Carro seminovo com baixa km vale mais
A Autotech Mobiauto acaba de divulgar uma pesquisa exclusiva e extremamente relevante para orientar compradores e vendedores de carros seminovos no país. Desta vez, o levantamento vai prescrever as variações de preços por faixa de quilometragem, considerando que carros mais rodados tendem a perder mais preço. Mas quanto eles perdem?
Em meio aos milhões de carros usados e seminovos que são comercializados todo ano no mercado brasileiro, um ponto sempre provoca algum choque – ou, no mínimo, uma dúvida – entre quem compra e quem vende: a quilometragem do carro anunciado. “Seu carro está bonito, mas muito rodado. Faz um desconto?” Ou, do lado oposto, algo como “meu carro está com quilometragem muito baixa. Por isso estou pedindo acima da tabela…”
É fato que o hodômetro é um dos ingredientes que compõem a definição do preço final de um carro à venda. Mas quanto?
O departamento de Dados e Estatísticas da Mobiauto calculou a variação de cotações de preços de dez campeões de vendas do mercado nacional, todos ano/modelo 2021, dos mais variados segmentos. Foram eles: Chevrolet Onix, Fiat Argo, Fiat Strada, Hyundai HB20, Jeep Renegade, Renault Kwid, Toyota Corolla, Toyota Hilux Cab. Dupla, VW Polo e VW T-Cross.
O consultor automotivo e CEO da Mobiauto, Sant Clair de Castro Jr., coordenou a pesquisa. E explica: “O consumidor brasileiro roda, em média, 15 mil km por ano. Isso significa que os carros 2021 devem ter, também em média, cerca de 45 mil km rodados, o que determinaria o valor padrão de mercado de um deles. Para efeito de lógica na pesquisa, transformamos esses 45 mil em uma faixa de 35 a 55 mil”, explica. O que nunca se apurou, no entanto, era o percentual de variação quando aquele carro fosse menos ou mais rodado. “Como nossa base de dados é completíssima, os cálculos foram bem simples: apenas usamos nossa amostragem de anúncios e apuramos as variações”, esclarece.
Os pesquisadores apuraram os valores desses mesmos carros em duas faixas abaixo da média: de 25 mil a 35 mil km e abaixo de 25 mil. E em uma faixa acima: além dos 55 mil km. A boa notícia para quem tem os carros mais rodados é que a depreciação desses carros frente à média foi de somente 3,03%. Veja a tabela.
Por outro lado, carros menos rodados não expressam variações percentuais muito significativas. Se você é dono de um desses modelos 2021 e seu carro possui entre 25 e 35 mil km, ele merece um acréscimo de 2,69% no valor de venda. Veja a tabela:
O executivo acentua que há uma tendência a aumentar essa valorização nos veículos de trabalho, à medida que o percentual sobe nas unidades menos rodadas de Strada e Hilux. “Dá para concluir que, sim, o comprador de modelos dessa categoria está mais preocupado com quilometragem do que os demais segmentos, tanto que os vendedores conseguem repassar valores percentualmente maiores”, garante.
Por fim, as pérolas do mercado de seminovos, que são os modelos de “baixíssima km”, podem ter mais 4,57% de sobrepreço se tiverem menos do que 25 mil km rodados. Temos que lembrar que isso vale para veículos 2021. Veja a tabela:
Modelos mais caros, naturalmente, apontam valores bem acentuados. Note o caso da Hilux, que chega a impor um reajuste de pouco mais de R$ 13 mil ao valor tradicional se estiver com o hodômetro com metade da km esperada. “Dá para concluir que quando o seminovo é somente um pouco menos rodado do que o esperado, a diferença de preços praticamente é marginal. Porém, caso essa km seja realmente baixa, a diferença torna-se expressiva.”, conclui o executivo.