Rally do Whisky reuniu 40 automóveis clássicos no interior paulista

Prova válida pelo Campeonato Brasileiro de Rally de Regularidade Histórica teve parada em Itatiba e terminou em Jundiaí

O Rally do Whisky, realizado pelo MG Club do Brasil no último sábado (24 de setembro) com percurso de 165 quilômetros entre Araraçariguama, na Grande São Paulo, e a Fazenda Montanhas do Japi, em Jundiaí, no interior paulista, marcou um momento histórico para o clube. Pela primeira vez, ele teve uma prova válida pelo Campeonato Brasileiro de Rally de Regularidade Histórica promovido pela FBVA (Federação Brasileira de Veículos Antigos).

Disputado por 40 automóveis clássicos de 13 marcas diferentes, entre nacionais e estrangeiros,  e mais um da categoria Turismo (com menos de 30 anos de fabricação), o Rally do Whisky foi uma prova de regularidade diferente para os frequentadores dos passeios cronometrados do MG Club do Brasil por seguir normas esportivas da Confederação Brasileira de Rally (CBR) – por exemplo, a média máxima de 80 km/h em todo o percurso, factível para qualquer automóvel independentemente do tipo e do ano de fabricação. O Rally do Whisky 2022 também foi diferente por ter sido inteiramente disputado em rodovias expressas, sem passagens por estradas vicinais ou secundárias.

Na categoria Pro, a vitória ficou com Claus Hoppen e Luiz Durval Brenelli de Paiva, com um Envemo Super 90 1982. Na Clássicos, venceram Reinaldo Ismael Morilha e Marcelo Siqueira Gios (Triumph TR3A 1959), na classe Pós-Guerra; Auro Moura Andrade e Camila Moura Andrade (Mercedes-Benz 280 SL 1970), na Contemporâneos I; Ricardo Prado Santos e Américo Sammarone (Alfa Romeo Spider 2000 1974), na Contemporâneos II; Adílson Baher e Rosane Franz Ziese Baher (VW Voyage 1983), na Contemporâneos III. Além dos 40 carros admitidos nas classes mencionadas, o Rally do Whisky teve um participante na Turismo, aberta a modelos com menos de 30 anos de fabricação e que fazem o percurso sem concorrer a pontos ou troféus: Luís Emiliano Zagonel Ciruelos e Luciane Valaschenski Ciruelos (Mercedes-Benz CLK 1998).

“Foi uma prova com 80% de navegação e 20% de pilotagem”, afirma Claus Hoppen, piloto da dupla vencedora da Pro. O navegador Luiz Durval discorda. “Em autoestrada, o piloto tem que saber o que está vindo atrás, o que está à na frente… Esse equilíbrio faz toda a diferença. As rodovias são boas, mas o tráfego é intenso”. Ambos concordam que o que pode parece fácil se torna difícil. “Prova em rodovia é mais complicada. A experiência às vezes fala mais alto em provas difíceis em estradas vicinais e em roteiros fora dos centros urbanos. Se você consegue resolver o problema, está na frente. Uma prova muito equilibrada, como foi essa, é decidida nos detalhes”, explica o navegador.

E foi justamente isso que acrescentou ainda mais valor ao Rally do Whisky. “Os participantes da Pro usam equipamentos de navegação. Os da Clássicos usam  equipamentos originais do carro: velocímetro, hodômetro e só cronômetro de mão. Essa separação por categoria torna o meio de campo competitivo. Fica todo mundo feliz porque um monte de gente é premiada. O campeonato fica acirrado. E nós temos surpresas muito boas nos resultados”, diz Manoel Cintra, diretor esportivo do MG Club do Brasil, responsável pela organização do Rally do Whisky.

“Foi um rally muito bom”, avalia Fernando Pimentel, presidente do MG Club do Brasil, que foi fundado em 1983 e é aberto a veículos de quaisquer marcas. “O tempo ajudou, foi um dia maravilhoso, e conseguimos realizar o que estava planejado para 2020, mas foi inviabilizado pela pandemia de covid-19.”

