Quais são os motivos mais comuns do recall

Especialista, em artigo, fala sobre o assunto

Quem possui um carro certamente em algum momento já vivenciou algum recallou pelo menos ouviu falar de campanhas do tipo. No mundo ideal, seria algo inexistente – afinal, ninguém fabricaria automóveis para apresentarem defeitos de fabricação depois de um tempo. Mas no mundo real é uma medida essencial para garantir a segurança no trânsito. Quanto mais pessoas atenderem rapidamente ao recall, mais rápido é o reparo das peças defeituosas nos carros em circulação e menor é o risco de uma tragédia nas ruas e rodovias brasileiras. Essa preocupação, aliás, passa a impressão de que os chamados das montadoras são bastante frequentes, mas há explicações e motivos que ajudam a compreender esse cenário. Confira:

1  Poucos itens concentram maioria dos recalls

Ao observar os quatro primeiros meses de 2021 (janeiro a abril), verifica-se uma tendência comum nos recalls automotivos: poucos itens representam a maioria das campanhas de reparo. Uma análise em nosso banco de dados mostra que, nesse período, ocorreram 30 chamados envolvendo 66 modelos. O airbag e o sistema de combustível, cada um deles com sete campanhas, estão empatados na primeira posição e correspondem a mais de 46% dos recalls! Para completar o pódio, o sistema elétrico mobilizou seis convocações – os três primeiros, portanto, representam dois terços do total.

2 – Airbag merece atenção especial 

O airbag, quando funciona corretamente, salva vidas. Do contrário, se torna uma verdadeira arma. O dispositivo utiliza compostos químicos para inflar mediante a desaceleração de um impacto. Se ele acionar com o carro em movimento, pode trazer graves lesões; se não funcionar na batida, as consequências são fatais. Isso faz as montadoras terem cuidado extra em relação a esse elemento. No menor sinal de falha, já chamam para troca. Recentemente, a GM ofereceu um vale de R$ 500 em combustível para estimular os proprietários do Classic e do Celta a realizarem um recall de airbag.

3 – As montadoras não executam todas as etapas

Como o próprio nome sugere, as montadoras montam os veículos. Elas não executam todas as etapas de produção de um veículo, ou seja, há componentes que são fabricados em outras instalações. Infelizmente, na maioria dos casos são esses elementos que apresentam defeitos e precisam ser trocados. Olha o caso dos “airbags mortais”, que resultou no maior recall do Brasil e do mundo em 2020. A GM encomendou o projeto desse componente para a Takata, mas essa fabricante acabou desenvolvendo um produtos com falhas graves.

4 – Falta de conscientização

Os brasileiros, de modo geral, ainda não têm plena consciência sobre a importância dos recalls. É uma medida que, literalmente, salva vidas – do motorista, dos passageiros e das demais pessoas no entorno. É preciso passar uma mensagem de alerta para quem possui ou conhece alguém que tenha veículos na garagem com chamado em aberto. Eles são armas letais que rodam todos os dias! No caso dos airbags, por exemplo, duas mortes foram confirmadas no país em 2020.

Para isso, torna-se essencial contar com ferramentas que auxiliam nessa questão, avisando sempre quando seu carro possui um recall pendente. Só assim é possível reduzir os riscos e garantir um trânsito mais seguro para todos.   

Autor: Vinicius MeloCEO do Papa Recall

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