A ação pode render multa ao motorista, além de prejudicar a saúde e o meio ambiente
O catalisador automotivo é um componente essencial para reduzir as emissões dos veículos, pois ele é responsável por transformar cerca de 99% dos gases poluentes, gerados durante a queima do combustível no motor, em substâncias não agressivas ao meio ambiente. Apesar disso, há motoristas que retiram a peça para estilizar ou modificar o escapamento, principalmente devido à crença de que a potência do carro será maior sem ela, além de obter um aumento no ruido do carro, por questão de gosto pessoal.
Diferentemente do que se imagina, a retirada do conversor catalítico – nome como a peça também é conhecida – não melhorará a performance do automóvel. A remoção do item vai aumentar o consumo do veículo e pode comprometer os demais componentes do carro.
De acordo com Miguel Zoca, gerente sênior de Tecnologia Aplicada da Umicore, os veículos atuais possuem sondas de monitoramento do catalisador. “Esses itens retroalimentam o sistema de gerenciamento do motor com informações da queima do combustível”, diz. “Por isso, a retirada do catalisador irá afetar o desempenho do motor, uma vez que o sistema de combustão é calibrado e dependente do correto funcionamento da peça”, destaca.
Zoca ainda relembra que cada carro é desenvolvido para atender uma série de parâmetros, como desempenho, consumo, durabilidade, emissões de gases, ruído, conforto, entre outros. “Alterar o veículo, buscando apenas performance, compromete todos os demais pontos que foram aprimorados pela montadora”, relata Zoca. “É impossível que um trabalho realizado sem recursos, possa ser mais completo e equilibrado do que o oferecido pela montadora”, acrescenta.
Outro impacto negativo será a perda do controle de emissões. A modificação ou retirada do catalisador fará com que os gases tóxicos emitidos pelo motor a combustão sejam totalmente liberados no ambiente. Em local fechado, a ação pode causar intoxicação severa e até a morte.
O catalisador, além disso, é um item obrigatório em todos os carros vendidos no Brasil, pois a peça garante que esses transportes estejam seguindo as normas estabelecidas pelo Proconve (Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores). O Artigo 98 do CTB (Código Brasileiro de Trânsito) determina que, sem prévia autorização de autoridade competente, é proibido fazer modificações das características de fábrica dos veículos. “Modificações no carro podem gerar multa e apreensão do automóvel”, afirma Zoca. “Isso tudo demonstra que essa prática pode afetar não só o carro, a saúde e o meio ambiente, mas também o bolso do motorista”, finaliza.