O Rally do Whisky atraiu participantes de Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Bahia, além de São Paulo, base do clube. “Dá muita satisfação ver as pessoas saindo do rally alegres, felizes por terem participado de em evento que para eles foi bom”, acrescenta Americo Nesti, diretor de comunicação do MG Club.

Para a Federação Brasileira de Veículos Antigos, a prova também marca um momento histórico. “Estamos bastante satisfeitos com essa parceria. É muito bom contar com a expertise do MG Club. É um dos clubes mais importantes e tradicionais, e que mais realizou provas de rally. Foi uma grande prova!”, diz Marcelo Mantelli, vice-presidente técnico da FBVA.

Como sempre nos passeios cronometrados do clube, atrativos culturais, históricos e naturais fizeram parte do roteiro, que teve parada em Itatiba para visita à Catedral do Whisky, uma das maiores coleções mundiais de garrafas da bebida, inspiração para o nome da prova, e terminou no bucólico restaurante Montanhas do Japi, localizado em uma fazenda em Jundiaí.

Pimentel ressalta o passo à frente que significa a prova ser válida pelo campeonato da FBVA: “É muito importante para nós. A federação reúne mais de 200 clubes, ganhamos visibilidade”.

Manoel Cintra observa a evolução da federação e do clube nos últimos anos: “Foi muito bom para nós essa integração com a FBVA, a oportunidade de apresentar a capacidade do clube, mostrar nossas raízes.”

A expectativa é que a parceria renda novos frutos para todos, com sócios do MG Club disputando outras provas do Campeonato Brasileiro de Rally de Regularidade Histórica, e participantes dessa competição voltando para outras provas do MG Club. “Participar de rally é assim: você faz um, gosta, volta e começa a voltar seus amigos”, explica Americo. “Eu recomendo”, completa Marcelo Mantelli.

RESULTADO DO RALLY DO WHISKY 2022

(Colocação, número do carro, penalização, total de pontos perdidos, piloto, navegador, marca-modelo-ano do carro)

PÓS-GUERRA
1º 10 0 166 Reinaldo Ismael Morilha / Marcelo Siqueira Gios – Triumph TR3A 1959
2º 9 0 795 Gerolamo Ometto Nardin – Jaguar MK IV 1948

CONTEMPORÂNEOS I
1º 14 0 159 Auro Moura Andrade / Camila Moura Andrade – Mercedes-Benz 280SL 1970
2º 12 0 308 Luiz Gustavo Rosset / Mariana Bôscoli Rosset – Mercedes-Benz SE 250 1967
3º 11 0 630 Alexandre Furcolin / Denise Furcolin – Mercedes-Benz 230 S 1966

CONTEMPORÂNEOS II
1º 20 0 43 Ricardo Prado Santos / Américo Sammarone – Alfa Romeo Spider 2000 1974
2º 27 0 53 Mauro Kern Júnior / Mário Lott Guimarães Filho – Mercedes-Benz 450 SLC 1976
3º 28 0 60 Américo Nesti / Henrique Dantas de Carvalho – BMW 320 1976
4º 30 0 69 Davide Margelli / Leonardo Forestieri – Fiat 147 1979
5º 19 0 108 Arno Duarte Filho / Jorge Luiz de Carvalho – Puma GTS 1974
6º 31 0 124 Luis Eduardo Serra Netto / Isadora Serra Netto – Fiat 147 1979
7º 16 0 151 Mauricio Augusto Marx / Helena Ultramar – BMW 2002 1971
8º 21 0 152 Carlos Henrique Tardini / Gilberto Sundefeld Júnior – MG MGB Roadster 1974
9º 26 0 221 Paulo Mercadante / Valéria Pulfer – Mercedes-Benz 280 SL 1976
10º 23 0 236 Guilherme Augusto Marx / João Olivato Franco Leal – Mercedes-Benz W116 1974
11º 25 0 301 Gustavo / Leda Maria Plaça Tannuri – Porsche 911 TARGA 1975
12º 24 0 493 Ronaldo Redivo / Victor Pedro Redivo – Puma GTE 1975
13º 22 0 517 Antônio Herrmann de Andrade / Naila Herrmann de Andrade – BMW  520 I 1973
14º 29 0 578 Carlos de Azevedo Antunes / Rafael de Azevedo Antunes – Porsche 911 TARGA 1977
15º 17 0 630 Franco Funk / Alexandre Bezerra Galindo – Mercedes-Benz W114 1972
16º 18 0 795 Carlos Alberto Costa / Solange M. P. S. Costa – Jaguar XJ6 1973
17º 15 0 795 Hartwig Hellner / Renata Hellner – Rover P5 1971

