janeiro a agosto foram fabricadas 588.495 motocicletas, o que representa uma retração de 20,9% na comparação com o mesmo período do ano passado (743.556 unidades).

As fábricas venderam no atacado (para as concessionárias) 96.415 motocicletas em agosto, volume 5,4% superior na comparação com julho do presente ano (91.454 unidades) e 7,9% menor ante agosto do ano passado (104.649 unidades).

No acumulado do ano, as vendas no atacado somaram 564.988 unidades, significando uma queda de 21,6% na comparação com o mesmo período de 2019 (720.782 motocicletas).

As categorias Off-Road e Scooter foram as que registraram maior crescimento em termos de variação percentual. As motocicletas Off-Road registraram alta de 113,9%, passando de 287 unidades vendidas no atacado em julho para 614 unidades em agosto. As Scooters somaram 7.727 unidades repassadas das fábricas para as concessionárias, o que representou aumento de 65,7% em relação ao mês anterior (4.664 unidades).

Em números absolutos a Street se manteve como a categoria mais comercializada no atacado, com 50.662 unidades em agosto, correspondendo a um aumento de 0,5% na comparação com o mês anterior (50.393 motocicletas) e de 7,2% em relação ao mesmo mês do ano passado (47.255 unidades).

Confira o comparativo de evolução das vendas mensais no atacado:

COMPARATIVO DE VENDAS DE MOTOCICLETAS NO ATACADO

MENSAL POR CATEGORIA

  agosto/19 julho/20 agosto/20 (agosto/20) / (agosto/19) (agosto/20) / (julho/20)
STREET 47.255 50.393 50.662 7,2% 0,5%
TRAIL 23.350 16.075 17.337 -25,8% 7,9%
MOTONETA 18.417 15.724 15.673 -14,9% -0,3%
SCOOTER 8.296 4.664 7.727 -6,9% 65,7%
NAKED 2.219 1.535 1.540 -30,6% 0,3%
BIGTRAIL 2.309 1.633 1.916 -17,0% 17,3%
OFF-ROAD 1.843 287 614 -66,7% 113,9%
CUSTOM 558 479 335 -40,0% -30,1%
SPORT 402 664 611 52,0% -8,0%
TOTAL 104.649 91.454 96.415 -7,9% 5,4%

                                    Fonte: Associadas da Abraciclo

 

Street também lidera o ranking das vendas no acumulado do ano, com 295.284 unidades e 52,3% de participação no mercado. Em segundo lugar, está a Trail com 103.247 unidades e 18,3% de participação, seguida pela Motoneta com 86.586 unidades e 15,3% de participação.

Segundo levantamento do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam) analisado pela Abraciclo, foram licenciadas 95.961 motocicletas em agosto, correspondendo a uma alta de 12,7% na comparação com julho (85.148 unidades). Em relação a agosto de 2019 (88.625 motocicletas), a alta foi de 8,3%.

A média diária de vendas em agosto, que teve 21 dias úteis, foi de 4.570 unidades, indicando um crescimento de 23,4% em relação a julho do presente ano (3.702 unidades/dia e 23 dias úteis). Na comparação com agosto de 2019 (4.028 motocicletas/dia e 22 dias úteis) a elevação foi de 13,4%.

“Esses números comprovam o protagonismo da motocicleta no atual cenário, sendo uma alternativa segura de locomoção, além de fonte de renda para muitas pessoas que perderam o emprego ou tiveram seus ganhos reduzidos”, analisa Fermanian, que destaca, ainda, outros fatores que contribuíram para alavancar as vendas, como a contínua oferta de crédito oferecida pelos principais agentes financeiros e o menor custo de manutenção da motocicleta na comparação com os automóveis.

Confira, a seguir, as médias diárias de vendas por quinzena desde o início do ano até agosto:

Com 34.215 unidades emplacadas e 35,7% do mercado, a região Sudeste liderou o ranking de emplacamentos em agosto. O Nordeste ficou em segundo lugar (31.705 motocicletas e 33% de participação), seguida pela Norte (11.577 unidades e 12,1% de participação), Centro-Oeste (9.430 unidades e 9,8% de participação) e Sul (9.034 e 9,4% de participação).

São Paulo foi o estado que registrou o maior número de emplacamentos em agosto: no total foram licenciadas 19.362 motocicletas. Em segundo lugar ficou Minas Gerais, com 7.469 emplacamentos, seguido por Bahia, com 6.223, Ceará, com 6.175 e Pernambuco, com 5.885 unidades.

No acumulado do ano as vendas no varejo somaram 531.250 unidades, correspondendo a uma retração de 25% em relação ao mesmo período do ano passado (708.707 unidades).

Em agosto foram exportadas 5.167 motocicletas, significando um aumento de 16,6% em relação a julho (4.432 unidades) e uma alta de 44,9% em relação ao mesmo mês de 2019 (3.566 unidades).

De acordo com os dados do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, o maior volume de motocicletas foi destinado a Argentina (1.260 unidades e 31,3% do total exportado). Na sequência vieram Colômbia (1.020 unidades e 25,4%) e Estados Unidos (608 unidades e 15,1%).

No acumulado do ano as exportações somaram 20.031 motocicletas, o que significou um recuo de 25,1% na comparação com o mesmo período de 2019 (26.746 unidades). A Argentina foi o principal destino com 6.429 unidades e 34,8% do volume total exportado. A Colômbia ficou em segundo (3.992 unidades e 21,6%), seguida pelos Estados Unidos (2.759 unidades e 15%).

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