Nada como descer a serra em direção à praia num fim de semana. Mas, no embalo da descida, há quem fique na dúvida: descer engrenado ou em ponto morto (a famosa banguela)?
Algumas pessoas pensam que descer em ponto morto economiza combustível. Na verdade, o que ocorre é exatamente o inverso: a maioria dos veículos de hoje funciona com sistema de injeção eletrônica. Ao descer engrenado, o módulo de injeção entende que você está em desaceleração e entra em módulo de cut-off, fechando a abertura dos bicos injetores de combustível para o motor – o sistema só voltará a fornecer combustível quando você pisar no pedal do acelerador. Deixando o carro em ponto morto, o módulo de injeção sempre utiliza uma mistura rica, ou seja, com mais adição de combustível.
Descendo engrenado, ao economizar combustível, você irá economizar freio também, pois não terá de pisar no pedal a todo instante, preservando assim os componentes do sistema de frenagem.
Mas há um motivo ainda mais importante que uma suposta economia. Existe um risco muito grande em descer no ponto morto: perder a eficiência do freio. Isso porque o longo período com pé no pedal de freio gera um atrito muito grande e, por consequência, grande calor no sistema de freio, deixando o pedal borrachudo e causando a aeração do fluido (bolhas de ar no fluido devido à presença de água no sistema de freio).
Se precisar parar o carro de repente, estando engrenado, você terá mais tempo para reagir e o espaço percorrido será bem menor. Isso pode ser a diferença entre um acidente leve e um grave.
O conselho do CESVI é: jamais desça com o carro na banguela. A ideia de que isso economiza combustível é uma ilusão. E, além disso, você pode colocar sua vida e a de sua família em risco.