CONTEMPORÂNEOS III
1º 32 0 20 Adílson Baher / Rosane Franz Ziese Baher – VW Voyage 1983
2º 37 0 29 Mauricio Camilli Landmann / Gilmar Zanini – Mercedes-Benz 190 E 1990
3º 34 0 112 Fernando Vieira Pimentel / Maria de Fátima Pimentel – Mercedes-Benz 190 E 2.3-16 1985
4º 33 0 119 Daniel Cunha / Rodrigo Ghiggi – Porsche  928 S 1984
5º 39 0 178 Antonio de Lima Chambel Filho / Paulo Dante Martinelli – Mercedes-Benz 300 CE24 1992
6º 36 0 217 Luís Vital de S R Vettorazzo / Felipe Gallo Vettorazzo – Mercedes-Benz 300 CE 1990
7º 38 0 312 Luiz Vicente de Azevedo / Renato Teodoro Goebel – Mercedes-Benz 300CE24 1991
8º 35 0 559 Paulo Sérgio Bodini / Arianne dos Santos Bodini – Mercedes-Benz 420 SEL 1989
9º 42 0 737 Frederico Paiva de Almeida Prado / Priscilla Rocha de Almeida Prado – Mercedes-Benz  500 SEC 1982

PRÓ
1º 5 0 8 Claus Hoppen / Luiz Durval Brenelli de Paiva – Envemo Super 90 1982
2º 3 0 17 Fernando Leibel / Adriano Braz – Mustang Fastback 1969
3º 4 0 18 Antonio Marcucci / Ana Claudia Assunção – Puma GTS 1974
4º 8 0 74 Luiz Tavares Guerreiro / Vera Leite Tavares Guerreiro – VW Voyage 1986
5º 1 0 86 Manoel Felix Cintra Neto / Manoel Alfredo Cintra – MG B GT 1967
6º 2 0 143 Ernesto George Paglia / Sandra Annenberg – MG C GT 1968
7º 7 0 512 Luis Fernando Prieto Mariano / Jose Eduardo Prieto Mariano – VW Fusca 1984
8º 6 0 515 Paulo Cornadó Marte Filho / Valeria Theodoro – Puma GTB S2 1983

TURISMO
1º 40 0 165 Luís Emiliano Zagonel Ciruelos / Luciane Valaschenski Ciruelos – Mercedes-Benz CLK 1998

Sobre o MG Club do Brasil

Fundado em 1983, o MG Club do Brasil é um dos mais atuantes clubes de carros clássicos do País. Foi criado para congregar proprietários de modelos da marca inglesa MG, mas logo tornou-se um clube multimarca, admitindo carros clássicos de qualquer modelo.

O clube organiza raids de regularidade e passeios como as 1000 Milhas Históricas Brasileiras, Raid de Campos do Jordão e Raid da Serra do Mar. Por serem concebidos para carros clássicos, esses raids percorrem boas estradas, paisagens agradáveis e incluem visitas a pontos de interesse cultural e histórico.

Todos os sábados, o MG Club do Brasil promove encontros informais entre os associados, nos quais o antigomobilismo é o assunto predominante. Também acontecem na sede social (localizada na Vila Romana, zona oeste de São Paulo) eventos temáticos e homenagens a personalidades do automobilismo. O local possui um acervo de publicações automobilísticas disponível aos sócios para consulta.

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